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Bastidores do poder, direto da fonte. Wilson Lima comanda um programa especial de retrospectiva de 2023 com os temas que agitaram o Brasil e o Mundo.
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00:00:30A CIDADE NO BRASIL
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00:02:07pode assistir os programas de O Antagonista na sua Smart TV sempre que quiser.
00:02:12Não perca tempo e aproveite os melhores conteúdos sobre política, economia, cultura e muito mais.
00:02:18Com a qualidade e a independência de O Antagonista na tela da sua TV.
00:02:37Olá, gente. Muito boa tarde. Sejam todos muito bem-vindos ao Meio Dia em Brasília.
00:02:51Dessa vez, um programa diferente, um programa com uma outra abordagem.
00:02:56Afinal de contas, começa, neste momento, a retrospectiva do Meio Dia em Brasília do ano de 2023.
00:03:05Vamos falar aqui sobre os principais fatos, as análises.
00:03:10Vamos rememorar tudo o que aconteceu nesse ano de 2023, que é um ano que eu considero o ano da sobrevivência.
00:03:18É o ano em que aconteceu muita coisa, algumas ficaram no meio do caminho, outras foram concluídas.
00:03:25Mas, enfim, aqui você vai ficar sabendo de absolutamente tudo, tá bom?
00:03:29Então, Matheus, para a gente não perder tempo, para a gente não perder o hábito, solta a vinheta.
00:03:38O resumo do Meio do Dia para você ficar por dentro de tudo o que acontece no país.
00:03:43Assim como aconteceu ao longo do ano de 2023, eu começo o programa te pedindo aquele like.
00:03:53Por favor, deixe o seu like, acione as notificações, mostre para o Gu que esse conteúdo é importante, ele é relevante.
00:03:59E que, definitivamente, esse conteúdo vai fazer a diferença na sua vida, a diferença para você.
00:04:09E, desde já, eu agradeço muito, muito a sua colaboração ao longo do ano de 2023.
00:04:16Essa colaboração foi importante para que a gente pudesse manter esse canal vivo,
00:04:21para que a gente pudesse ampliar essa mensagem para um número cada vez maior de pessoas, tá bom?
00:04:25E a gente não poderia começar o ano, não poderia começar essa retrospectiva sobre o ano de 2023,
00:04:33sem duas características.
00:04:34Primeiro, eu aqui, já no meu computador, respondendo mensagem de fonte,
00:04:38que mesmo num programa desse gravado, eu ainda tenho informações,
00:04:42mas eu também não poderia começar o ano, a gente não poderia falar de 2023,
00:04:47se a gente não fizesse uma... voltasse lá para janeiro, 8 de janeiro de 2023.
00:04:55Esse foi o fato do ano.
00:04:58Quem não lembra, né, que por volta das 13 horas, uma da tarde daquele domingo,
00:05:03aproximadamente 4 mil manifestantes, ainda inconformados, gente, com o processo eleitoral,
00:05:09com o resultado das urnas, eles marcharam em direção às sedes dos três poderes.
00:05:15Duas horas depois, eles romperam a barreira de segurança estabelecida pelos policiais militares
00:05:20e ocuparam a rampa do Congresso Nacional.
00:05:23Tá aí as imagens sobre esse dia, tá?
00:05:26Eles também ocuparam a parte interna do Senado, da Câmara, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.
00:05:34Houve uma intensa depredação.
00:05:37Você vê aí.
00:05:38Houve depredação de prédio público, invasão, o gabinete do Alexandre de Moraes foi invadido.
00:05:44Esse é o momento específico em que os manifestantes ainda eram contidos por integrantes da Polícia Militar,
00:05:51mas depois eles romperam essa barreira e conseguiram invadir a sede dos três poderes.
00:05:58É, durante aquele dia a gente teve que, de fato, entender muito exatamente o que aconteceu.
00:06:03Dá pra gente colocar um VT sobre o que aconteceu naquele dia, Matheus?
00:06:07Um compiladinho sobre as principais...
00:06:10Sobre aquele evento, sobre as invasões do 8 de janeiro.
00:06:13Primo, eu nunca imaginei subir a rampa.
00:06:15Eu tô subindo a rampa, primo.
00:06:17Olha que coisa mais linda, primo.
00:06:21Olha isso, primo. Olha isso.
00:06:27Olha isso, primo. Olha isso.
00:06:30Olha isso.
00:06:31Olha isso.
00:06:31Olha isso, primo.
00:06:34Olha isso.
00:06:37Olha, nós estamos no palácio aqui, ó.
00:07:03Olha, olha, o pessoal ali, ó.
00:07:14Olha, olha, olha.
00:07:15Olha, olha.
00:07:18Olha, olha.
00:07:27O que é isso?
00:07:57O que é isso?
00:08:27O que é isso?
00:08:29O que é isso?
00:08:31O que é isso?
00:08:33O que é isso?
00:08:37O que é isso?
00:08:39O que é isso?
00:08:41O que é isso?
00:08:43O que é isso?
00:08:45O que é isso?
00:08:47O que é isso?
00:08:49O que é isso?
00:08:51O que é isso?
00:08:53O que é isso?
00:08:55O que é isso?
00:08:57O que é isso?
00:08:59O que é isso?
00:09:01O que é isso?
00:09:03O que é isso?
00:09:05O que é isso?
00:09:07O que é isso?
00:09:09O que é isso?
00:09:11O que é isso?
00:09:13O que é isso?
00:09:15O que é isso?
00:09:17O que é isso?
00:09:19O que é isso?
00:09:21Olha, pessoal!
00:09:23Olha lá atrás, gente!
00:09:25E vamos ter fé que está vindo gente em peso.
00:09:28Agora é verdade.
00:09:29Eu estava desacreditada agora cedo.
00:09:31Mas não.
00:09:32Vamos!
00:09:34Olha isso, gente!
00:09:36Eu estou fazendo parte dessa história.
00:09:38E o pessoal está agora animou mesmo.
00:09:43Agora animou.
00:09:44Agora animou.
00:09:45Agora sim.
00:09:46Agora sim.
00:09:47A gente veio para a guerra.
00:09:48Família, liberdade!
00:09:50Família, liberdade!
00:09:52Família, liberdade!
00:09:58Esse era o clima naquele dia, né?
00:10:00Pessoas indo literalmente para a guerra.
00:10:03Guerra contra quem?
00:10:05Contra o Alexandre de Moraes?
00:10:07Contra a Lula?
00:10:08Contra o presidente do Senado,
00:10:11Rodrigo Pacheco?
00:10:12Contra o presidente da Câmara,
00:10:14Arthur Lira?
00:10:15Até hoje ninguém sabe necessariamente
00:10:17contra quem era aquela guerra.
00:10:19O fato é que depois desse tumulto,
00:10:23ou melhor dizendo,
00:10:25por conta desse tumulto,
00:10:27o prejuízo aos cofres públicos chegou
00:10:29a impressionantes.
00:10:3120 milhões de reais.
00:10:33Isso mesmo.
00:10:3420 milhões.
00:10:35Dinheiro meu,
00:10:36dinheiro seu,
00:10:37dinheiro de todos nós.
00:10:39No STF,
00:10:40esse quebra-quebra generalizado,
00:10:43ele custou
00:10:4511,4 milhões.
00:10:47Inclusive coloquei uma foto aqui
00:10:49em um antagonista
00:10:51da estátua da justiça
00:10:53de cabeça para baixo,
00:10:54porque aquilo ilustrava exatamente
00:10:56o que aconteceu naquele dia.
00:10:58Na Câmara,
00:11:00o prejuízo foi de 2,7 milhões.
00:11:02E no Senado,
00:11:04o custo desse quebra-quebra
00:11:05foi de 2,2 milhões.
00:11:07No Planalto,
00:11:08o prejuízo foi de 4,3 milhões.
00:11:11Obras raras foram depredadas,
00:11:14salas foram invadidas,
00:11:16documentos públicos foram queimados.
00:11:18Aconteceu de tudo.
00:11:20Uma cena inédita.
00:11:21Algo que nunca se viu
00:11:24e, pelo menos,
00:11:25espera que nunca mais
00:11:26se veja na história
00:11:27do nosso país.
00:11:28Ainda naquela noite,
00:11:30o então,
00:11:31o presidente Lula,
00:11:32não então,
00:11:33o presidente Lula,
00:11:34ele reuniu ministros do STF,
00:11:36integrantes da Esplanada
00:11:37dos Ministérios,
00:11:38deputados, senadores,
00:11:39e todos fizeram uma caminhada
00:11:41para, segundo ele,
00:11:42simbolizar que a democracia
00:11:45se mantinha firme e forte
00:11:47apesar dos ataques.
00:11:48Vamos colocar aí as imagens,
00:11:50por gentileza, Matheus,
00:11:51dessa caminhada do Lula
00:11:52naquela noite do dia
00:11:548 de janeiro de 2023.
00:12:06Essa praça aqui é um símbolo de Brasília,
00:12:09é um símbolo do nosso sistema de governo
00:12:13e enquanto nós estamos decepcionados,
00:12:16frustrados,
00:12:17estamos vivendo com muita raiva
00:12:19do que aconteceu aqui.
00:12:21Esse gesto de vandalismo
00:12:23nunca deveria ter acontecido
00:12:25e destruir o pé da Suprema Corte,
00:12:28como destruído significa
00:12:30que nós não vamos dar trégua
00:12:32até descobrirmos
00:12:33quem foi o responsável
00:12:35que financiou tudo o que aconteceu nesse país.
00:12:37De fato, o governo Lula não deu trégua
00:12:51aos seus inimigos políticos
00:12:52aproveitando-se justamente desse episódio
00:12:54do 8 de janeiro.
00:12:55O curioso é que naquele dia,
00:12:58ao longo daquele domingo,
00:13:00nós fizemos aqui uma super live.
00:13:01O Antagonista fez uma super live
00:13:03com participação de todo o nosso elenco,
00:13:05minha, do Claudio Dantas,
00:13:07que estava aqui na época,
00:13:08do nosso Carlos Graeb,
00:13:10enfim, entre outros convidados.
00:13:12Na época, o Graeb,
00:13:14ele já sabia qual seria
00:13:15a reação do governo federal
00:13:16e o interessante de olhar
00:13:18um pouco para trás
00:13:19é que o nosso diretor,
00:13:21o nosso Carlos Graeb,
00:13:23ele teve quase que uma visão profética
00:13:25sobre o que aconteceria
00:13:27meses depois.
00:13:29Matheus, solta o Graeb, por gentileza.
00:13:31Eu acho que pode ter um efeito paradoxal
00:13:35esse acontecimento de hoje,
00:13:40principalmente no Congresso.
00:13:44Tornou-se muito difícil
00:13:46para qualquer parlamentar
00:13:48que se identifique com a direita
00:13:51continuar falando em favor da direita
00:13:56como acontecia antes.
00:13:58se você for ver o que está acontecendo
00:14:01no Twitter,
00:14:02as pessoas estão tentando se distanciar
00:14:07dos acontecimentos de hoje.
00:14:09Vai ter uma reação que eu diria,
00:14:12sei lá como a gente pode chamar,
00:14:14talvez até corporativista,
00:14:16dos políticos e dos congressistas
00:14:19em repúdio a tudo isso que está acontecendo.
00:14:21Então, acho que vai se formar,
00:14:23de certa forma,
00:14:24um cordão sanitário ali em torno
00:14:28da Praça dos Três Poderes
00:14:30que pode beneficiar o Lula,
00:14:34pode beneficiar o governo Lula.
00:14:36A meu ver,
00:14:38com duas conversas,
00:14:40nada muito profundo que eu tenha apurado,
00:14:44que eu tenha apurado.
00:14:46Mas, enfim,
00:14:47como vinha dizendo o Leonardo,
00:14:50me parece que o grande ponto de interrogação,
00:14:55a grande dúvida,
00:14:57a grande aflição,
00:14:59está na maneira com que o governo
00:15:03vai lidar com o exército.
00:15:05Está pisando em ovos.
00:15:07em relação ao exército.
00:15:10Sobre o exército,
00:15:11a gente vai falar ao longo do programa,
00:15:13desse primeiro programa
00:15:14da retrospectiva de 2023.
00:15:16O fato é que,
00:15:17após a depredação dos prédios públicos,
00:15:20o Lula decretou intervenção federal
00:15:22no Distrito Federal
00:15:24e o ministro Alexandre de Moraes
00:15:26iniciou uma perseguição implacável
00:15:28a todas as pessoas que estavam envolvidas
00:15:30com os atos de 8 de janeiro.
00:15:33Dias depois,
00:15:34o secretário de Segurança,
00:15:35quer dizer,
00:15:36o secretário de Segurança do DF,
00:15:38o Anderson Torres,
00:15:39ele foi preso
00:15:41sob a justificativa
00:15:43de que ele incentivou os atos
00:15:45de 8 de janeiro.
00:15:47Depois,
00:15:48outras 1.200 pessoas
00:15:50foram encaminhadas
00:15:51à penitenciária da Papuda.
00:15:53Está aí,
00:15:54pelo ilustre de algumas pessoas
00:15:55que foram presas naquele dia.
00:15:57Até hoje,
00:15:58gente,
00:15:59algumas dessas pessoas
00:16:00ainda permanecem presas
00:16:01no Distrito de Segurança Máxima
00:16:03aqui do Distrito Federal.
00:16:05Após a invasão,
00:16:07como eu falei agora há pouco,
00:16:08o DF foi alvo de uma intervenção federal
00:16:11e os atos de 8 de janeiro
00:16:12foram alvo de investigação da Polícia Federal,
00:16:14Controladoria Geral da União,
00:16:16entre outros órgãos.
00:16:18O interventor do DF,
00:16:21o Ricardo Capelli,
00:16:22então secretário executivo do Ministério da Justiça,
00:16:26disse que houve uma espécie de apagão
00:16:28na inteligência da segurança pública do DF
00:16:31e que esse apagão
00:16:32teria sido responsável
00:16:34pela depredação e pela invasão
00:16:37nos atos de 8 de janeiro.
00:16:39O fato é que, com o tempo,
00:16:40surgiram outras informações
00:16:42que o Ricardo Capelli simplesmente ignorou
00:16:45no seu relatório.
00:16:46Entre elas,
00:16:48uma bem curiosa,
00:16:49que liga diretamente o governo Lula aos atos.
00:16:51Qual foi?
00:16:52É que imagens obtidas pela CNN
00:16:55apontavam que o então chefe do GSI,
00:16:58o G. Dias,
00:17:00estava ali distribuindo água
00:17:02e, digamos que, dando um...
00:17:05abrindo um tapete de boas-vindas aos manifestantes.
00:17:09Tá aí.
00:17:10O fato é que, depois,
00:17:12o G. Dias teve algumas oportunidades
00:17:15para se explicar sobre essas imagens.
00:17:17Essas imagens apareceram em abril.
00:17:19Aí ficou aquele troca...
00:17:20Aquele disse-me disso, né?
00:17:21O problema foi com os manifestantes.
00:17:23Eu não necessariamente
00:17:24era uma pessoa que estava ajudando
00:17:26os manifestantes a entrar
00:17:27no prédio do Palácio do Planalto.
00:17:30Ficou um troca-troca
00:17:32uma mudança de versões
00:17:34sobre esse caso
00:17:35e que o G. Dias, até hoje,
00:17:36não conseguiu explicar direito
00:17:37o que, de fato, aconteceu
00:17:39naquele 8 de janeiro.
00:17:42Tá?
00:17:43Matheus, inclusive,
00:17:44tem um trechinho
00:17:45do depoimento do G. Dias
00:17:47para a CPI
00:17:48dos atos antidemocráticos
00:17:50daqui do DF
00:17:51em que ele tenta explicar
00:17:52o inexplicável.
00:17:53Matheus,
00:17:54solta aí, por gentileza.
00:17:56Tá, beleza.
00:17:57É que eu vou colocar o vídeo, tá?
00:17:58Isso.
00:17:59Então, aí, você pode...
00:18:00Eu vou rodar dentro
00:18:01que vocês possam fazer.
00:18:02Tá.
00:18:11Uma primeira consequência
00:18:13desse...
00:18:14dos atos de 8 de janeiro
00:18:15foi justamente
00:18:16a CPI,
00:18:18ou melhor dizendo,
00:18:19a CPMI
00:18:20dos atos de 8 de janeiro.
00:18:21durante seis meses,
00:18:23os parlamentares se debruçaram
00:18:25a tentar achar o culpado
00:18:27por aquela balbúrdia
00:18:29do dia 8,
00:18:30da primeira,
00:18:31do início da segunda semana
00:18:33deste ano de 2023.
00:18:35E aí,
00:18:36temos aí um compilado
00:18:38de declarações polêmicas.
00:18:40Aquela investigação,
00:18:41no final das contas,
00:18:42ela serviu mais
00:18:43para deputados e senadores
00:18:44abastecerem os seus...
00:18:47as suas redes sociais
00:18:48do que necessariamente
00:18:49para se chegar a uma investigação
00:18:50de forma mais aprofundada.
00:18:52Mateus,
00:18:53solta o compilado
00:18:54da bacharia
00:18:55durante a CPMI
00:18:56de 8 de janeiro.
00:18:57O requerimento requer
00:18:59a criação
00:19:00de comissão parlamentar
00:19:01mista de inquérito,
00:19:03com a finalidade
00:19:04de investigar
00:19:05os atos de ação
00:19:06e omissão
00:19:07ocorridos
00:19:08no último dia
00:19:108 de janeiro,
00:19:11nas sedes
00:19:12dos três poderes
00:19:13da República,
00:19:14em Brasília,
00:19:15nos termos
00:19:16do artigo 58
00:19:17da Constituição Federal
00:19:19e 21
00:19:20do Regimento Comum
00:19:22do Congresso Nacional.
00:19:23Começa
00:19:27com o governo
00:19:28dominando algo
00:19:29que deveria ser
00:19:30um instrumento
00:19:31da oposição
00:19:32e da minoria.
00:19:34Senador Marcos Duval,
00:19:35estão com medo.
00:19:36Por qual razão
00:19:37no dia 21
00:19:38o senhor se demonstrou
00:19:39decepcionado?
00:19:40Quero manter
00:19:41meu direito a sujeito.
00:19:42Não é possível
00:19:43que essa pessoa
00:19:44está me falando isso.
00:19:45Os exércitos terrestres
00:19:46iam ajudar o exército
00:19:47a tomar o poder.
00:19:48Por alguns momentos
00:19:49eu quis acionar
00:19:50a lei da classificação
00:19:51indicativa.
00:19:52continua achando
00:19:53que bandido
00:19:54não sobe a rampa.
00:19:55Certo?
00:19:56Coronel,
00:19:57por gentileza,
00:19:58qual a sua patente
00:19:59dentro do exército
00:20:00brasileiro?
00:20:01Sou coronel.
00:20:02As senhorinhas
00:20:03que tantos
00:20:04aqui defendem,
00:20:05choram por elas
00:20:06e clamam.
00:20:07Tadabília,
00:20:08eu estou lhe chamando
00:20:09atenção pela primeira vez.
00:20:10Pode chamar atenção,
00:20:11presidente.
00:20:12Pode não.
00:20:13Vamos embora.
00:20:14Pode conseguir, deputada.
00:20:15Se vossa excelência
00:20:16continuar nesse ritmo,
00:20:17eu vou providenciar
00:20:18que vossa excelência
00:20:19vai sair do recinto agora.
00:20:21vossa excelência
00:20:22solicita a segurança
00:20:23que retira o deputado
00:20:24Abelha do plenário.
00:20:25O senhor vendeu
00:20:26três caixas de uísque
00:20:27ao senhor Renan?
00:20:28Ficaria em silêncio.
00:20:29Por que essa cara
00:20:30é diferente
00:20:31quando eu falei isso?
00:20:32Quando ele iria, senhora?
00:20:34A justiça federal
00:20:35daqui do Distrito Federal
00:20:37com uma representação
00:20:38contra o tenente-coronel
00:20:39Mauro Cid
00:20:40por abuso do direito
00:20:41do silêncio.
00:20:42Ficaria em silêncio.
00:20:43Ficaria em silêncio.
00:20:44Eu vou manter no silêncio.
00:20:45Eu vou manter no silêncio.
00:20:46Eu vou manter no silêncio.
00:20:47Eu vou manter no silêncio.
00:20:48Qual é a sua idade?
00:20:49Eu permaneceria em silêncio.
00:20:50Um encontro com Carlos Lambelli
00:20:52num restaurante.
00:20:53Tem testemunha que fala
00:20:54que foi no McDonald's
00:20:55tu mentiu aí.
00:20:56Ressaltando que eu li as conversas
00:20:58de vossa excelência.
00:20:59Posso dizer que o senhor
00:21:00é um criminoso contumaz.
00:21:01Ele não pode chamar um senador
00:21:03de criminoso cometendo
00:21:04um crime de calúnia.
00:21:05Retiro o que eu disse.
00:21:06Peço escusas.
00:21:07Eu não vou mais conceder
00:21:10questões de ordem.
00:21:12Senador Leão.
00:21:13Tá com raiva.
00:21:14Tá com raiva que eu vou participar.
00:21:16É oficial.
00:21:17Vou participar.
00:21:18O deputado vem vestido
00:21:19da forma como quer.
00:21:20Como se fosse um aeroluc
00:21:21e ainda quer tumultuar
00:21:22os trabalhos da CPMI.
00:21:24Tá me achando bonito, deputado?
00:21:25bonito, deputado?
00:21:26É pra levar pra casa
00:21:27pra poder ficar me admirando depois?
00:21:28Eu vou lhe mandar uma foto
00:21:29pro senhor botar no seu quarto.
00:21:31Porque se o golpe
00:21:32tivesse acontecido,
00:21:33se minha avó tivesse dente,
00:21:34ela jupava uva, pô.
00:21:3620 votos sim.
00:21:3811 votos não.
00:21:40Uma abstenção.
00:21:41Está aprovado o relatório
00:21:43da senadora Elisiane Gama.
00:21:50O relatório da senadora Elisiane Gama,
00:21:52ela pediu um indicamento
00:21:53de 61 pessoas.
00:21:54por crimes como
00:21:56associação criminosa,
00:21:57violência política,
00:21:58abolição do Estado Democrático,
00:22:00direito e golpe de Estado.
00:22:01Golpe de Estado.
00:22:02Entre os indiciados
00:22:03estavam o ex-presidente Jair Bolsonaro
00:22:06e outros integrantes do governo,
00:22:09quer dizer, do então governo,
00:22:10como Walter Braga Neto,
00:22:12Augusto Heleno e Anderson Torres,
00:22:14que foi ex-ministro da Justiça.
00:22:16também constam, né,
00:22:18constaram da lista de pedidos de indiciamento
00:22:22integrantes do GSI e da Polícia Militar
00:22:24do Distrito Federal.
00:22:25Até parlamentares entraram nessa lista, né,
00:22:28como foi o caso da deputada Carla Zambelli.
00:22:31A senadora reiterou na época, né,
00:22:35melhor dizendo, a Carla Zambelli
00:22:37reiterou na época, né,
00:22:38que foi indiciada sem ter qualquer tipo de provas.
00:22:41Os integrantes da base governista,
00:22:43no entanto, foram poupados, né,
00:22:45desse relatório, como o Flávio Dino.
00:22:47A oposição apresentou um relatório paralelo
00:22:50dizendo que o Dino tinha, sim, responsabilidade
00:22:52porque se omitiu, né,
00:22:54porque teria sido omisso em relação
00:22:56aos atos de 8 de janeiro.
00:22:58E, já vou aproveitar e trazer aqui um...
00:23:01Já tá aqui na linha.
00:23:03Deixa eu aproveitar e trazer o presidente
00:23:05da CPMI dos atos de 8 de janeiro,
00:23:07o deputado Arthur Maia,
00:23:09que trabalhou muito durante o ano de 2023,
00:23:12e já aproveitar também pra fazer um balanço
00:23:14pra ver se a gente consegue tirar algumas licenças
00:23:16sobre o 8 de janeiro.
00:23:18Deputado, obrigado por participar
00:23:20dessa edição especial do Meio Dia em Brasília.
00:23:23Eu tenho que fazer essa pergunta
00:23:25porque a nossa relação republicana me permite.
00:23:29O senhor tá com uma cara um pouco cansada.
00:23:31Isso é...
00:23:33Ou é cansaço da CPI, ou é cansaço do...
00:23:37Essa semana não fui a Brasília,
00:23:40estamos aqui numa...
00:23:43Essa semana é uma votação semipresencial,
00:23:46então tô aproveitando aqui
00:23:47pra cumprir algumas agendas aqui no Estado,
00:23:49mas tá tudo sob controle.
00:23:52Mais fácil que na época da CPI.
00:23:54É, só pra lembrar pra você que nos acompanha,
00:23:57que a retrospectiva foi gravada no início de dezembro, né,
00:23:59então por isso que o deputado fez a referência
00:24:01pra essa agenda.
00:24:02Deputado, é...
00:24:04Primeiro ponto.
00:24:05Qual é a lição,
00:24:06principal lição que os atos de 8 de janeiro
00:24:09trazem pra democracia?
00:24:11É possível já, agora, com...
00:24:13né, tudo arrefecido,
00:24:15praticamente um ano depois?
00:24:17Dá pra se tirar alguma lição daquele episódio, deputado?
00:24:21Olha, eu tenho uma tese a respeito dessa crise política
00:24:25que o Brasil vem vivendo desde 2014.
00:24:28Eu penso o seguinte,
00:24:30a nossa Constituição, que foi feita em 88,
00:24:33ela é um grande acordo político,
00:24:36é uma coxa de retalhos.
00:24:38E essa Constituição, ela conseguiu resolver
00:24:41as nossas dificuldades políticas
00:24:43até durante o governo Collor,
00:24:46mesmo com o impeachment,
00:24:47depois de Itamar Franco fazendo o plano real,
00:24:50o plano real.
00:24:52Depois, nós tivemos oito anos de Fernando Henrique,
00:24:56que também representou um ganho para a sociedade,
00:24:59justamente por acabar com a questão da ciranda financeira,
00:25:03dos juros,
00:25:04a classe média passou a ter acesso a compras
00:25:07que ela não tinha tido até então,
00:25:09ao prazo, ao crediário.
00:25:11Depois, os oito anos do Lula,
00:25:13que também teve um aspecto muito favorável
00:25:16para a população,
00:25:17no sentido de fazer um amplo programa social
00:25:21de repartição de rendas,
00:25:23não só o Bolsa Família,
00:25:24mas o Minha Casa Minha Vida
00:25:26e outros tantos programas,
00:25:28que sem dúvida ajudaram muito
00:25:30a melhorar a vida dos brasileiros.
00:25:32Acontece que, a partir da metade do governo Dilma,
00:25:38a Dilma se elege em 2010,
00:25:40a partir de 2012 nós começamos a viver alguns aspectos
00:25:45que representam justamente a erosão deste ganho
00:25:49que a classe média teve nos três governos,
00:25:53Itamar, Collor Itamar, Fernando Henrique e Lula,
00:25:57que foram momentos de ganho para a população.
00:25:59Aí a Dilma entra e, não é culpa da Dilma,
00:26:03mas o gasto acumulado,
00:26:06o Brasil passou e já estava gastando naquele momento
00:26:09muito mais do que tinha condição de gastar.
00:26:13Nós acumulamos uma dívida muito grande
00:26:15e passamos a pagar uma quantidade de juros
00:26:18que é muito difícil para o país até hoje.
00:26:21E nós entramos em uma recessão,
00:26:23entramos numa crise financeira
00:26:24da qual não saímos até então.
00:26:27de 2014 para cá,
00:26:302012, 2013,
00:26:33nós entramos em uma...
00:26:35Sobretudo em 2014, 15 e 16,
00:26:38quando o Brasil perdeu em três anos
00:26:4010% do seu PIB.
00:26:42A partir dali,
00:26:44a classe média sente a crise
00:26:46e nós tivemos, a partir de então,
00:26:48aquele grande movimento
00:26:50de 2014.
00:26:55Aquele grande movimento de 2014.
00:26:57e de lá para cá,
00:26:59nós vivenciamos uma série de episódios
00:27:02que, de fato,
00:27:04trazem uma clara ideia
00:27:07de que vivemos um momento de anormalidade política.
00:27:10Porque nós tivemos o impeachment,
00:27:13aquelas manifestações violentas de 2014,
00:27:16uma manifestação contra o modelo constitucional brasileiro,
00:27:20contra o que acontece no Brasil.
00:27:22no Brasil.
00:27:23Depois tivemos o impeachment da Dilma.
00:27:25Depois tivemos a prisão do Lula.
00:27:28Depois tivemos os dois processos de impeachment contra o presidente Temer.
00:27:32Tivemos aquela delação do Joesley Batista.
00:27:35Tivemos depois a Vaza Jato,
00:27:37a soltura do Lula,
00:27:38o fim da Lava Jato.
00:27:40Depois,
00:27:41outros fatos,
00:27:42assim como a eleição do Bolsonaro,
00:27:45uma eleição totalmente atípica em tantos e tantos anos e dois séculos de república.
00:27:52algo completamente atípico,
00:27:55esse modelo da eleição do Bolsonaro.
00:27:58Tivemos depois o discurso do Bolsonaro,
00:28:01um discurso claramente que flertava com ideias de força em relação à democracia.
00:28:08Tivemos a prisão do Daniel Silveira.
00:28:10Tivemos a Vaza Jato.
00:28:12Tivemos depois essa absolvição do Lula.
00:28:17A prisão depois da absolvição.
00:28:19Depois a eleição do Lula extremamente polarizada.
00:28:22Então,
00:28:23é uma sequência de fatos que mostram a normalidade política.
00:28:27As pessoas vivem isso em função da crise econômica,
00:28:32na nossa visão,
00:28:34a crise econômica tem uma razão para isso.
00:28:37E além da crise econômica,
00:28:39nós tivemos em 2010, 2011,
00:28:42um episódio que mudou muito a cabeça do Brasil,
00:28:44que foi o Messalão.
00:28:46O Messalão decorre da fragmentação política,
00:28:4840 partidos no Congresso,
00:28:51a presidência da República tendo necessidade de negociar.
00:28:54O PT estabeleceu um modus faciente
00:28:56que não era exatamente muito republicano.
00:28:58Veio o Messalão.
00:29:00E o Supremo Tribunal Federal,
00:29:03sobretudo na pessoa do ministro Joaquim Barbosa,
00:29:05expôs as vísceras do governo,
00:29:07as vísceras do poder,
00:29:08do governão,
00:29:09do poder,
00:29:10mostrando o quanto aquele poder estava errado.
00:29:13estava errado.
00:29:14Então, tudo isso gerou uma insatisfação da população.
00:29:17Somamos a tudo isso o fortalecimento das redes sociais,
00:29:22um novo instrumento de contato em relação das pessoas.
00:29:24O fato é que todo esse drama político ao que me refiro,
00:29:28ele tem a sua manifestação mais violenta e a última,
00:29:36felizmente, em 8 de janeiro desse ano.
00:29:39de lá para cá,
00:29:41o governo, pelo menos,
00:29:43tem vivido uma situação de normalidade.
00:29:47A gente não fica
00:29:49vendo a cada dia
00:29:51uma coisa nova do governo
00:29:53que apresente um risco à democracia.
00:29:55Isso é fato.
00:29:57Não é questão de defender
00:29:59ou apoiar o governo.
00:30:01De fato, nós estamos vivenciando
00:30:03nesse momento,
00:30:05depois de 8 de janeiro,
00:30:07um momento de normalidade política no Brasil.
00:30:10Então, isso é muito favorável.
00:30:12Espero que tenhamos capacidade
00:30:14de preservar essa normalidade política.
00:30:18O Brasil não vive uma crise constitucional.
00:30:21Porque crise constitucional
00:30:22é quando a Constituição,
00:30:24com os seus mandamentos,
00:30:27já não tem capacidade de resolver
00:30:30a situação do país.
00:30:34As disputas políticas.
00:30:39Então, nós não saímos da Constituição.
00:30:42E, aliás,
00:30:44na maior parte do tempo
00:30:45de toda essa crise política,
00:30:46todos os participantes
00:30:48fazem questão de dizer
00:30:50que estão jogando dentro das quatro linhas.
00:30:52Exceto a partir da última eleição de presidente.
00:30:56Aí foi que nós vimos
00:30:58uma situação, vamos dizer,
00:31:01mais violenta.
00:31:02Primeiro com as pessoas
00:31:03na porta dos quartéis
00:31:04pedindo intervenção militar
00:31:06e, depois,
00:31:07com o próprio dia 8 de janeiro.
00:31:10Então, tudo isso
00:31:11é uma situação
00:31:13que eu espero
00:31:14que já tenha passado,
00:31:16que nós todos
00:31:17que fazemos parte da vida pública,
00:31:19deputados, senadores,
00:31:21Presidente da República,
00:31:22governadores,
00:31:23ministros,
00:31:25falo ministro não só do governo,
00:31:27mas dos tribunais superiores, principalmente,
00:31:29que temos capacidade
00:31:31de manter a nossa democracia.
00:31:34No final da CPMI, eu disse,
00:31:37o dia 8 de janeiro aconteceu
00:31:39exatamente 200 anos depois do dia do FICO.
00:31:42E eu quero dizer que ela,
00:31:45que 8 de janeiro nunca mais,
00:31:48que 8 de janeiro vai ser lembrado
00:31:50como o dia do FICO,
00:31:51do FICO da democracia brasileira.
00:31:53Isso é muito importante.
00:31:55Agora, deputado,
00:31:57em termos práticos,
00:31:58e aí olhando para trás,
00:32:01porque é muito fácil
00:32:02a gente fazer uma análise
00:32:03naquele momento,
00:32:04porque a gente fica parecendo
00:32:05engenheiro de obra pronta.
00:32:07Hoje, olhando para trás,
00:32:10observando ali os personagens envolvidos,
00:32:14dá para dizer que, de fato,
00:32:17a democracia brasileira
00:32:18foi ameaçada naquele momento?
00:32:20Havia, de fato, algum risco?
00:32:22Ou a gente está falando
00:32:23de uma ameaça mais simbólica
00:32:24do que prática, deputado?
00:32:26Olha, eu não acho
00:32:29que 8 de janeiro
00:32:31foi uma tentativa de golpe de Estado.
00:32:34Porque, veja só,
00:32:35se nos juntamos aqui, eu e você,
00:32:37e falamos, olha,
00:32:38vamos fazer o seguinte,
00:32:39agora nós dois aqui
00:32:40damos golpe de Estado
00:32:41e vamos lá para a porta
00:32:42do Palácio do Planalto
00:32:43dizendo que vamos depor o Lula.
00:32:45Obviamente que a gente vai ser preso
00:32:46na entrada do Palácio.
00:32:48E isso não vai ser
00:32:49um golpe de Estado.
00:32:50É dois malucos aí e tal
00:32:51que foram para lá fazer maluquice.
00:32:53Um golpe de Estado
00:32:55pressupõe uma organização
00:32:58e, sobretudo, uma força
00:33:00capaz de fazer valer.
00:33:03Porque um golpe de Estado
00:33:04é um ato de força.
00:33:06É um ato que as pessoas,
00:33:08de uma maneira violenta,
00:33:09destituem um poder constituído.
00:33:11Não é verdade?
00:33:12Então, não existiu essa força.
00:33:15O que é que,
00:33:16na minha opinião, aconteceu?
00:33:18Eu acho que o presidente Bolsonaro,
00:33:19que é uma pessoa que eu
00:33:20pessoalmente gosto,
00:33:21mas o Bolsonaro,
00:33:23durante todo o seu mandato,
00:33:25fez um discurso
00:33:27que não era condizente
00:33:28com a prática democrática.
00:33:31Essa coisa de questionar
00:33:33uma eleição na qual ele se elegeu,
00:33:35de questionar a urna,
00:33:37e dizer que não sabia se iria
00:33:39que iria acatar o resultado da eleição,
00:33:42de ter um comportamento
00:33:45de muita violência
00:33:47contra o Supremo Tribunal Federal.
00:33:49Tudo isso incitou uma população
00:33:53que já estava profundamente dividida.
00:33:55Profundamente dividida.
00:33:57aí, eu acho,
00:34:00e aí eu vou ficar no achismo,
00:34:01porque eu não posso afirmar,
00:34:03mas eu entendo que,
00:34:04no final do governo Bolsonaro,
00:34:06depois da eleição, talvez,
00:34:09as Forças Armadas foram consultadas,
00:34:12não vou saber nunca por quem, exatamente,
00:34:15mas eu tenho elementos que afirmam,
00:34:18claramente,
00:34:19de que as Forças Armadas foram consultadas
00:34:21em determinado momento,
00:34:23se topavam um golpe de Estado.
00:34:26E as Forças Armadas,
00:34:27através dos seus principais comandantes,
00:34:30claro,
00:34:31tinha gente lá dentro que era a favor?
00:34:33Tinha.
00:34:34Tinha.
00:34:35Mas, o que vale é a decisão final.
00:34:38O que vale é a decisão daqueles
00:34:41que, de fato, comandam,
00:34:43eles que têm o poder para dizer
00:34:46para onde a instituição vai?
00:34:48E essas pessoas,
00:34:49com apego à Constituição,
00:34:51com amor ao Brasil,
00:34:52com amor à democracia,
00:34:53disseram,
00:34:54não,
00:34:55nós não vamos entrar nessa aventura.
00:34:57Não vamos entrar nessa aventura.
00:34:59Bom,
00:35:00diante disso,
00:35:02as pessoas estavam esperando,
00:35:04não só porque o Bolsonaro falava,
00:35:06mas porque outros elementos do governo
00:35:08e outros militares também falavam
00:35:10que havia um golpe de Estado,
00:35:11que haveria um golpe de Estado.
00:35:12acreditavam.
00:35:14Então,
00:35:15começou aquela história
00:35:17de se formar,
00:35:18aqueles acampamentos
00:35:19na porta dos quartéis,
00:35:21pedindo a intervenção militar.
00:35:23Aquilo é crime, gente.
00:35:24Atentar contra a democracia
00:35:28e o poder constituinte
00:35:30é crime.
00:35:31Uma pessoa propor
00:35:32que o exército intervenha
00:35:34para não acatar,
00:35:37não aceitar,
00:35:38se insurgir contra,
00:35:39uma eleição democrática
00:35:41que foi feita dentro da lei,
00:35:44isso obviamente é um crime.
00:35:46Mas o exército ali
00:35:47vivia uma situação difícil,
00:35:49porque eram muitos militares
00:35:51que estavam ali.
00:35:52Eram viúvas de generais,
00:35:54eram filhos,
00:35:55filhas,
00:35:56alguns militares, etc.
00:35:58a gente viu na CPI
00:35:59que muitos militares
00:36:00flertavam mesmo com o golpe.
00:36:01Então,
00:36:02o comando
00:36:04não aceitava a ideia do golpe,
00:36:06mas,
00:36:07por outro lado,
00:36:09o comando também
00:36:10não,
00:36:11não,
00:36:12não,
00:36:13não tinha condição
00:36:14de desfazer aqueles acampamentos.
00:36:15Pois bem,
00:36:16as pessoas ficaram esperando
00:36:18o Bolsonaro
00:36:19vai embora do Brasil,
00:36:20vai embora,
00:36:21vai para os Estados Unidos.
00:36:22E aí,
00:36:23o que a gente sente
00:36:24dessas pessoas
00:36:25é uma revolta,
00:36:26uma revolta dupla,
00:36:27revolta pela eleição do Lula,
00:36:28revolta pela não ação
00:36:30golpista do Bolsonaro,
00:36:31né,
00:36:32que foi embora.
00:36:33E aí,
00:36:34a gente vê
00:36:35que o que acontece
00:36:36no dia 8 de janeiro
00:36:37é um movimento
00:36:38totalmente
00:36:39descoordenado,
00:36:40mas muito violento.
00:36:42Descoordenado
00:36:43porque não tinha um chefe.
00:36:44você vê,
00:36:45eu vi aquelas imagens
00:36:46horas e horas,
00:36:48não existe
00:36:49um comando,
00:36:50não existe uma organização,
00:36:51é um bando,
00:36:52um bando de loucos
00:36:53que entra,
00:36:54depreda
00:36:55a Câmara dos Deputados,
00:36:56invade o Palácio do Planalto,
00:36:58invade o Supremo Tribunal Federal
00:37:00e depois vai embora.
00:37:02Não vai,
00:37:03não vai dizer
00:37:04que eles ficaram lá
00:37:05quartelando,
00:37:06que tinham a lista de reivindicação,
00:37:07nada disso,
00:37:08nada disso.
00:37:09Houve, por outro lado,
00:37:10um apagão
00:37:11generalizado.
00:37:13generalizado,
00:37:15falhou todo mundo.
00:37:16É incrível.
00:37:17O Lula disse nos diapos
00:37:19alguém abriu a porta
00:37:21e é verdade,
00:37:23mas não acho que abriram de propósito,
00:37:25foi incompetência mesmo,
00:37:26foi incompetência mesmo.
00:37:28O fato é que nós tivemos
00:37:30aquelas pessoas entrando
00:37:31que vi as imagens ali
00:37:32do Palácio do Planalto
00:37:33não teve nenhuma resistência,
00:37:35não teve.
00:37:36olha,
00:37:37a época que eu mais frequentei
00:37:38o Palácio do Planalto
00:37:39era quando o presidente Temer
00:37:41era presidente,
00:37:42pela amizade que eu tenho com ele
00:37:43e porque eu era relator
00:37:44da reforma da Previdência.
00:37:46Lá no Palácio do Planalto,
00:37:47a gente entra,
00:37:48desce para a garagem,
00:37:49aí para o gabinete do presidente,
00:37:51quando você tem essa credencial,
00:37:53você entra por uma porta
00:37:54que fica lá embaixo
00:37:55na garagem de carro
00:37:56e aí tem um estacionamento
00:37:58do qual você pega um elevador
00:38:00e vai para o gabinete do presidente.
00:38:02Ali embaixo tem alojamentos,
00:38:06um alojamento onde ficam ali
00:38:08aquartelados sempre
00:38:09mais de 100 homens.
00:38:11Não pode deixar de ter.
00:38:12Onde é que estavam esses homens?
00:38:13Onde é que estava esse povo?
00:38:15O negócio começou,
00:38:18eles começaram a marchar
00:38:1911 horas da manhã.
00:38:20Não houve.
00:38:21O Plano Escudo,
00:38:22quando ele é acionado,
00:38:24tem que ter 3 mil homens
00:38:26em torno do Palácio do Planalto
00:38:28em 25 minutos.
00:38:29Isso não aconteceu.
00:38:31Mas eu não acho que houve
00:38:33uma aquiescência,
00:38:35que houve uma boa vontade.
00:38:36Não, não existe isso.
00:38:38Ora, meu Deus,
00:38:39eu não conheço nada mais louco
00:38:40você imaginar
00:38:41que o presidente eleito
00:38:42de posse
00:38:43e o ministro da Justiça
00:38:44que está representando ali,
00:38:45que é um escudeiro do presidente,
00:38:47vai admitir,
00:38:49abrir as portas
00:38:51para incriminar a direita.
00:38:53Claro que não é verdade isso.
00:38:55Aí as pessoas lá na CPMI falavam,
00:38:57ah, mas tem os infiltrados.
00:38:59Tem os infiltrados,
00:39:00foram os infiltrados que fizeram aqui.
00:39:02Eu falava, meu amigo,
00:39:03eu falava o seguinte,
00:39:04e tem 2 mil pessoas presas quase.
00:39:06Está todo mundo aí,
00:39:07está todo mundo filmado pelo que fez
00:39:09e está todo mundo lá qualificado,
00:39:12lá na facuda.
00:39:14Vai lá,
00:39:15traz o nome do infiltrado,
00:39:17que a gente bota aqui na CPMI
00:39:19para ouvir essa pessoa
00:39:20para desmascarar esse negócio.
00:39:22Aí voltava e tal.
00:39:24Não, o infiltrado, imaginem,
00:39:25é um jornalista da Reuters
00:39:27que tirou uma foto.
00:39:29Que tirou uma foto.
00:39:30É o Adriano Machado.
00:39:31Uma pernada na mesa.
00:39:33Então tá,
00:39:34traz o jornalista.
00:39:36O rapaz foi lá
00:39:37e você vê que um profissional de imprensa
00:39:39como você,
00:39:40como tantos outros,
00:39:41que estava ali
00:39:42querendo o furo jornalístico dele.
00:39:44Ele entrou,
00:39:45entrou ali no meio do pessoal,
00:39:46o cara deu uma pernada
00:39:47e ele filmou.
00:39:48E daí esse cara
00:39:49é um infiltrado, pelo amor de Deus.
00:39:50Então,
00:39:51não houve uma tentativa de golpe.
00:39:54Houve um discurso golpista,
00:39:57inapropriado para a democracia,
00:39:59que incitou muitas pessoas,
00:40:02que fez muitas pessoas
00:40:04acreditarem que de fato
00:40:05teriam golpe de Estado.
00:40:06Pessoas radicais
00:40:08que fazem a política
00:40:09na base do fígado,
00:40:11da raiva,
00:40:12do radicalismo.
00:40:14E essas pessoas
00:40:15que estavam em Brasília
00:40:17fizeram aquele dia
00:40:18aquela manifestação,
00:40:20que foi uma manifestação
00:40:21absurda,
00:40:22absurda,
00:40:23mas que não é,
00:40:24definitivamente,
00:40:26não foi uma tentativa
00:40:27de golpe de Estado.
00:40:28Agora,
00:40:29se você me permitir,
00:40:31até para descontrair um pouco,
00:40:34tem duas historinhas da CPMI
00:40:36que se um dia eu escrever
00:40:38as minhas memórias,
00:40:39eu vou botar,
00:40:40eu vou escrever,
00:40:41vou relatar essas duas,
00:40:42pelo inusitado.
00:40:43Assim,
00:40:44é uma coisa que se fosse
00:40:45um escritor,
00:40:47um escritor,
00:40:48se fosse Tostói,
00:40:49Jorge Amado,
00:40:50qualquer,
00:40:51que fizesse um negócio desse,
00:40:52você achar que o cara
00:40:54estava fazendo assim,
00:40:55algo muito piegas,
00:40:56porque é algo tão absurdo
00:40:57que você não acredita.
00:40:59Então, tem duas historinhas
00:41:00interessantes
00:41:01que foram contadas na CPMI.
00:41:02Você viu
00:41:03como é o Brasil.
00:41:04Por exemplo,
00:41:05a primeira delas,
00:41:06a Vaza Jato.
00:41:07A Vaza Jato
00:41:09foi
00:41:11as pessoas que entraram
00:41:13no Telegram,
00:41:15no grupo de Telegram,
00:41:17onde estava o senador
00:41:18Sérgio Moro,
00:41:19o Dallagnol
00:41:22e outros membros
00:41:23do Ministério Público.
00:41:24E ali,
00:41:25teoricamente,
00:41:26encontraram elementos
00:41:27para mostrar
00:41:28que havia
00:41:29alguns tipos
00:41:31de entendimento
00:41:32de relação
00:41:34entre o Judiciário
00:41:36e o Ministério Público,
00:41:37no caso da Lava Jato,
00:41:38que eram impróprios.
00:41:39e isso foi
00:41:41que anulou
00:41:42praticamente
00:41:43toda a Lava Jato.
00:41:44Foi isso
00:41:45que soltou
00:41:46o Lula.
00:41:47Podemos dizer,
00:41:48foi isso que soltou
00:41:49o Lula.
00:41:50A Vaza Jato
00:41:51foi que deu
00:41:52a liberdade ao Lula.
00:41:53Pois bem,
00:41:54você sabe como é
00:41:55que o cara,
00:41:56o hacker,
00:41:57esteve lá,
00:41:58o Delgatti,
00:41:59Walter Delgatti,
00:42:00o cara contando
00:42:01como é
00:42:02que ele chegou
00:42:03nesse negócio.
00:42:04Você ouviu
00:42:05essa história
00:42:06da CPI?
00:42:07O Walter Delgatti
00:42:09é um personagem curioso
00:42:10porque ele ataca
00:42:11para os dois lados.
00:42:12Então, assim,
00:42:13ele...
00:42:14Olha como é
00:42:15que o cara chegou
00:42:16na Vaza Jato.
00:42:17Aquela história,
00:42:18como é que o cara
00:42:19chegou na Vaza Jato.
00:42:21Ele estava estudando
00:42:23numa faculdade
00:42:25e tinha um professor
00:42:27que era
00:42:28do Ministério Público
00:42:29com quem ele teve
00:42:30um desentendimento.
00:42:31Desentendimento sério
00:42:32e tal.
00:42:33E segundo ele,
00:42:34eu não sei se aí
00:42:35é verdade,
00:42:36que o professor
00:42:38plantou...
00:42:39Esse cara
00:42:40teria plantado drogas
00:42:41dentro da mochila dele
00:42:43e ele foi preso,
00:42:44etc.,
00:42:45de uma forma injusta.
00:42:46E ele ficou revoltado
00:42:47contra esse professor.
00:42:50Aí,
00:42:51para se vingar,
00:42:52ele sai da cadeia
00:42:54e já era um hacker,
00:42:55já estudava isso,
00:42:56já trabalhava com isso,
00:42:57começou a fazer ali
00:42:58uma investigação,
00:42:59tal, tal,
00:43:00como é que ele
00:43:01conseguiria
00:43:02acessar
00:43:05as mensagens,
00:43:09o Telegram,
00:43:10o WhatsApp,
00:43:12desse homem,
00:43:13para conseguir algumas provas
00:43:15contra esse homem,
00:43:16para atanasar a vida do homem.
00:43:18Pois bem,
00:43:19como o cara era da justiça,
00:43:20ele fazia parte
00:43:22de alguns grupos,
00:43:23e um desses grupos
00:43:25estava o Dallagnol,
00:43:26estava o Moro,
00:43:27etc.,
00:43:28ele aí
00:43:29já tinha
00:43:30feito
00:43:31a devassa,
00:43:33né,
00:43:34ele havia já
00:43:35violado
00:43:36as mensagens
00:43:37do Moro,
00:43:38do professor,
00:43:39entrou
00:43:40na mensagem
00:43:41do Moro
00:43:42e entrou
00:43:43na mensagem
00:43:44do Dallagnol
00:43:45e aí
00:43:47isso tudo
00:43:48resultou
00:43:49em uma drástica mudança
00:43:51da história do Brasil,
00:43:52isso resultou
00:43:53a soltura do Lula,
00:43:54isso resultou
00:43:56no terceiro mandato
00:43:57do Lula.
00:43:58É incrível,
00:43:59é uma coisa assim
00:44:00do acaso, né,
00:44:01é uma coisa muito,
00:44:02muito impressionante.
00:44:03Outra coisa,
00:44:04outra historinha
00:44:05muito, muito
00:44:06sui generis
00:44:07é o sujeito,
00:44:09o tal do terrorista
00:44:10que veio para explodir
00:44:11a bomba em Brasília.
00:44:12o homem era
00:44:16um terrorista,
00:44:17um terrorista
00:44:18péssima,
00:44:19incompetente,
00:44:20muito incompetente,
00:44:21mas um terrorista.
00:44:22Esse sujeito,
00:44:23ele era gerente
00:44:24de um posto de gasolina
00:44:25lá no Pará
00:44:26e saiu de lá
00:44:27do Pará
00:44:28com o carro,
00:44:29com as bananas
00:44:30de dinamite
00:44:31e com muitos armamentos
00:44:32para provocar
00:44:33um atentado
00:44:34em Brasília,
00:44:35tendo a ideia...
00:44:37Antes de continuar
00:44:38só para a gente
00:44:39relembrar,
00:44:40o terrorista que o senhor
00:44:41é o George Washington de Oliveira,
00:44:43que foi preso...
00:44:44George Washington, exatamente.
00:44:45George Washington de Oliveira,
00:44:46que foi preso
00:44:47tentando explodir
00:44:48um caminhão
00:44:49perto do aeroporto.
00:44:50Por favor, prossegue.
00:44:51Exatamente, exatamente.
00:44:52Aí esse cara vem de lá
00:44:53e vai lá para o acampamento, etc,
00:44:56e resolve,
00:44:57no dia do Natal,
00:44:58ele resolve explodir
00:45:00uma bomba
00:45:01no aeroporto de Brasília
00:45:02para criar um caos
00:45:04e com isso
00:45:05ter o tal do golpe de Estado.
00:45:06Pois bem,
00:45:07ele aí pega a bomba,
00:45:08que é a banana de dinamite,
00:45:10e vai lá
00:45:11e bota essa bomba
00:45:12debaixo
00:45:13de um caminhão,
00:45:14em cima do pneu,
00:45:15de um caminhão
00:45:16carregado de combustível,
00:45:17com 60 milímetros de combustível.
00:45:19Se tivesse dado certo,
00:45:20ia ser um...
00:45:21A gente não sabe
00:45:22o que aconteceria.
00:45:23Seria uma explosão,
00:45:24assim,
00:45:25absurda, né?
00:45:26Ali, imagina,
00:45:27ainda mais Natal,
00:45:28o aeroporto lotado, etc.
00:45:30Aí,
00:45:31esse cara vai,
00:45:32só que ele,
00:45:33incompetente,
00:45:35botou um detonador errado.
00:45:37Ele não tinha conhecimento,
00:45:39botou um detonador errado.
00:45:40Ele é um detonador,
00:45:41o cara bota lá,
00:45:42a dinamite,
00:45:44parece aquela coisa
00:45:45de criança,
00:45:46de massa de modelar,
00:45:47é uma substância
00:45:48parecida com aquela.
00:45:49Aí,
00:45:50o sujeito vai lá,
00:45:51enfia dois eletrodos,
00:45:53e vai para longe
00:45:54e detona.
00:45:55É assim que fazem
00:45:56nas pedreiras, né?
00:45:57Onde usam isso
00:45:58para detonar.
00:46:02Na parte de mineração,
00:46:03basicamente.
00:46:04Pois ele colocou isso lá.
00:46:05Quando ele acionou,
00:46:07como ele não sabia direito,
00:46:09o negócio não explodiu.
00:46:10Não explodiu.
00:46:11Ele aí vai embora.
00:46:12No dia seguinte,
00:46:14alguém encontra lá esse pacote,
00:46:16dá uma olhada,
00:46:17vê que é bomba,
00:46:18chama o comando antibomba
00:46:21de Brasília.
00:46:22Aí,
00:46:23esse comando corre lá
00:46:24para o aeroporto,
00:46:25isola o aeroporto de Brasília,
00:46:27faz um engarrafamento enorme,
00:46:29aí começa a sair em televisão,
00:46:32rádio,
00:46:33jornal,
00:46:34site e tal,
00:46:35todo mundo sabendo
00:46:36que está tendo esse atentado
00:46:37no aeroporto de Brasília.
00:46:38O Deus nos acuda,
00:46:39faz um engarrafamento enorme,
00:46:40ninguém consegue embarcar.
00:46:42Um horror
00:46:43no aeroporto de Brasília.
00:46:45E aí,
00:46:46um sujeito
00:46:47que está lá,
00:46:48se não me engano,
00:46:49morava em Águas Claras,
00:46:50eu acho que foi Águas Claras.
00:46:51O cara,
00:46:53não tinha nada a ver com a história,
00:46:54acordou de manhã,
00:46:55dia de Natal,
00:46:56feriado, não ia trabalhar e tal,
00:46:57ligou a televisão,
00:46:58está vendo aquele horror lá,
00:46:59né?
00:47:00A bomba, não sei o quê,
00:47:01vai explodir.
00:47:02O homem aí,
00:47:03bota a roupa dele
00:47:04para uma caminhada,
00:47:05desce para o playground.
00:47:07Quando ele chega no playground
00:47:08do prédio dele,
00:47:09tem dois caras conversando.
00:47:11Ele aí,
00:47:12está ali perto e tal,
00:47:13e ouve os caras,
00:47:14rapaz, você não sabe o que aconteceu,
00:47:15eu botei o tal da bomba lá,
00:47:17rapaz, e a bomba não detonou,
00:47:18porque o cara que me vendeu a bomba
00:47:20disse que explodia e não explodia, etc.
00:47:22O cara olhou aquilo,
00:47:23ficou alarmado,
00:47:24ligou para a polícia e falou,
00:47:25olha, eu ouvi aquela hora aqui na televisão
00:47:27e tem dois caras aqui falando
00:47:28que botaram essa bomba.
00:47:30A polícia aí sai correndo
00:47:31e pega o cara e prende no ato.
00:47:33Ou seja,
00:47:35é inacreditável.
00:47:36O terrorista foi preso
00:47:38porque ele estava garganteando
00:47:41no playground do prédio
00:47:42que ele tinha botado a bomba.
00:47:44Esse é o nosso Osama Bin Laden.
00:47:46É um negócio, rapaz,
00:47:47inacreditável.
00:47:48Essas duas histórias
00:47:49são meio estapafúrdias, né?
00:47:53Mas eu acho que vale assim,
00:47:56foram histórias que ficaram muito acesas
00:48:00para mim durante a CPMI.
00:48:02Deputado,
00:48:03e só para a gente encerrar,
00:48:04que a conversa está maravilhosa,
00:48:05mas a gente tem que seguir um pouquinho,
00:48:07eu quero lhe perguntar uma última coisa
00:48:09para a gente poder fechar bem o ano.
00:48:14Durante a CPI teve muito bate-boca,
00:48:16inclusive antes de o senhor entrar
00:48:18passamos um compilado
00:48:19de alguns desses bate-bocas,
00:48:21dessa disputa de narrativas.
00:48:24O senhor alertou muito isso
00:48:26durante a CPI, né?
00:48:27A CPMI, né?
00:48:28Que a CPMI não poderia entrar
00:48:30numa disputa de narrativas, né?
00:48:31Que deveria investigar fatos.
00:48:33Claro.
00:48:34No final das contas,
00:48:37eu queria lhe perguntar
00:48:38basicamente o seguinte,
00:48:39para a gente encerrar.
00:48:41Tem alguma coisa na CPI,
00:48:42na CPMI, melhor dizendo,
00:48:44que aconteceu ou que não aconteceu,
00:48:47da qual o senhor se arrepende?
00:48:48Tem alguma coisa
00:48:49que o senhor bota a cabeça no travesseiro
00:48:50e pensa, poxa,
00:48:52eu poderia ter feito diferente
00:48:53bem aqui ou caramba.
00:48:55Por que eu não fiz isso?
00:48:57Olha, da minha parte, sinceramente, não.
00:49:01Porque o que acontece?
00:49:04Eu, quando começou a CPMI,
00:49:06eu acreditava que todo mundo
00:49:08ia querer ouvir todo mundo.
00:49:10Outras CPIs que eu já participei
00:49:12não tinham dificuldade
00:49:13para aprovar requerimento,
00:49:14para ouvir,
00:49:15vamos ouvir todo mundo.
00:49:16Depois você tira suas conclusões.
00:49:18Mas lá não foi assim.
00:49:20Na primeira votação da CPMI,
00:49:23a bancada do governo
00:49:25rejeitou todos os requerimentos
00:49:28da oposição
00:49:29e aprovou apenas os requerimentos
00:49:31do governo.
00:49:33Então, vocês que acompanharam
00:49:34se lembram que,
00:49:35logo depois dessa reunião,
00:49:37eu disse na imprensa
00:49:39que eu estava profundamente constrangido
00:49:41como presidente da CPMI
00:49:43de ver que, na verdade,
00:49:45queriam fazer uma investigação
00:49:47de um lado só
00:49:48e que eu não aceitaria aquilo.
00:49:50A partir daquele momento,
00:49:52eu passei a ter...
00:49:55Eu não tinha o poder
00:49:56para aprovar nada.
00:49:57O presidente não aprova.
00:49:59Agora, também,
00:50:00você só bota em votação
00:50:02se você quiser.
00:50:04O presidente tem esse poder.
00:50:05Bota em votação o que ele quer.
00:50:06O que ele não quer,
00:50:07ele não bota em votação.
00:50:08É o poder do presidente.
00:50:09E aí, o que é que eu fazia?
00:50:11As coisas...
00:50:12Quando...
00:50:13A partir desse primeiro dia
00:50:14onde aprovaram todos os requerimentos
00:50:15da oposição
00:50:16ou do governo
00:50:17e não aprovaram nenhum da oposição,
00:50:18eu chamei o governo e falei,
00:50:19olha,
00:50:20ou a gente aprova os requerimentos
00:50:22da oposição
00:50:24ou então a CPI vai morrer aqui
00:50:26porque eu não vou fazer
00:50:28mais nenhuma sessão deliberativa.
00:50:30E aí, conseguimos avançar.
00:50:32Vários nomes que foram solicitados,
00:50:34requerimentos de documento,
00:50:35praticamente todos.
00:50:36Mas, além disso,
00:50:38vários nomes foram ouvidos,
00:50:43como o G. Dias,
00:50:47o próprio fotógrafo,
00:50:53me esqueci aquele generais.
00:50:55Várias pessoas que eram de interesse
00:50:58da oposição foram ouvidas
00:51:01justamente em virtude dessa nossa ação.
00:51:03No final, no final,
00:51:06havia a reivindicação de ouvir
00:51:08outras personalidades
00:51:09que eu acho que dariam
00:51:10alguma contribuição, sim.
00:51:12Mas a oposição exigia,
00:51:14com toda razão,
00:51:15que fosse ouvir da Guarda Nacional,
00:51:18o comandante da Guarda Nacional.
00:51:20E eu fiz de tudo
00:51:22para construir um acordo
00:51:23para ouvir a Guarda Nacional.
00:51:24e só dava para aprovar por acordo,
00:51:26porque é o seguinte,
00:51:27se a votação ali for sem acordo,
00:51:31todas as votações o governo vai ganhar
00:51:35e todas as votações o governo vai perder.
00:51:37numa CPI tem que prevalecer o direito de ser minoria.
00:51:43Aliás, a CPI é um instrumento da minoria.
00:51:46Então, a minoria tem que ser ouvida.
00:51:49Tem que ser ouvida durante a CPI.
00:51:51E por isso mesmo,
00:51:52não era razoável que a gente fizesse uma CPI
00:51:56sem ouvir os nomes da minoria.
00:51:59E no final havia uma resistência muito forte
00:52:02da base do governo em chamar o comandante da Força Nacional.
00:52:06Eu cheguei a colocar isso em votação dizendo
00:52:09olha, se aprovar o comando da Força Nacional,
00:52:11eu aprovo os outros nomes que a oposição queria.
00:52:14Que também já era ali em função
00:52:17da falada delação do Mauro Cid,
00:52:20que teria vazado algumas coisas.
00:52:22Em função disso,
00:52:24queriam ouvir alguns nomes que teriam corroborado
00:52:27com a ideia do golpe.
00:52:29Agora, eu não admiti em momento nenhum
00:52:32que a CPI entrasse em um caminho
00:52:36que não é o caminho da CPMI.
00:52:41Por exemplo,
00:52:42ah, queriam debater na CPMI a questão das joias.
00:52:45Ah, que o Bolsonaro ganhou,
00:52:47deixou de ganhar joias, não sei o quê e tal.
00:52:49Isso não é tema da CPMI.
00:52:51Queriam discutir corrupção.
00:52:54Isso não é tema da CPMI.
00:52:56Queriam discutir validade ou não da urna eletrônica.
00:53:01Isso não é assunto da CPMI.
00:53:04Porque...
00:53:05Até cartão de vacina puxaram na CPMI também.
00:53:08Exato, até cartão de vacina.
00:53:10Então, isso eu não permiti.
00:53:12Isso eu não permiti.
00:53:13Não era razoável a gente entrar na CPMI,
00:53:15entrar para debater questões que não têm nada a ver.
00:53:20Quando você fala de uma CPMI, você tem que colher as assinaturas
00:53:24para investigar um objeto específico.
00:53:27Se você pode até, ao longo da CPMI, fazer um adendo,
00:53:32aumentar o escopo da CPI.
00:53:34Para isso, é preciso que se colham de novo essas assinaturas
00:53:38e aí sim a gente pode investigar outros temas.
00:53:41Mas, se não, é só aquilo a que a CPMI se propõe.
00:53:45Eu fico muito feliz de ver as pessoas reconhecerem
00:53:49que nós agimos com justiça.
00:53:51Não teve essa de favorecer, nem de prejudicar bem.
00:53:55Nós ajudamos a que, de fato, os fatos fossem esclarecidos.
00:54:00Fazendo com que as duas partes fossem ouvidas.
00:54:03Agindo com muito rigor, às vezes, porque era uma CPI muito complexa.
00:54:07Você vê que a CPI lá do MST nem terminou.
00:54:12E a nossa, que era até mais polêmica,
00:54:15nós conseguimos levar até o fim, aprovou o relatório, etc.
00:54:18Todo mundo foi ouvido e mantivemos a ordem durante as sessões.
00:54:23Mantivemos a ordem, isso é muito importante.
00:54:25Então, nós cumprimos o nosso papel.
00:54:27A CPMI, eu repeti isso o tempo inteiro e vou falar aqui mais uma vez.
00:54:33A CPMI, ela teve a grandeza de trazer para as pessoas comuns
00:54:40o que está sendo investigado no Supremo.
00:54:43Esse grande inquérito sobre o 8 de janeiro que o Supremo está fazendo
00:54:48e as pessoas são ouvidas lá na Polícia Federal.
00:54:52Pelo próprio rito, pelo próprio rito do Poder Judiciário,
00:54:57as pessoas não têm acesso a isso.
00:54:59Não conseguem saber o que falaram.
00:55:04A CPMI, não. É investigação em praça pública.
00:55:07Engraçado, inclusive, assim, eu nunca imaginei que a CPMI fosse ter a audiência que teve.
00:55:13Eu chegava no interior da Bahia e via pessoas assim, pessoas simples e tal,
00:55:19falarem, olha, eu fiquei lá, eu via aquela hora que o senhor falou isso,
00:55:22falou aquilo, não sei o quê, que não sei quem disse isso.
00:55:24Você vê que as pessoas, de fato, estavam ali conectadas com a CPMI.
00:55:28E isso, sem dúvida, foi muito esclarecedor para as pessoas.
00:55:33Claro que, dificilmente, alguém vai convencer outrem.
00:55:39O convencimento é uma coisa difícil dentro das alas polarizadas.
00:55:44Agora, para as pessoas que, de fato, queriam ter conhecimento do que aconteceu
00:55:49e faziam julgamento isento, sincero, honesto,
00:55:53essas pessoas, de fato, tiveram, durante todo o desenrolar da CPMI,
00:55:58a oportunidade de conhecer o que, de fato, aconteceu no dia 8 de janeiro.
00:56:01Tá certo. Deputado Arthur Maia, presidente da CPMI dos Atos 8 de janeiro,
00:56:08a conversa foi longa, foi proveitosa.
00:56:10Obrigado pela participação, obrigado pelo tempo na sua agenda.
00:56:14Espero contar com a sua participação em outras edições do Meio Dia de Brasília
00:56:18ao longo do ano de 2024.
00:56:20Afinal de contas, é ano eleitoral, tem muita coisa para acontecer em 2024.
00:56:24E desde já, já te agradeço pela atenção e te desejo.
00:56:26Ando aqui um Feliz Natal, Feliz Ano Novo.
00:56:28E 2024, vem aí, deputado. Um grande abraço.
00:56:30Eu é que agradeço, sempre uma alegria falar com o antagonista,
00:56:34aproveitar aqui para desejar um Feliz Natal e um Feliz Ano Novo
00:56:38para vocês e a todos aqueles que compartilham essas notícias
00:56:43sempre em dia, sempre isentas, que tanto contribuem com o jornalismo brasileiro.
00:56:48forte abraço a todos e até uma próxima oportunidade, com fé em Deus.
00:56:52E o Matheus me perguntando aqui, tem mais notícia?
00:57:02Tem, o ano de 2023 foi ó, parafraseando meu grande amigo Kenzo Matida.
00:57:07Tá assim ó, foi assim ó, carregado de notícia, tá bom?
00:57:10Eu vou lembrar que depois dos atos de 8 de janeiro, o governo Lula teve uma espécie de lava-jato
00:57:16para chamar de sua, que foi a Operação Lesa Pátria.
00:57:20Ela se debruçou justamente sobre os ataques de 8 de janeiro.
00:57:23Somente nesse ano, aproximadamente 20 fases foram realizadas.
00:57:28A investigação, ela achou vários núcleos, né?
00:57:33O núcleo operacional, o político, o financeiro e o ligado aos influenciadores digitais.
00:57:39Alguns personagens ligados ao ex-presidente da República foram presos, né?
00:57:43Um exemplo deles é o Léo Índio, né? Sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
00:57:48Também na lista, foram presos um coronel do Exército e até uma cantora gospel.
00:57:54Basicamente, essa aí é a Operação Lava Jato dos aliados do ex-presidente.
00:57:59Quer dizer, que mira, né? Os ex-aliados do presidente da República.
00:58:02Só que, logicamente, sem a capacidade, sem adentrar em meandros da corrupção,
00:58:07como de fato foi a Lava Jato.
00:58:09Então, não tem como o governo Lula copiar uma Lava Jato ou fazer uma Lava Jato para si, tá bom?
00:58:15Matheus, vinheta, meu amigo.
00:58:18E depois dos atos de 8 de janeiro, temos, obviamente, uma notícia triste
00:58:26que a gente não poderia deixar de lembrar nessa retrospectiva.
00:58:30Uma das pessoas presas, o Clareston Pereira, ele morreu na Penitenciária da Papua.
00:58:36Tá aí a imagem do Clareston, tá?
00:58:38Ele havia solicitado pedido de prisão domiciliar ao ministro Alexandre de Moraes, mas foi negado.
00:58:44Deputados federais de oposição pediram uma investigação sobre o que aconteceu com o Clareston.
00:58:51E ele tem sido homenageado desde então por esses parlamentares que são opositores ao governo Lula.
00:58:56É bom lembrar que até o nosso Felipe Moura Brasil fez um comentário sobre a questão do Clareston, tá?
00:59:04E também por conta dessa manifestação, por conta desse falecimento, parlamentares convocaram um protesto na Avenida Paulista.
00:59:14Vamos ver um trechinho do VT que lembra essa manifestação em homenagem ao Clareston.
00:59:21Tem pessoas que não tem foro no Supremo sendo julgadas com abuso de autoridade desse ditador desgraçado,
00:59:30Alistair de Moraes, que mereceu impeachment e ir pra cadeia.
00:59:34Que país é esse? Que covardia é essa? Que omissão é essa? Aonde vamos parar? Até onde isso vai chegar?
00:59:43Fica aqui a minha indignação. Fica aqui o meu protesto. Eu não tenho medo de ditadores. Eu não tenho medo.
00:59:52E vou dizer uma palavra aqui. Senhor ditador da toga Alistair de Moraes, que tem sangue nas tuas mãos.
00:59:58Se você e os seus colegas escaparem do Supremo poder de uma nação que é o povo,
01:00:05vocês não vão escapar do Supremo poder do universo que é Deus. Não importa quando será.
01:00:13Deus vai agir e vocês vão pagar caro pela covardia e morte de inocentes.
01:00:20E tem outros lá, hein? Doentes. É uma covardia, gente, o que estamos assistindo no país.
01:00:26Fica aqui a minha indignação e o meu protesto. Deus tenha misericórdia da nossa nação.
01:00:31É só pra lembrar ali, tá aí o vídeo do Malafaia fazendo referência à morte do Clérison, tá?
01:00:39Eu tinha chamado em VT sobre o protesto, mas na verdade era o Malafaia já fazendo referência, tá bom?
01:00:45E, Matheus, solta a vinheta pra gente falar sobre os militares ao longo do ano de 2023.
01:00:51O fato é que, por conta dos atos de 8 de janeiro, o governo Lula aproveitou esse flanco, esse fato, esse triste episódio,
01:01:05pra, digamos que, perseguir, apertar o cerco contra os militares.
01:01:11A Comissão de Constituição e Justiça aprovou, no final deste ano, uma PEC que proíbe os militares de participarem de processo político.
01:01:22É bom lembrar que essa PEC, ela é do senador Jax Wagner.
01:01:26A proposta estabelece que, né, ela estabelece basicamente o seguinte, né, que os parlamentares, se eles, parlamentares não,
01:01:34se o militar quiser se candidatar ao cargo efetivo, ao cargo eletivo, melhor dizendo,
01:01:38ele vai ter que deixar a farda e vai ter que partir para a reserva.
01:01:42Essa PEC, gente, ela, inclusive, ela era um pouco mais dura.
01:01:45Só que o governo Lula não quis criar um clima de animosidade com as Forças Armadas justamente no momento em que busca uma reconciliação.
01:01:55Eu falei sobre esse episódio justamente em uma das edições do Papo Antagonista desse ano.
01:01:59Então, Matheus, coloca aí pra gente poder relembrar esse momento do governo Lula que foi obrigado a recuar dessa PEC,
01:02:05que ela era muito mais dura, mas, no final das contas, acabou ficando uma versão um pouco mais branda.
01:02:09O Jax Wagner, ele fala o seguinte, quando ele faz a referência aos policiais militares, ele fala o seguinte,
01:02:17eu acho arriscado meter os policiais militares nessa PEC.
01:02:21O fato é que o governo federal recuou nessa PEC porque ele acha que é um texto arriscado do mesmo jeito que tá.
01:02:28Esse que é o ponto.
01:02:29Porque, assim, qual o grande ponto?
01:02:32Essa PEC, essa PEC específica, ela é a tratar de dois pontos.
01:02:35Primeiro, proibir definitivamente a entrada de militares na política.
01:02:39E aí, o que o texto fala especificamente?
01:02:41É vedado a participação de militares em atividades políticas e caso o militar ou integrante das Forças Armadas,
01:02:49ele se candidate a um cargo eletivo, ele irá para a reserva no ato do registro de candidatura.
01:03:01Hoje, a lei permite que o militar, ele se candidate a um cargo eletivo e que ele passe para a reserva apenas no momento em que ele é eleito
01:03:11e a partir do momento em que ele toma posse de um cargo público.
01:03:16Então, é o que fala a lei hoje.
01:03:19Essa mudança na legislação já determina que você, militar da ativa, renuncia ao cargo no ato do registro de sua candidatura.
01:03:30É bom lembrar, né, Greb, que outros cargos, como por exemplo juízes, se você quer ser juízes, se você quer ser político,
01:03:37você precisa renunciar à sua magistratura um ano antes das eleições.
01:03:41Então, os militares já têm uma bela de uma vantagem em relação aos outros cargos.
01:03:46E com a informação dessa PEC, termina aqui o primeiro episódio da nossa retrospectiva,
01:03:58retrospectiva 2023 de O Antagonista aqui do nosso Meio Dia em Brasília, tá bom?
01:04:04Obrigado pela atenção, obrigado pela companhia, fiquem com Deus e até o próximo episódio da retrospectiva de 2023.
01:04:10Como esse é o primeiro episódio, ele já vai sair numa sexta-feira,
01:04:13eu já, desde já, eu já quero aproveitar pra desejar pra você um Feliz Natal,
01:04:17aproveite a sua família, aproveite essa noite maravilhosa,
01:04:20e a gente volta justamente na segunda-feira, dia 25, dia de Natal, tá bom?
01:04:24Grande abraço, até logo, tchau, tchau.
01:04:26Eu sou Júlia Schiaffarino e apresento a vocês 5 Minutos, o novo podcast diário de O Antagonista.
01:04:51De segunda a sexta-feira, trazendo os principais fatos da política, da economia e de onde mais houver notícia.
01:04:59Todo dia com assuntos relevantes para vocês.
01:05:02Tudo isso em até 5 minutinhos. É o tempo de tomar aquele café esperto e começar bem o dia.
01:05:08Tchau, tchau.
01:05:09Tchau, tchau.
01:05:10Tchau, tchau.
01:05:12Obrigado.
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