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Os investidores devem acessar novamente as apostas sobre o futuro do ciclo de cortes da Selic durante os próximos dias. Além da explicação do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre o que são as conjunturas domésticas “mais incertas” citada no comunicado, o mercado financeiro ainda deve responder a dados da prévia da inflação por aqui e do PCE (Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal), que é o número que o FED (Federal Reserve) acompanha mais de perto nos Estados Unidos para definição da política monetária.
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Transcrição
00:00Gente, o Comitê de Política Monetária divulgou nessa terça-feira a ata
00:03sobre a última reunião do órgão do Banco Central, realizada na semana passada.
00:08É bom lembrar que na quarta-feira última, o Copom reduziu a taxa básica de juros
00:14pela sexta vez seguida em meio ponto percentual.
00:17Então, a taxa que era de 11,25 caiu para 10,75% ao ano.
00:24Apesar disso, Rodrigo, o Copom me parece que ele deu um indicativo de que
00:29vai depender de novo do governo federal se essa trajetória de queda de juros
00:37ela vai ser mais intensa ou não.
00:39Eu não sei, eu dei uma lida na ata, em alguns trechos, Rodrigo,
00:43e me pareceu com o seguinte, né, parece que, olha, a decisão foi unânime,
00:47só que, olha, gente, me pareceu que existiam ali alguns recados para o governo federal,
00:53principalmente para a Dádia, olha, faz a sua parte aí que eu faço a minha parte aqui.
00:57Ou eu estou equivocado nessa minha interpretação?
00:59Boa tarde, Rodrigo.
01:00Boa tarde.
01:02Assim, na prática, sim e não, né, para variar, né,
01:06as minhas respostas aqui são sempre terríveis para essas perguntas.
01:10Mas vamos lá, é assim, ó, tem uma menção ali ao fiscal que era um receio
01:16que o pessoal tinha que o Banco Central ia apontar o fiscal como um problema,
01:20não foi exatamente isso, manteve ali só, olha, existe uma preocupação
01:26para que a meta seja mantida, etc e tal, para que haja ancoragem das expectativas.
01:32Mas o Banco Central veio com um novo item, assim, ele já vinha falando um pouco disso
01:36e veio com uma nova preocupação.
01:39E aí eu vou tentar explicar isso para vocês, que é o tal do hiato, né,
01:43talvez vocês comecem a ouvir um pouco mais, falar sobre isso, né,
01:48então tem um problema de hiato, olha que coisa bonita, é quase uma doença, né.
01:53O Brasil tem um PIB potencial, então tem um tanto que o país consegue crescer,
01:59o Wilson desmaiou, está vindo para a média.
02:01Mas vamos lá, o Brasil tem o tal do PIB potencial, que é o quê?
02:07Quanto que os economistas, quantos que os entendidos sobre o assunto
02:10acham que o Brasil pode produzir, pode crescer a produção
02:15sem que tenha um efeito colateral inflacionário?
02:20Então o que é isso?
02:21As empresas, elas produzem, elas têm a capacidade de produzir 100 produtos,
02:28uma empresa específica.
02:29Vamos supor que é essa empresa, a economia brasileira toda.
02:32Hoje, ela está produzindo 95 produtos.
02:37Se a gente continua crescendo, a gente vai chegar nesses 100 produtos
02:42e a partir daí, se houver mais demanda pelos produtos,
02:46quem vende esse produto vai aumentar o preço do produto.
02:50E aí quem pagar mais leva o produto.
02:53Isso é uma lei de mercado, é assim que funciona em mercados
02:56que não são regulados ou que são autorregulados.
03:01Vamos lá.
03:03Então qual é o problema?
03:05Na estimativa do Banco Central, segundo o questionário pré-Copon,
03:10os economistas têm ali um número de PIB,
03:14para o crescimento desse ano, de PIB potencial de 1,9.
03:17A gente está numa expectativa de crescimento de 1,8.
03:20E o Banco Central começou a ficar preocupado com isso.
03:24Porque se a gente continuar crescendo o PIB sem conseguir aumentar a capacidade produtiva,
03:30isto é, aumentar a produção potencial,
03:33a gente pode ter esse efeito colateral que seria a inflação.
03:37O hiato, quando o Banco Central fala do hiato,
03:40ele está falando dessa diferença entre o PIB potencial
03:43e o PIB que a gente já está produzindo, ou o PIB esperado.
03:48Como esse ato tem se fechado, a gente tem mais riscos para a inflação.
03:54Ah, mas de onde sai essa expectativa do PIB potencial?
03:57Pois bem, isso é meio subjetivo, tem um monte de contas, etc.
04:00Mas é um número que não é exato.
04:03Portanto, pode ser que não tenha esse resultado,
04:07você chegar nesse possível ou provável PIB potencial.
04:12Então, o que o Banco Central está dizendo é o seguinte,
04:16olha, a gente precisa de mais investimento
04:18para a capacidade econômica brasileira melhorar,
04:21para a gente ganhar produtividade.
04:23Caso contrário, o Banco Central vê muita incerteza nos próximos meses,
04:30dado o que a gente está vendo na atividade econômica
04:33e o que a gente está vendo é o que a gente tem que lidar
04:36como política monetária para controlar a inflação.
04:38Então, basicamente, o recado aqui em poucas palavras é
04:42estamos preocupados porque a gente não tem mais tanta visibilidade
04:46sobre quais serão as reações da economia no futuro.
04:49Por isso, retiramos aquela ideia de colocar mais dois cortes de 0,50
04:56e sim, vamos manter mais um corte de 0,50
05:00e o próximo a gente vai ver conforme os dados vão chegando.
05:05Então, basicamente, é até um pouco alinhado com o que o governo tem defendido,
05:09que é o aumento do investimento.
05:11O que o presidente, às vezes, teme, teme não, insiste em discordar
05:18é que ele, obviamente, entende isso, mas como sempre eu falo aqui,
05:22o nosso querido Mr. L, ele é um grande mago, ilusionista,
05:26ele faz de conta que não está vendo o que está na cara dele,
05:29que é, se eu investir no crescimento da minha produção agora, na minha empresa,
05:35aquela empresa que faz 100 produtos, eu vou comprar uma máquina nova.
05:39Muito bem, de onde vem essa máquina?
05:41Ah, vem do meu vizinho, vem da cidade vizinha, vem de outro continente, por exemplo, a China,
05:48demora para essa máquina chegar para aumentar a produção.
05:51E quando ela chegar, eu tenho que treinar novos empregados, etc.
05:55Então, o investimento que eu faço hoje não dá frutos hoje,
05:59como o Lula falou outro dia, é a tal da jabuticaba,
06:04você planta e vai colher em outro momento.
06:07Então, não tem para o Banco Central,
06:09enquanto houver essa pressão sobre o PIB potencial,
06:14há mais riscos se você sair baixando juros de uma forma pouco cautelosa,
06:21que é a palavra que o Banco Central gosta de falar.
06:22Além disso, o Banco Central também colocou um outro problema na conta,
06:26que seria a pressão salarial, principalmente no setor de serviços.
06:30Ele já tinha falado disso na ata passada e falou de novo,
06:34olha, como está tendo uma demanda muito forte por empregados,
06:39os salários têm ganhado reajustes reais,
06:44isso tem pressionado um pouco também a inflação,
06:47porque demanda mais dinheiro.
06:49E o Banco Central não acredita que esses ganhos de salário
06:52sejam ganhos em função de produtividade.
06:55E sim, porque há esse probleminha aí do hiato que está comprimido.
07:01Pouquíssimas palavras para a gente tentar resumir isso,
07:03não ficar um negócio, um livro, uma enciclopédia.
07:06A ideia é, o Banco Central acha que a partir de agora,
07:10a partir de maio, depois do próximo corte de 0,50,
07:12que vai levar a Selic de 10,75,
07:14que é onde ela está hoje, ao ano, para 10,25,
07:18os próximos cortes vão ter que ser vistos a cada momento
07:23e provavelmente, ou possivelmente, melhor do que provavelmente,
07:26possivelmente sejam reduzidos em magnitude.
07:31Então, ao invés de você cortar 50 numa,
07:34você corta 25 numa e 25 na outra.
07:37Mas isso, segundo o Banco Central,
07:39esse cenário todo ainda não alterou a taxa terminal,
07:43que é qual vai ser os juros quando o Banco Central
07:46finalmente parar de cortar os juros.
07:49O que aconteceu?
07:50No mercado, o mercado respondeu com um pouco mais de juros futuros,
07:54continuou ali marcando o juro final,
07:56o juro terminal a 9,75.
07:58Lá no Boletim Fox, que saiu hoje,
07:59também continua a Selic a 9% no fim do ano.
08:03Vocês veem que até todo mundo que está
08:06olhando para isso todo dia,
08:08ainda não tem uma visão muito clara
08:09sobre onde vai parar a Selic.
08:11Enquanto isso, a gente vai ter um juros
08:13que incomoda o presidente da República,
08:16ou ele gosta de dizer que incomoda,
08:18porque terceiriza a culpa pelos problemas econômicos brasileiros.
08:41E aí

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