O chefe da Delegação Permanente do Brasil no Escritório da ONU em Genebra, embaixador Tovar da Silva Nunes, afirmou na quinta-feira que o Brasil reconhece diversas violações de direitos humanos no Irã, incluindo a pena de morte de crianças.
Mesmo assim, baseado no “espírito de um diálogo construtivo“, o Brasil preferiu se abster na votação de uma resolução para ampliar as investigações no Irã.
Apesar da decisão brasileira, a resolução que estende as atividades do relator especial da ONU no Irã e cobra que o governo iraniano colabore com a investigação foi aprovada pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas por 24 votos favoráveis, 8 contrários e 15 abstenções.
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00:00Muito bem, o chefe da Delegação Permanente do Brasil no escritório da ONU em Genebra, embaixador Tovar da Silva Nunes, afirmou na quinta-feira que o Brasil reconhece diversas violações de direitos humanos no Irã, incluindo a pena de morte de crianças, mesmo assim, baseado no, aspas, espírito de um diálogo construtivo, fecho aspas.
00:21O Brasil preferiu se abster na votação de uma resolução para ampliar as investigações no Irã.
00:29É o seguinte, estão matando criancinha lá. Pena de morte para criança.
00:34O Brasil fala, é, não, realmente isso não deveria ser assim, então, ah, vou ficar de fora aqui, vou me abster.
00:41Estão querendo investigar, não, o Brasil vai ficar em cima do muro, não é? Curioso.
00:48A gente tem o vídeo do embaixador, produção, então pode soltar.
00:51Nós encorajamos o governo iraniano a colaborar com as procedências especiais do Conselho de Direitos Humanos,
00:59particularmente o especial rapporteur sobre a situação dos direitos humanos no Irã.
01:04Despite recentes progressos em algumas áreas, incluindo em atingir o acesso igual à educação para as mulheres e as mulheres,
01:11o Brasil está muito preocupado com a continuada aplicação da pena de morte no país,
01:17incluindo contra os filhos.
01:20O direito de proteção para a paz e associação e associação deve ser estrenado.
01:26Fundo, associações são necessárias para garantir que a liberdade de expressão e opinião
01:30são upheldes offline e online.
01:34There is also the need to repeal existing gender discriminatory laws
01:39and promote the rights of women and girls,
01:42including equal participation of women in political life
01:45and to strengthen the protection of human rights defenders.
01:48On the understanding that Iran will strengthen its efforts
01:51to improve the human rights situation in the country
01:54and based on a spirit of a constructive dialogue,
01:57Brazil will abstain.
01:59Falou isso tudo para, no final, se abster aquela velha postura do governo Lula.
02:10Ele fala assim, não adianta reclamar muito, fazer uma crítica mais incisiva, etc.,
02:16porque nós queremos construir uma solução.
02:19Isso serve para tudo, né?
02:21Para a Venezuela, para a Nicarágua, para a Cuba, para a Rússia.
02:25Nunca adianta fazer qualquer tipo de crítica ou tomar um posicionamento
02:31numa votação de Assembleia.
02:34Nunca adianta se é contra os interesses dos regimes autocráticos
02:40ou tirânicos, ditatoriais dos aliados do Lulídio.
02:44Eles fazem uma ceninha ou outra para não ficar tão mal assim na fita,
02:49mas o que vale é o ato.
02:51O ato vale muito mais do que a palavra.
02:54Apesar da decisão brasileira, a resolução que estende as atividades
02:58do relator especial da ONU no Irã
03:00e cobra que o governo iraniano colabore com a investigação
03:04foi aprovada pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas
03:08por 24 votos favoráveis, 8 contrários e 15 abstenções.
03:14Em 2021, a ONU calculava que 85 jovens estavam esperando
03:18no corredor da morte no Irã, após terem sido condenados
03:21em processos que violavam os tratados de direitos humanos.
03:25Naquele ano, Arman Abdul Ali, de 17 anos, foi morto acusado de assassinato.
03:32Ele passou por confinamento em solitária antes de ser executado.
03:36Em 2022, atos de grandes proporções foram motivados pela morte da jovem
03:40Maza Amini, de 22 anos, detida e agredida violentamente
03:45pela polícia moral do Irã.
03:47Lá tem uma polícia moral por supostamente usar de forma inadequada
03:52um véu obrigatório de cobrir a cabeça.
03:57Houve, portanto, manifestações contra a morte de uma jovem
04:03simplesmente porque ela usou um véu obrigatório
04:08de uma maneira considerada pelo regime teocrático iraniano inadequada.
04:14Então, essa é a gravidade.
04:16Às vezes, pode ter gente, inclusive aqui no nosso público,
04:20que defenda, em tese, em teoria, a pena de morte para criminosos
04:26ou para determinados tipos mais graves de crime, como para os crimes hediondos.
04:31Vamos supor que haja brasileiros, as pesquisas mostram isso,
04:34que defendem a pena de morte para crimes hediondos.
04:37Acontece que a questão é, num regime autocrático,
04:43se pode fabricar uma prova para justificar a pena de morte
04:50que, eventualmente, é simplesmente um assassinato de uma pessoa inocente,
04:55acusada injustamente do cometimento de determinado crime
04:59ou acusada, é de algo que nunca no mundo deveria render uma pena de morte,
05:06como usar o véu de uma maneira inadequada.
05:09E é por isso também que há uma indignação mundial
05:11em relação àquilo que acontece no regime iraniano,
05:14contra o qual gente como Lula nunca se volta.
05:18Está lá falando contra judeus, está lá falando contra países
05:23que têm governos não exatamente alinhados à sua agenda,
05:26mas as barbaridades cometidas nos regimes aliados
05:29geram um silêncio ou, como no caso, uma abstenção.
05:33Carlos Greve, o que você destaca?
05:37Felipe, os exemplos dessa política externa escabrosa do governo Lula
05:43vão se acumulando.
05:47A gente está naquela situação de que,
05:49de onde você não espera nada, nada virá mesmo.
05:52Eu não tenho expectativa mais nenhuma
05:55de um bom sinal da política externa.
05:58E às vezes as pessoas falam
05:59Ah, mas por que vocês dão tanta atenção
06:02à política externa do governo Lula?
06:06De fato,
06:08sob um certo ponto de vista,
06:11ela é irrelevante.
06:13O Brasil não tem a relevância
06:14que o Lula gostaria que o país estivesse
06:16no conserto das nações,
06:19para usar uma expressão bem das antigas.
06:22Mas essa política externa revela
06:26a natureza das convicções
06:31sobre direitos humanos,
06:33sobre democracia,
06:36sobre liberdade do governo Lula.
06:40Ela é muito importante para deixar exposta
06:42a hipocrisia do discurso interno
06:46e o absoluto descompromisso com esses valores
06:54quando se trata dos outros países.
06:56Essa história é para deixar aberto
06:58o canal de conversa.
07:02Para que deixar aberto o canal de comunicação?
07:05O governo Lula deixou o canal de comunicação aberto