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  • há 4 meses
Em meio a mais uma onda de ataques ao presidente do Banco Central, motivada pela manutenção da taxa básica de juros a 10,5% ao ano, o presidente Lula (PT) convocou nesta quarta-feira, 26, os empresários do setor produtivo para pressionar Roberto Campos Neto.
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Transcrição
00:00Meu caro Rodrigo Oliveira, você que não é um cara bolado, mas hoje pela manhã o presidente Lula
00:08deu uma entrevista para o UOL e mostrou que ele ainda está bolado com a direção do Banco Central.
00:18E ele deu uma declaração sobre o Galípolo, dizendo que não é hora de escolher, não é hora de definir ainda
00:25a minha vida em relação a esse caso. Vamos ouvir o presidente Lula ou o Rodrigo Oliveira, que eu quero ouvir
00:29as suas considerações.
00:31A segunda coisa é o seguinte, o Galípolo é um companheiro altamente preparado, conhece muito o sistema financeiro,
00:38mas eu ainda não estou pensando em questão do Banco Central, não estou pensando, vai chegar o momento que eu vou pensar
00:43e vou indicar o nome para que seja presidente do Banco Central. E não venho com churumela, como diria o Fernando Henrique Cardoso
00:51para mim, não venho com churumela. Sabe por que eu fui presidente há oito anos, eu tive presidente do Banco Central
00:57e o Meirelles tinha total autonomia? Porque eu não preciso de uma lei para dizer que tem autonomia, eu preciso respeitar
01:04a função do Banco Central. A pergunta que eu faço é o seguinte, o Banco Central tem necessidade de manter a taxa de juros
01:11a 10,5% quando a inflação está a 4%. O Banco Central leva em conta de que as pessoas estão tendo dificuldade
01:20de fazer financiamento? Porque é o seguinte, cara, não é culpa sequer do Banco Central, é culpa da estrutura
01:27que foi criada. Ou seja, o cara não pode ser só cuidar da inflação. Precisa cuidar do seguinte, o Banco Central vai ter um plano
01:33de meta de crescimento, eu quero controlar a inflação, mas eu quero crescer. A gente vai avançar para isso?
01:39Então eu estou com muito cuidado, eu continuo criticando a taxa de juros, eu até acho que não deveria ser o presidente
01:45que criticasse, porque teve um tempo que a gente tinha o Tremio de Moraes, eu tinha o Zé Leica que batia muito
01:52na taxa de juros, mas é preciso que os empresários do setor produtivo, a CNI, a FIEP, ao invés de reclamar do governo,
02:01eles deveriam fazer passear até contra a taxa de juros, porque são eles que estão tendo dificuldade,
02:06são eles que não conseguem crédito, não é o governo.
02:11Então, Rodrigo Oliveira, parafrazendo aqui a nossa grande Maria Lúcia, meio-dia em Brasília,
02:17sem Rodrigo Oliveira não é meio-dia em Brasília, né? Inclusive, olha, a Maria Lúcia até falou aqui,
02:22olha, eu gosto de você, Wilson, cadê? Sorry, Wilson, mas o Rodrigo é o Rodrigo e eu concordo.
02:27Rodrigo é o Rodrigo, por isso que eu fiz questão de segurá-lo aqui durante todo o programa.
02:31Meu caro Rodrigo Oliveira, o Lula parece que não aprende. Eu até falava hoje em casa que eu acho
02:41que eu vou começar a adotar a seguinte postura, comprar dólar antes das entrevistas do Lula,
02:46porque toda vez que ele fala, o mercado fica, nossa, o Lula falando o que não deve.
02:52É isso mesmo, meu caro?
02:54É um pouco disso, não é exatamente isso, mas é um pouco disso.
02:57Estou falando sobre o dólar aí, hein?
02:59Tá, tudo bem. E sobre o Banco Central?
03:02Está faltando alguém para criticar o Banco Central?
03:04O Lula desejamos ter um laranja para criticar o Banco Central, eu achei genial isso.
03:09Eu acho, eu acho. O Lula precisa disso. Por quê? Porque ele não pode, ele não gosta quando
03:16falam mal dele, ele fica chateado, e aí fica essa coisa triste. Ele fala, não, alguém tem que falar o que eu
03:21quero falar. Ele já tem gente para fazer isso em outros lugares, mas falta esta pessoa,
03:27que na verdade ficou com ele, porque ele sabe que ele precisa ir de um bode expiatório
03:31se as coisas não derem muito certo. Então ele se agarrou no Roberto Campos Neto.
03:36E eu acho, vou lembrar isso, em algum momento no futuro nós saberemos o que houve na conversa
03:44entre Roberto Campos Neto e Lula, quando os dois se conheceram já, o presidente Lula já eleito,
03:52e parece, o Haddad deu uma declaração no ano passado, enigmática, eu estava lá e não foi agradável.
04:02O problema todo é pessoal, é uma picuinha pessoal. O Lula nem sabe qual é a taxa de juros.
04:11O Lula não tem a menor ideia de o que é a Selic. É pessoal, mas de qualquer maneira,
04:20está ele lá de novo falando, é assim, o dólar subiu hoje, está no nível recorde aqui,
04:265,50, 5,51, 5,50, 67, então 5,51, o maior nível para o dólar desde janeiro de 2022,
04:35o maior, o dólar mais caro desde que o Lula assumiu o mandato em 2023, em janeiro de 2023,
04:45é o dólar que faz você lembrar daquela história do Paulo Guedes,
04:49ah, se a gente errar muito o dólar vai a X, não lembro mais qual era o valor.
04:53Pronto, estamos aí a 5,50 e as coisas vão ficando mais difíceis.
04:57É culpa do Lula? Não, não é culpa do Lula, mas o Lula não está ajudando.
05:04O dólar está subindo contra as principais moedas do mundo, contra as moedas emergentes,
05:08tem a ver com a política de juros americana, mas o Lula não tem ajudado nessa entrevista
05:15e que ele fala essa coisa aí sobre, não precisa ser, o Lula, se ele parar para pensar no tamanho das neiras
05:23que ele está falando, seria simples, é o seguinte, Lula, tudo bem, vamos partir da premissa
05:29que nós podemos confiar em você, no senhor, em vossa excelência, vossa magnanimidade.
05:35E quando trocar? Porque o senhor, eu imagino, apesar de se comparar aí com Dom Pedro II e Getúlio Vargas,
05:44vai sair da presidência daqui no máximo seis anos, né, considerando aí, em uma hipótese,
05:53que seja reeleito para mais quatro.
05:56E o próximo? Basta a gente confiar nessa pessoa que vai aparecer e vai deixar o Banco Central independente?
06:02Será? Vamos pensar um pouquinho além, um pouquinho além do seu umbigo, meu querido Luiz Inácio Lula da Silva.
06:13Coisas são mais complexas e mais complicadas do que você gosta de fazer parecer
06:18e você sabe disso, não sabe para que serve o juros, mas sabe disso, que as coisas são mais complexas que essa.
06:25Acabou a eleição, Lula, está na hora de assumir o mandato e começar a trabalhar.
06:31É basicamente isso.
06:33E aí, durante essa entrevista, ele fala de novo sobre independência, como a gente está falando,
06:39e fala que não precisa disso e que não vai falar agora quem vai ser o nome.
06:45Sugere que talvez não seja o Galípolo, o pessoal já fica com medo que venham Mântega,
06:49André Lara Rezende, Mercadante e essas outras personalidades petistas.
06:57E aí, o mercado fica um pouco avoraçado.
07:01Enquanto isso acontecia, o Diário Oficial da União publicava em edição extra o decreto que muda o sistema de meta de inflação.
07:12De meta de inflação do ano-calendário para a meta contínua, isso também impactou o mercado hoje.
07:18É um assunto que eu quero explorar com você com mais calma, Rodrigo.
07:22Mas antes da gente seguir para a questão da meta da inflação, porque hoje também foi divulgado IPCA,
07:26Matheus, solta por gentileza essa imagem que eu te coloquei, que eu mandei para você,
07:31aqui no...
07:33Aqui, ó.
07:35Essa imagem aí, para que vocês entendam, meus amigos.
07:40Rodrigo Leiveira, deixa eu parafrasear a vossa excelência.
07:43Meus pequenos gafanhotos, meus queridos e minhas queridas.
07:48Essa imagem foi divulgada ontem nas redes sociais do Banco Central,
07:52fazendo uma brincadeira com o filme Divertidamente 2.
07:56Está ali a alegria, contento todo mundo, falando, nossa, uma nova emoção.
08:01Aí a nova emoção é, oi, eu sou à vontade de gastar sem poder.
08:06Contexto do filme, para quem não assistiu, todo pai já deve ter assistido esse filme, né?
08:11O Divertidamente 2 lida com outras emoções que ainda não eram conhecidas.
08:17Ansiedade, por aí vai.
08:19Enfim, então você tem esse momento ali de descoberta de novas emoções,
08:22e o Banco Central brincando com essa frase.
08:24E na legenda, está aqui.
08:27Manter as emoções sobre controle ao fazer compras é essencial para evitar gastos impulsivos.
08:34Apesar de ser uma tirinha para a população...
08:37Obrigado, Matheus.
08:38Rodrigo Oliveira, pareceu que a comunicação do Banco Central,
08:45não sei se a pedido do Campos Neto, não sei quem foi que deu a ordem,
08:49no mínimo não pensou muito na repercussão disso,
08:52porque ficou parecendo umas tocadas no presidente Lula, ou não?
08:56Pois então, eu até comentava isso ontem com a minha esposa aqui em casa,
09:01a gente falando um pouco sobre isso.
09:02Eu estou ficando velho, provavelmente.
09:07Eu acho que os departamentos de comunicação se perderam um pouco com essa história da mídia social.
09:16O Banco Central do Brasil, o perfil do Banco Central do Brasil nas mídias sociais,
09:23tem que continuar sendo o Banco Central do Brasil.
09:28Eu acho muito bonitinho isso.
09:30Ah, faz uma brincadeirinha aqui, uma brincadeirinha lá.
09:33Mas você precisa manter a ideia dessa instituição.
09:41É uma instituição pública séria, não é uma instituição pública que tem muito espaço para brincadeirinhas.
09:48Mas essa é uma brincadeirinha.
09:50Tudo bem, talvez tenha sido, talvez estivesse agendado já,
09:54você pode agendar esse post, não sei com quanto tempo de antecedência,
09:59e aí alguém esqueceu e apareceu lá.
10:01Mas olha o desconforto que isso vai causar.
10:04Porque o Roberto Campos Neto, eu imagino,
10:07não gere a conta de Instagram do Banco Central do Brasil,
10:10mas vai tapando para a manga de novo para falar,
10:14olha, está provocando o Lula, o Lula é esse aí,
10:17quer gastar sem poder.
10:20O Lula é esse cara com o cartão de crédito que ele não vai pagar,
10:24só vai passar o cartão enquanto aceitarem, ele está comprando.
10:28É, pega mal, pega mal.
10:30Eu já ouvi até que aquele personagem era a Janja, na verdade, não é?
10:33É, mas é assim, eu acho que aqui vai um conselho, né?
10:42É aquilo.
10:43Mas eu acho que uma diretriz importante para as comunicações de órgãos públicos,
10:52mantenham em mente que aquilo é um órgão público,
10:55é uma instituição do Estado, não é uma pessoa...
10:58Eu já acho que é um absurdo o vice-presidente da República
11:02imitando o mestre Miyagi em dia de karatê e sei lá o quê,
11:07de Papaléguas, o Alckmin de Papaléguas.
11:13Desnecessário, né?
11:14Eu acho que é desnecessário que a gente trate as instituições brasileiras.
11:19Eu gosto muito de humor, vocês sabem disso,
11:21quem me acompanha aqui sabe disso.
11:22Sou uma pessoa que gosta de fazer piada, gosta de brincar com as coisas,
11:26mas eu acho que quando você representa uma instituição,
11:29você tem que lembrar que é a instituição que está falando.
11:33Mas estamos com esse probleminha.
11:36É, mas, Rodrigo, aí tem um detalhe que eu acho importante quando você fala, querido,
11:39porque assim, a gente brinca, lógico.
11:41O jornal é muito leve, nós temos essa sintonia, a gente faz piada, isso é fato.
11:47Só que aí é que é o ponto.
11:50E isso, eu confesso que eu venho aprendendo na prática.
11:53Todo dia pra mim aqui, quando eu ligo esse microfone, eu tenho um aprendizado.
11:58Eu gosto de conduzir as coisas de forma mais leve.
12:02Só que tem um detalhe, só que você precisa achar exatamente o limite.
12:06Porque você não pode dar risada de absolutamente tudo,
12:10ou ficar, ou transformar tudo em uma grande brincadeira.
12:13Lógico, fazer uma piada aqui, outra piada ali é do jogo, faz parte.
12:16E o jeito antagonista de fazer jornalismo é esse jeito, mas irreverente.
12:19Fato.
12:21Só que aí é que é o ponto, né, Rodrigo?
12:23O chato é você estabelecer esse limite.
12:26E no momento em que o Banco Central está no centro do debate público,
12:32no momento em que o presidente da República é questionado sobre gastos públicos,
12:36no momento em que você tem uma decisão do Copom,
12:41que foi unânime, relacionada à manutenção da taxa de juros,
12:45uma briga do Lula com o Copom, com o Comitê de Política Monetária.
12:49Quer dizer, você soltar um meme desse é pedir para sofrer crítica.
12:55Por mais que não tenha sido intencional,
12:57por mais que a intenção da comunicação do Banco Central tenha sido,
13:01não, só fazer ali uma...
13:03tratar de um tema muito complicado, de uma forma muito leve,
13:06mas a interpretação que ficou para a política, para a classe política, foi...
13:11Gente, o Banco Central está cutucando a presidência da República
13:15e dando o seu recado, claro.
13:18Política é feita de gestos.
13:20E aí o BCM solta essa,
13:22por mais que não tenha tido a intenção,
13:24mas para o público ficou essa intenção.
13:27De novo, né, não basta a mulher de César ser honesta.
13:31Ela precisa parecer honesta, né, Rodrigo?
13:33É isso, é exatamente isso.
13:36E assim, é desnecessário.
13:37Eu entendo, acho que você cria um perfil novo,
13:42Banco Central do Brasil, educacional, sei lá,
13:45aí você faz essas brincadeiras.
13:46Já ia pegar mal mesmo se fosse assim,
13:49mas no perfil do Banco Central,
13:52eu acho que é desnecessário,
13:53mas é aquilo, né, estou ficando velho.
13:56É, mas quem não está ficando velho,
13:58ou pelo menos quem não larga das velhas declarações,
14:02é o presidente Lula.
14:04Deixa eu aproveitar e soltar aí, Matheus.
14:06Um outro trecho da entrevista dele,
14:08em que ele fala dos malvadões na Faria Lima.
14:11Por favor.
14:11As pessoas precisam compreender o seguinte,
14:15você acha que a Faria Lima tem alguém
14:16que quer mais bem ao Brasil do que eu?
14:19Que tem interesse de melhorar a vida do povo mais do que eu?
14:22Você acha que tem?
14:23Vamos ser franco.
14:25Você acha que quando eles estão discutindo
14:27o aumento da taxa de juros,
14:28eles estão pensando no cara que está dormindo demais do aponte?
14:31No cara que está dormindo na sarjeta?
14:32No cara que está morrendo de fome?
14:34Não pensam.
14:36Pensam no lucro.
14:37E o país tem que ter alguém que pense no povo.
14:41É, rapaz.
14:46E aí, Rodrigo Oliveira, quer comentar alguma coisa?
14:49Eu tenho preguiça do Lula nessas horas.
14:53É muita disfarçatez.
14:56A pergunta é a mesma e é tão ridícula quanto se eu respondesse com...
15:03Mas você acha que o presidente Lula, quando está viajando pela Itália,
15:08ele está pensando no pobre que mora embaixo da ponte?
15:11Você acha que quando ele compra uma gravata de não sei quantos mil reais
15:14ele está pensando no camaradinha que está passando fome?
15:19Você acha que quando ele compra um sapato, não sei das quantas,
15:23ele está pensando em não sei quem?
15:24Quando ele se hospeda num dos hotéis mais caros de Londres?
15:28Ele está pensando em quem precisa colocar um filho na escola?
15:32Ah, vai caçar o que fazer, né?
15:35Falta de uma expressão que eu possa falar a esse horário.
15:38Mas, pelo amor de Deus, isso é muito proselitismo, né?
15:42E é muito um bivocentrismo, né?
15:48É muito achar que não tem ninguém melhor que eu no mundo.
15:52Ah, para, vai caçar o que fazer.
15:54Como eu falei, está na hora de tomar posse.
15:58Está na hora de começar a trabalhar.
16:02Chega dessa palhaçada de ficar falando besteira
16:05e viajando por aí só para fazer graça.
16:08Está na hora de começar a trabalhar a Lula.
16:10Vai por mim, cola em mim que é sucesso.
16:16Boa observação, Rodrigo Oliveira.
16:18Cola em mim que é sucesso. Muito bem.
16:20Meu caro, para a gente fechar, temos aquele giro dos mercados?
16:23Você preparou algo?
16:25Temos como?
16:25Vamos lá, rapidinho.
16:27Deixa eu só falar sobre a meta de inflação.
16:29Ah, por favor, realmente, eu tinha esquecido.
16:31Eu tinha esquecido, por favor.
16:33Rapidinho.
16:34O CMN, ou o CMN, como o Haddad gosta de falar,
16:38o Conselho Monetário Nacional, se reúne hoje.
16:41A reunião começa agora à tarde, se não me falha a memória.
16:45O CMN é composto ali pelo Haddad e Roberto Campos Neto,
16:51composto pelo ministro da Fazenda,
16:54ministro do Planejamento e presidente do Banco Central.
16:57E vai discutir, então, essa mudança no sistema de metas.
17:02Vocês vão lembrar que lá no ano passado,
17:04o governo anunciou que ia mudar o sistema de metas
17:07para ficar mais moderno, na verdade.
17:10É uma ótima ideia.
17:12E aí tem seus problemas.
17:14Mas é uma ideia boa, que é,
17:16você, em vez de ficar pensando no ano-calendário,
17:19de janeiro a dezembro,
17:20você começar a andar com isso.
17:22Isso evita que o Banco Central tenha que tomar medidas muito drásticas
17:27para poder cumprir a meta de inflação
17:30dentro do mesmo ano, de janeiro a dezembro.
17:33Bom, dito isso, o governo queria mudar a meta,
17:37para deixar uma meta mais tranquila.
17:39O mercado reagiu muito mal.
17:41E aí veio com essa ideia,
17:43que é uma ideia que nasceu lá dentro do Banco Central.
17:45Diogo Guilhem é uma das cabeças por trás disso,
17:49um dos indicados pelo Bolsonaro,
17:51diretor de política econômica,
17:54se não me falha a memória,
17:55lá do Banco Central.
17:55Diogo Guilhem é um dos que pesquisou isso.
17:58E olha, só a gente, mais não sei quem lá no mundo,
18:02que usa isso como ano-calendário.
18:04Vamos transformar em meta contínua.
18:06Nos Estados Unidos é assim.
18:07Então, o que é isso?
18:08Aí ficou esse rame-rame.
18:11E hoje o Diário Oficial da União
18:13trouxe o decreto do presidente Lula,
18:16mantendo a meta de inflação do Brasil
18:18de 3% ao ano,
18:21ou no ano,
18:23ou por ano,
18:25com 1,5% de banda para cima e para baixo.
18:28Isso quer dizer que a inflação tem que ficar
18:29entre 1,5% e 4,5% em 12 meses.
18:35E mudando a medição para 12 meses contínuos.
18:41Então, você não fica preso em janeiro a dezembro.
18:44Sim, janeiro a dezembro,
18:45depois fevereiro, janeiro,
18:47março, março, fevereiro,
18:49e assim vai.
18:50Você sempre vai tirando uma média aí,
18:52uma média não,
18:53um acumulado da inflação
18:54desses 12 meses continuamente.
18:58Uma das dúvidas que a gente tinha
18:59era justamente esse prazo.
19:0112 meses parece um prazo muito curto.
19:04A expectativa é que fosse para 18, 24 meses,
19:08mas ficou em 12 meses.
19:10E aí,
19:12o Banco Central se explica
19:13no sistema atual,
19:15ou até a mudança,
19:16até antes da mudança,
19:18toda vez que chega em dezembro
19:20e a meta não foi cumprida,
19:22ultrapassou alguma das bandas,
19:24ou a banda superior,
19:25ou a banda inferior,
19:27o Banco Central tem que mandar uma carta
19:28ao presidente da República
19:30explicando o que aconteceu
19:31e por que ele falhou na missão dele.
19:34Muito bem.
19:35Agora,
19:37o governo colocou a meta
19:38de 12 meses contínuos
19:41e o Banco Central tem que se explicar,
19:45tem que se explicar,
19:46mandar essa carta,
19:48toda vez que,
19:49por seis meses consecutivos,
19:53a inflação esteja acima da meta.
19:56Então, basicamente,
19:57é o seguinte,
19:57se durante o período
19:59de seis meses consecutivos,
20:01o Banco Central,
20:02a inflação estiver acima de 4,5,
20:05e o que é a inflação?
20:06Nesse caso,
20:07é o IPCA,
20:08ficar acima de 4,5,
20:10o Banco Central,
20:11então,
20:11tem que explicar.
20:13Parece muito tempo
20:14dentro de uma janela
20:15de 12 meses
20:16e pode dar vazão
20:18a algumas críticas
20:20do tipo,
20:20olha,
20:21isso começa a valer
20:21a partir de janeiro de 2025,
20:23isso é um esquema
20:27para você conseguir
20:28baixar os juros,
20:30porque imagina o seguinte,
20:32se você chega cinco meses
20:33antes da eleição,
20:34por exemplo,
20:35você vai cortando os juros
20:36que não tem problema,
20:37o Banco Central não tem
20:38que falar nada,
20:39mesmo que ele fique aí
20:40seis meses fora da meta.
20:43Então,
20:44deve ter algumas críticas,
20:47mas é isso,
20:47a vantagem
20:48é que o sistema melhorou
20:50sendo contínuo,
20:52embora ainda precise
20:53de alguns ajustes,
20:54como lembrava
20:55um amigo do meu pai,
20:56o Brasil é como se fosse
20:57um transatlântico,
20:59você não muda de direção
21:00dando cavalinho de pau,
21:02você vai mudando lenta,
21:04mas certamente.
21:05E essa é,
21:06aparentemente,
21:07uma mudança
21:08para o sentido correto,
21:09tá bom?
21:10Então,
21:10e aí
21:13
21:14Tchau, tchau.
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