- 17/06/2025
“É difícil traduzir o stalking no sentido original da palavra, porque não é uma mera perseguição. É uma perseguição obsessiva, compulsiva”, afirma o professor de direito penal da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Túlio Vianna.
O “Não É Invenção” é um podcast do Estado de Minas e Portal Uai para quem busca um ombro pra chorar ou tentar entender aquela situação que você não para de pensar e até te faz sentir culpa.
As jornalistas Larissa Kümpel, Layane Costa e Mannu Meg estão dispostas a te ouvir e te convencer que você não está sozinha. Afinal, nenhuma experiência é individual.
Acesse nossa playlist no YouTube
Leia as reportagens de cada episódio
https://www.em.com.br/saude
#stalking #crime #stalker
O “Não É Invenção” é um podcast do Estado de Minas e Portal Uai para quem busca um ombro pra chorar ou tentar entender aquela situação que você não para de pensar e até te faz sentir culpa.
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NotíciasTranscrição
00:00A minha história aconteceu há muito tempo. Quando eu tinha por volta dos 14 anos, me mudei com a minha família.
00:06Fiz amizade com um vizinho que era uns 3 anos mais velho que eu, mas pouco tempo depois ele começou a demonstrar interesse.
00:12Eu não correspondia e disse isso, mas as tentativas não paravam.
00:16Quando eu brincava e conversava na rua com minhas amigas, ele aparecia e começou a me constranger por sempre entrar nesse assunto na frente de qualquer um,
00:24falando que eu não queria saber dele.
00:25Com isso me afastei e foi aí que piorou. Ele me chamava todo dia em casa pra gente conversar.
00:31Eu dava desculpas, fingia que não estava e cheguei a avisar minha mãe.
00:35Ela ficou até com dó, dizendo que ele gostava de mim e eu podia dar uma atenção.
00:40Ele começou a ligar pra minha casa várias vezes ao dia e ficava em silêncio, mas se eu atendia, chamava pra gente conversar pessoalmente.
00:47Um dia ele até subiu no muro da minha casa pra me chamar e eu estava na sala, de roupa íntima, e foi aí que estressei de vez.
00:54Falei que não queria mais conversar com ele, parei de atender as ligações da minha casa e sempre vigiava a rua antes de sair.
01:01Em alguns momentos, cheguei a perceber que ele me observava pela varanda da própria casa e por frestas no portão.
01:07Depois mudou pra mesma escola que eu estudava.
01:10Ficava me rodeando e chegou a fazer perguntas do tipo,
01:13se eu morresse e o último pedido fosse um beijo seu, você daria?
01:17E eu disse que não.
01:18A resposta sempre foi não pra toda e qualquer tentativa.
01:21Certo dia, ele me abordou na escola e disse que tinha pedido a uma amiga, também mais velha, pra cometer bullying comigo e me agredir.
01:29E que a minha sorte é que ela não teve coragem.
01:32Quando ele saiu da escola, continuava com as tentativas de aproximação pessoalmente, por ligações ou solicitação em redes sociais.
01:40Inclusive com perfis diferentes, já que eu bloqueei ele em tudo.
01:43Tudo isso durou uns dois anos e eu só consegui me livrar de verdade quando me mudei novamente.
01:50Mas até hoje, vez ou outra, ele me envia solicitação de amizade nas redes sociais.
01:55Eu, obviamente, sempre recuso.
01:57Esse é o podcast Não é Invenção, é um podcast sobre relacionamentos e comportamento.
02:09O tema de hoje é Stalking.
02:11Eu sou Larissa Cumpel.
02:13Eu sou Mano Meg.
02:14E eu sou Laiane Costa.
02:16Hoje, pra falar sobre Stalking, a gente tá aqui com o advogado Túlio Viana.
02:19Bem-vindo, Túlio.
02:21Gostaria que você se apresentasse, falasse um pouco sobre a sua trajetória, o que você faz.
02:25Bom, vamos lá.
02:27Obrigado pelo convite, inicialmente.
02:28É um prazer muito grande estar aqui com vocês.
02:31Ainda mais pra discutir um tema de tamanha importância.
02:33Eu sou advogado criminalista e eu também sou professor de direito penal do UFMG.
02:37Então, assim, no escritório a gente acaba pegando alguns casos, eventualmente, de Stalking.
02:41E eu acho que eu tenho algumas coisas pra falar sobre o tema.
02:45Sobre o caso de hoje, o que você achou?
02:48É, tipicamente é um caso de Stalking.
02:50O problema que eu vejo em casos como esse é que, muitas vezes, a vítima não procura as autoridades.
02:58Ela fica sofrendo com aquilo sozinha.
03:00Às vezes, os próprios familiares não levam a sério como deveriam, porque realmente é, precisa se levar a sério.
03:06Então, assim, o primeiro conselho que eu dou é que, a partir de determinado momento,
03:10a pessoa tem que buscar, realmente, formalizar esse enjuízo, até pela segurança dela.
03:14Porque, é, esse indivíduo, ele pode até nunca fazer nada contra ela, fisicamente falando.
03:20Mas só dele estar apurrinhando a vida dela, isso já merece uma intervenção, sim.
03:25É claro que eu sei que as pessoas, às vezes, têm uma descrença muito grande na justiça.
03:29E, muitas vezes, pode ser que ela procure a justiça e não consiga nada.
03:33Mas, em alguns casos, se ela puder pagar um advogado, obviamente, isso vai ajudar muito a situação dela.
03:38Mas, se ela não puder, ela deve, várias vezes na polícia, registrar toda vez que isso for feito,
03:44documentar isso, guardar prints, se isso for feito, por meio de redes sociais,
03:49gravar o áudio, caso seja enviado o áudio para ela,
03:53documentar o máximo possível para provar que não é algo ocasional.
03:57A história dela não é uma coisa que ele fez uma vez ou outra.
04:01Ele fazia isso constantemente.
04:02Então, ela teve várias oportunidades de documentar isso.
04:06Se ela leva uma documentação dessa, bem instruída, para a delegacia de mulheres,
04:11as chances deles, pelo menos, chamarem esse sujeito para ter uma conversa com ele,
04:15já é muito grande.
04:16E, normalmente, o que a gente tem de experiência é que, quando a pessoa que faz esse tipo de coisa
04:22vê a polícia, vê o oficial de justiça, ela baixa a bola e para de fazer.
04:28Quais são os comportamentos que a gente consegue perceber nas pessoas
04:31que a gente está sendo stalkeada?
04:33Eu acho que o stalke, a grande característica dele é ser muito constante.
04:38Se você, evidentemente, nas relações humanas, as pessoas chamam para sair,
04:44às vezes de forma educada, às vezes não tão educada.
04:46Mas, mesmo que seja de forma não educada, isso não é um stalke.
04:50Decidamente não é.
04:52Mas, a partir do momento que o sujeito já recebeu um não,
04:55já recebeu um segundo não,
04:56e ele persiste naquela inconveniência,
04:59aí já começa a caracterizar o stalke.
05:01Não é um crime que dê para você falar assim, três vezes é stalke.
05:04Não é.
05:05É o conjunto na obra.
05:07Normalmente, a pessoa não fica em três.
05:09Ela vai muito além disso.
05:10Várias vezes além disso.
05:12E aí, é aquela história.
05:14A vítima, normalmente, ela fica esperando para ver se para.
05:17Mas, uma dica, passou de dez vezes, não vai parar.
05:23É um comportamento obsessivo.
05:25E aí, ele só para se ele tiver uma ajuda psicológica.
05:28Ou se é um oficial de justiça, ou um policial chama ele para ter uma conversa.
05:31Fora disso, ele não vai parar.
05:33Isso é uma coisa também que eu queria saber.
05:35Isso é mais um traço, assim, psicológico da pessoa,
05:39no sentido de obsessão mesmo,
05:42ou é até de posse, algo nesse tipo?
05:45É difícil a gente falar até que ponto isso se trata.
05:48Eu não era minha área, eu não posso afirmar isso.
05:51Mas, o que a gente vê, realmente, é um comportamento obsessivo.
05:54É uma ideia fixa que fica na cabeça da pessoa.
05:57A gente vê muito, falando de casos de homens nessa situação,
06:00e eu acredito até, pelos sonhos comuns,
06:03que os homens pratiquem mais.
06:04Mas, eu já vi casos de stalke, até no meu escritório,
06:07tive o caso de um homem que foi stalkeado por uma mulher.
06:10Então, assim, de uma forma geral, o que a gente vê
06:12é uma ideia fixa, uma compulsão em torno de uma determinada pessoa.
06:17Isso para, como eu disse, ou com a intervenção de uma autoridade pública,
06:21ou quando a pessoa consegue um novo objeto de obsessão.
06:26Então, se ela passa, muitas vezes, a stalkear outra pessoa,
06:30ela acaba se afastando e parando de stalkear aquela pessoa original.
06:34Mas, normalmente, é um inferno para a vítima.
06:38E o que a lei diz sobre?
06:41Porque, assim, pelo menos no caso que a Lai trouxe para a gente hoje,
06:44era menores de idade, tanto a menina quanto o rapaz que stalkeou.
06:50E o que a lei fala sobre casos normais, né, maiores de idade e menores de idade?
06:54Como seria isso?
06:55O crime é o 247A do Código Penal, um crime razoavelmente novo.
07:00É uma inovação, a gente não tinha essa previsão do stalking.
07:05Inclusive, eu tive um caso no escritório antes da lei.
07:07E aí, a gente tinha que se valer de ameaça,
07:09a gente tinha que se valer de outros tipos penais que não o stalkeam.
07:12O stalking veio, numa boa hora, ele veio com o nome de perseguição.
07:17É difícil traduzir o stalking com o sentido original que ele tem na palavra.
07:21Porque não é uma mera perseguição, né?
07:24É uma perseguição obsessiva, compulsiva.
07:26E a pena, eu posso olhar aqui pra vocês e falar com exatidão,
07:31mas a pena do stalking é de seis meses a dois anos e multa, né?
07:35Se é feito contra uma mulher, em razão do gênero, alguma coisa assim,
07:39você ainda tem um aumento de pena, de metade, tá?
07:42E quanto a criança também, e adolescente, você tem uma situação de aumento de pena.
07:47Então, obviamente, é mais sério quando você faz com uma criança,
07:49quando você faz com uma mulher,
07:50até pelo risco maior, né, daquilo acabar no limite,
07:55virando até um feminicídio, né?
07:58Mas a pessoa não chega nem a ser presa, então, né?
08:00Porque quando a pena é baixa assim, ela fica ali no semiaberto ou no aberto, né?
08:07Então, o que acontece nesses casos, o mais importante pra vítima nesses casos,
08:10é a medida protetiva, tá?
08:12Se ela for assistida por um bom advogado,
08:15ou a própria delegacia de mulheres muitas vezes vai fazer isso,
08:18vai criar uma medida protetiva,
08:20e essa medida protetiva vai fazer com que ele fique,
08:23que ele seja ordenado, né, quem está fazendo isso,
08:26que fique afastado dela,
08:29300 metros, 500 metros, vai depender do juiz,
08:32que ele fique proibido de mandar qualquer tipo de mensagem pra ela,
08:36por qualquer meio,
08:38seja por telefone, seja por redes sociais, WhatsApp, etc.
08:42Então, esse é o principal ponto da medida protetiva.
08:45E formaliza no sentido de que ele toma um susto,
08:49no sentido de que ele vê que as autoridades agora sabem o que está acontecendo.
08:53Então, se ele ousar fazer algo mais grave,
08:55aí sim ele pode ser preso.
08:57Entendi.
08:57E quando a pessoa está em medida protetiva,
08:59geralmente ela consegue um acesso mais fácil à polícia?
09:03Como funciona isso?
09:04Então, se o sujeito descumprir a medida protetiva,
09:07ela vai ligar no 190 mesmo,
09:09quando a polícia chegar,
09:09esse indivíduo já vai ter descumprido a medida protetiva.
09:13Então, a chance dele ser preso é muito grande.
09:15Se ele descumprir a medida protetiva.
09:17E, assim, de uma forma geral,
09:19o que a gente vê é que o sujeito,
09:21depois que ele toma a medida protetiva,
09:23ele fica quieto.
09:25Funciona razoavelmente bem,
09:27porque ele sabe que ficou grave,
09:28ele sabe que ficou sério.
09:30Eu sei que existe um receio muito compreensível das vítimas.
09:33Normalmente, quando elas nos procuram no escritório,
09:35elas sempre perguntam,
09:37ô doutor, mas não vai piorar?
09:39Será que se a polícia chegar lá na casa dele,
09:42com essa ordem judicial,
09:44será que ele não vai poder fazer algo pior?
09:47Claro que existe esse risco.
09:48Não dá pra você virar e falar que não existe esse risco,
09:50porque nós não estamos lidando com uma pessoa saudável psicologicamente.
09:55Em princípio, a pessoa que faz um negócio desse não é saudável.
09:57Nem emocionalmente, nem psicologicamente.
10:00Mas, assim, de uma forma geral,
10:02o que a gente vê é ele sentir a gravidade da coisa
10:05e não fazer mais, tá?
10:09Funciona.
10:10Pode acontecer dele seguir?
10:13Pode, mas aí eu entendo o seguinte.
10:15Se ele seguir fazendo isso,
10:16mesmo depois de receber uma ordem judicial,
10:18ela estaria em mais risco ainda se não tivesse a ordem judicial.
10:21Sim.
10:22Estaria em muito mais risco.
10:23Porque, pelo menos, se ela avistar ele próximo,
10:25ela já pode ligar na polícia e falar,
10:27olha, está descumprindo a medida protetiva.
10:29E ela vai se resguardando.
10:31E isso daí seja a prisão preventiva,
10:34que é uma prisão antes do julgamento.
10:37Se ele insistir em fazer.
10:40E eu, na minha prática,
10:41às vezes que nós conseguimos a medida protetiva,
10:43resolveu o problema.
10:44E aí, quando você tem a medida,
10:46às vezes você tem, por exemplo,
10:47um adolescente fazendo isso.
10:48Os pais vão ficar sabendo.
10:50Sim.
10:50E isso, muitas vezes,
10:53já faz com que os pais
10:54levem ele para um tratamento.
10:56Às vezes psicológico, às vezes psiquiátrico.
10:58É que precisa.
10:59E aí, você evita que aquela coisa prossiga.
11:03Se você não faz nada,
11:04de uma forma geral,
11:05eu não aconselho.
11:06Não aconselho deixar a coisa acontecer.
11:09Porque, assim,
11:10eu nem acho que, na maioria das vezes,
11:12vai virar violência física, não.
11:13Mas esse transtorno é muito grande.
11:16Porque isso tira a paz da pessoa.
11:18Uma coisa que você disse que eu achei muito importante
11:21é sobre isso de, às vezes,
11:23as pessoas não levarem a sério.
11:25Eu acho que, até por isso,
11:26talvez a gente pode não ver tanto caso.
11:29e provavelmente tem muitos outros acontecendo por aí.
11:32Porque, às vezes, a pessoa não leva a sério.
11:34Acha que, ah, isso vai passar.
11:35Ou, então, um familiar, algum amigo,
11:38vira e fala, ah, ele só gosta de você.
11:40Ele só te ama muito.
11:41E a gente sabe que, assim...
11:42Dá uma chance, né?
11:43Justamente.
11:44A gente sabe que, assim,
11:44o sentimento amoroso e tal,
11:46o carinho,
11:47não é justificativa para um comportamento desses, né?
11:50Mas, muitas vezes,
11:50as pessoas agem como se fosse.
11:52Como se fosse normal
11:53você ficar, assim, fixado na pessoa que você ama
11:55para demonstrar toda a sua paixão, né?
11:58E não é desse jeito que funciona.
12:00É.
12:00Quase como se fosse um jogo, né?
12:02Tipo assim,
12:02a pessoa vai tentando tirar de você
12:06o mínimo da migalha de um carinho.
12:10É.
12:10E ela se contenta com aquilo
12:12e vai continuando, continuando, continuando.
12:14O que eu queria saber é o seguinte.
12:18Ganhou o Oscar, não,
12:20Globo de Ouro, né?
12:21Aquele...
12:22Aquela série que é...
12:24Bebê Rena,
12:25que fala sobre o stalking.
12:27Você assistiu?
12:27Não, eu não assisti.
12:28Ah!
12:29Tem aí um também, né?
12:31Da Netflix,
12:32que só fala sobre isso também.
12:34Nossa, ela é muito boa.
12:35A gente que trabalha com isso,
12:36normalmente,
12:36a gente não...
12:37Não tem interesse em assistir,
12:39porque a vida real consegue ser mais assustadora
12:42do que a ficção, né?
12:44A gente, normalmente,
12:45passa raiva vendo esse seriado,
12:47porque fala,
12:47Não, isso não é real.
12:48Isso não vai acontecer.
12:51Não é dessa sorte.
12:52Aí eu evito o filme de tribunal,
12:55o filme que tem coisa de trabalho,
12:56de alguma forma, ele entrava.
12:58Dá até raiva, né?
12:59Não, em Yu mesmo,
13:00tem uma coisa que você falou,
13:02que é isso,
13:03de mudar o foco, né?
13:04Ele é fixado em uma menina,
13:07e até que chega um momento
13:08que ele passa por uma segunda vítima,
13:11que ele percebe que aquela ali não vai dar...
13:12Eu acho que ele mata ela.
13:14Mata, o Yu mata.
13:15Acho que é assim que termina.
13:17Aí ele sai e passa por uma segunda vítima.
13:19Então, é uma coisa assim,
13:20que a gente vê que,
13:21igual você disse,
13:22é bem uma coisa obsessiva, né?
13:24Bem obsessiva.
13:25Mas eu fiquei com a dúvida
13:26que você falou que
13:27é importante denunciar.
13:29Assim, você descobre,
13:31aí passa uma situação,
13:32duas situações.
13:33É interessante.
13:34Só que pode acontecer
13:36que a gente está
13:37numa era digital.
13:40Pode acontecer de um perfil
13:41que está stalkeando,
13:42e você não saber.
13:44e aí a primeira abordagem
13:45já ser uma abordagem violenta.
13:49Como fazer nesse caso?
13:51Como que eu vou comprovar?
13:52Como administrar?
13:54Porque a pessoa estava ali.
13:55Às vezes o perfil é aberto
13:56e está todo mundo sabendo,
13:57está todo mundo vigiando.
13:58Esses perfis falsos, né?
13:59É, tem vários perfis falsos.
14:01Como que é, assim?
14:02É considerado um crime virtual
14:03ou vira stalking?
14:06É, o stalking,
14:07pouco importa se ele vai ser
14:08pelas redes sociais
14:09ou pessoalmente.
14:10Normalmente é pelas redes sociais
14:11hoje em dia.
14:12A maioria dos casos
14:13você vai ter por redes sociais,
14:14telefone, WhatsApp,
14:15ainda que sejam pelo WhatsApp.
14:18Muitas vezes,
14:19eles usam perfis fakes mesmo.
14:20Muitas vezes.
14:21E eu já vi,
14:22eu já tive casos mesmo
14:23em que criavam 10, 15, 20
14:26perfis fakes diferentes
14:27para confundir a vítima.
14:29Mas visivelmente
14:29pelo modo desoperante,
14:31pelo meio de falar ali
14:32com a vítima,
14:33um tipo de fala,
14:34notadamente era a mesma pessoa.
14:36Isso foi comprovado
14:37em juízo depois
14:37que era a mesma pessoa.
14:39O ponto é,
14:40eu hoje, sinceramente,
14:42no mundo que a gente vive,
14:43eu não recomendo
14:44as pessoas ficarem
14:45marcando localização.
14:47Você pode até marcar,
14:48mas depois que já não está mais lá.
14:51Isso de uma forma geral.
14:52Não só para mulheres,
14:53não para homens também.
14:55Por uma série de fatores.
14:57você dá chance
14:59para todos os doidos
15:01de todos os tipos.
15:02Então, eu não recomendo.
15:03Se a pessoa tem um perfil fechado,
15:06ela vai bloquear
15:06e não vai ficar aceitando
15:08esses perfis fakes
15:09que estão pedindo
15:10para ter contato com ela.
15:13Mas se ela tem um perfil aberto
15:14e ela tem o hábito
15:15de se marcar
15:16em locais principalmente,
15:18vai num restaurante e se marca,
15:19vai numa praia e se marca,
15:20vai numa viagem e se marca,
15:22é, de certa forma,
15:23um pouco arriscado.
15:24Se ela tem,
15:25vamos lá,
15:26você tem um histórico
15:27de stalkers
15:28buscando contato,
15:30tentando contato,
15:31eu decididamente
15:32não recomendo.
15:33Ficar marcando localização
15:34principalmente.
15:35E hábitos de vida.
15:37Porque a gente não sabe.
15:38Pode ser um stalker,
15:40digamos assim,
15:41mais,
15:42que não vai ser violento,
15:44vai ficar só nessa
15:45porrinhação mesmo,
15:46mas pode ser alguém
15:47mais violento.
15:48Então,
15:49decididamente não recomendo.
15:51Aliás,
15:51não recomendo para ninguém.
15:52mas principalmente
15:53se a pessoa está sendo
15:54vítima de stalking
15:55porque aí você está
15:56dando munição,
15:57você está permitindo
15:58que aquele indivíduo
15:59saiba onde ela está.
16:00E aí eu acho
16:01realmente bem arriscado.
16:03E é bem inseguro.
16:04Mas a gente está falando
16:05num viés mais amoroso.
16:07E stalkiar a coleguinha?
16:10Um negócio assim...
16:11Até que ponto?
16:12Até que ponto?
16:13Isso é saudade.
16:15Exato.
16:15Até que ponto pode,
16:16não pode,
16:17não pode de jeito nenhum?
16:19Como que é?
16:19Depende do que nós
16:20estamos chamando de stalkiar.
16:22É,
16:22porque já é uma palavra
16:24popular que a gente usa,
16:25que é tipo assim,
16:27a Nayane está namorando,
16:28por exemplo.
16:29Eu estou namorando,
16:30inclusive.
16:32A única daqui, né?
16:33Pelo menos.
16:35Aí a Manu me passa
16:37o arroba do namorado dela,
16:40eu vou lá stalkiar.
16:42Mas é só dar uma olhadinha,
16:44dar aquela passada de olho
16:46para avaliar.
16:47Ai, que legal,
16:48o cara bonita,
16:49ela está...
16:50Então, até mesmo,
16:52por exemplo,
16:52alguma coleguinha
16:54curtiu a foto do Gui.
16:56Aí, quem é essa?
16:58A gente vai lá
16:59fazer um mutirão
17:00e ver o perfil
17:01dessa coleguinha.
17:02Está vendo?
17:02Mais um motivo
17:03para os perfis fechados.
17:05Eu concordo totalmente
17:06com isso.
17:07Eu sou a favor
17:08dos perfis fechados.
17:10Meu Deus do céu.
17:12Mas então, assim...
17:14Não, não é um stalkiar,
17:15né?
17:15Vamos lá.
17:16Isso aí,
17:17decidamente,
17:17você eventualmente
17:19entrar no perfil de alguém,
17:21seja fechado ou aberto,
17:22para ver o que essa pessoa
17:23está fazendo,
17:24o que está curtindo ou não está.
17:25Às vezes,
17:26até no contexto de flerte mesmo,
17:27você está entrando ali
17:28para ver a pessoa
17:28que você está interessada.
17:29Decidamente,
17:30isso não é um stalking.
17:31O stalking é muito mais
17:32do que isso.
17:33Ele é obsessivo.
17:34Ainda que você entre todo dia
17:35porque você é fã da pessoa,
17:37você quer ver as fotos
17:38daquela pessoa,
17:39isso eu acho que
17:39não caracteriza o stalking.
17:40O stalking normalmente
17:41tem essa tentativa de contato
17:44e a vítima,
17:45muitas vezes,
17:45deixa isso extremamente claro
17:47para ele.
17:48Porque se você falar assim,
17:49a vítima fica,
17:50né,
17:51sendo dúbia,
17:52fazendo uma espécie de jogo,
17:54falando,
17:54quem sabe um dia
17:55a gente sai,
17:56depois a gente marca,
17:58hoje eu não estou podendo,
17:59e tal.
18:00Beleza.
18:01Aí,
18:01ela ainda alimentou
18:02algum tipo de esperança,
18:04algum tipo de abertura
18:05para o contato futuro.
18:07Agora,
18:07a partir do momento
18:08que a vítima fala,
18:08olha,
18:09eu não tenho o menor interesse
18:09em você,
18:10já deixou a coisa
18:12de uma forma muito clara
18:13e ele persiste,
18:15isso é um grande sinal
18:17de stalking.
18:17Isso é um grande sinal
18:18de stalking.
18:19Porque,
18:20de uma forma geral,
18:21a pessoa,
18:22depois que ela recebe
18:22um convicto,
18:23vamos dizer assim,
18:24ela para,
18:26no máximo,
18:26ela vai insistir
18:26mais uma vez,
18:27se ela for muito insistente,
18:30duas,
18:31e depois ela larga para lá
18:32e vai tocar a vida dela.
18:35Mas,
18:36se persiste,
18:38aí,
18:39é um bom indício
18:40já de que eu vi o stalk.
18:41Não estou falando
18:41que na terceira vez
18:42é um stalk.
18:43Mas,
18:43assim,
18:43já começa a ligar
18:45o alerta amarelo.
18:47Não ligou o vermelho ainda,
18:48mas já começa a ligar
18:49o alerta vermelho.
18:50Já bloqueou
18:50nas redes sociais.
18:51Aí,
18:51apareceu um perfil fake.
18:53Aí,
18:54isso para mim
18:55já está mais
18:55do que configurado.
18:57Essa do perfil fake.
18:58O perfil fake é muito,
18:59aquele perfil fake
19:00que começa a seguir em tudo,
19:01ele é muito suspeito.
19:02Muito suspeito.
19:03Tem uma lei nova agora,
19:06eu não sei se ela já está vigente,
19:07daquela que não pode abrir
19:09a intimidade da vítima
19:11no processo,
19:14porque aconteceu aquele estupro
19:16da Mari Ferrer,
19:17que ela chama?
19:18Sim.
19:18aí rolou esse problema aí.
19:22Quando a vítima
19:23dá sinais,
19:26tipo,
19:26pequenas aberturas,
19:27como você disse,
19:29isso dá para o stalker,
19:33na hora que está no processo lá,
19:35usar isso como,
19:36para diminuir?
19:39Atenuar?
19:39Uma coisa assim?
19:40Tudo depende de contexto.
19:42Como eu disse,
19:42se a vítima está,
19:44de certa forma,
19:44alimentando uma possibilidade
19:46de algo futuro,
19:47alimentando algum tipo de...
19:48Não é o ideal de se fazer.
19:50Decidamente,
19:50se ela não quer nada com ele,
19:51ela tem que deixar bastante claro
19:53que ela não tem o menor interesse nele.
19:54Se ela faz isso,
19:56ele pode utilizar isso em defesa,
19:57falando,
19:57olha,
19:58ela estava me alimentando de esperança,
20:00eu tinha esperança de conseguir sair com ela.
20:04Facilita a defesa,
20:05sem dúvida alguma.
20:06Agora,
20:07ainda assim,
20:08mesmo que ela tenha alimentado de esperança,
20:10não me parece razoável
20:11você criar perfis fakes,
20:12esse tipo de coisa.
20:14Mas se ele não está com perfis fakes,
20:16você está usando o próprio perfil dele,
20:18de forma razoável,
20:20está falando,
20:21olha,
20:21você não falou que a gente podia sair um dia,
20:24vamos esse final de semana?
20:25Ele está sendo insistente,
20:27mas,
20:28à medida que você teve uma abertura para isso...
20:30É só um chat.
20:32É um outro crime?
20:34Se ela está dando abertura,
20:36eu não vejo como.
20:37Mas tem aquela questão também,
20:38tipo assim,
20:38as mulheres,
20:40às vezes,
20:41elas colocam fotos provocativas no Instagram,
20:45e aí,
20:46por causa da cultura do estupro,
20:49o cara,
20:50ele tem aquela ideia
20:51de que ela está ali mostrando para ele,
20:55está querendo dar essa abertura.
20:56te oferecendo.
20:57Não,
20:57não,
20:57mas aí,
20:58é maluquice da parte dele.
21:00Né?
21:00Eu estou falando o seguinte,
21:01se ela deixa aberta a possibilidade de sair com ele,
21:04né?
21:04Falou claramente.
21:05Se ela postou,
21:06sei lá,
21:07uma foto de biquíni,
21:08e ele interpretou que foi para ele,
21:10aí,
21:10é caso de tratamento.
21:11Ele disse,
21:12ai,
21:12gosto de azul.
21:13É.
21:14Ela parece que é um menino.
21:16Uau,
21:17ela tomou assim.
21:18É igual todo mundo da dele,
21:19Cris,
21:19cara,
21:20ela está tomando a minha.
21:21Foge desse cara,
21:23porque esse cara é perigoso,
21:24né?
21:25Óbvio que ele está num grau de,
21:27realmente,
21:28até de narcisismo mesmo,
21:29de achar que,
21:30né,
21:30o mundo gira em torno dele,
21:31né?
21:31Claro que não,
21:32ela não posta por conta dele.
21:34Mas,
21:34assim,
21:35eu,
21:35sinceramente,
21:36eu acho que a primeira providência que eu tomaria
21:37numa situação como essa,
21:39era fechar meu perfil,
21:40tá?
21:40É claro que,
21:41às vezes,
21:41as pessoas trabalham com isso,
21:42ela é influencer.
21:43Ela vive de,
21:44né?
21:44E ela vende produtos ali,
21:46não tem como fazer isso.
21:47Mas,
21:47ela deve procurar,
21:48realmente,
21:49um auxílio profissional
21:50para evitar esse tipo de coisa.
21:53Porque,
21:53ela falou a história,
21:54pode não dar em nada?
21:56Pode.
21:56Mas,
21:57pode ser uma bola de neve.
21:58É muito imprevisível de saber,
22:01né?
22:02É difícil,
22:02sabe?
22:03E isso já,
22:04alguns casos,
22:05assim,
22:05já aconteceu também com famosos,
22:07né?
22:07Igual você disse aí,
22:08Ana Hickman,
22:09eu acho que ela passou por uma loucura dessa.
22:11E como que a pessoa vai...
22:13Foi aqui em BH?
22:14Foi.
22:14É que o marido dela,
22:16o marido,
22:17ou,
22:18é,
22:18o ex-marido.
22:18Ah, é.
22:19Ou cunhado,
22:20não sei,
22:20que atirou na boca do cara.
22:22É,
22:22não.
22:22Então,
22:23umas coisas assim,
22:24que a pessoa também,
22:25por ser famosa,
22:25às vezes,
22:26ela não percebe,
22:27né?
22:27Que tem alguém ali nesse,
22:29nessa...
22:30Ah,
22:30nesse jeito de chegar exagerado,
22:32né?
22:32É um fã,
22:33né?
22:33Isso.
22:34Um stalker,
22:34é travesti de fã,
22:36né?
22:36É,
22:36o fã para virar stalker...
22:39É isso que eu ia falar.
22:40Qual é a linha tênue,
22:42qual é o limite de fã para stalker?
22:45É difícil,
22:45na verdade,
22:45assim,
22:46o fã,
22:46ele vai seguir tudo que a pessoa faz,
22:48né?
22:48O stalker,
22:50de certa forma,
22:50é um fã da pessoa,
22:51eu ia dizer,
22:51um fã mais compulsivo,
22:53mas,
22:54mas se você pensar um fã,
22:55muito fã mesmo,
22:56no sentido,
22:56a palavra fã mesmo,
22:57é a gente fanático,
22:58né?
22:58Bem,
22:58essa ideia de você,
22:59ter aquela adoração mesmo em relação à pessoa.
23:04Então,
23:04se você pensar dessa forma,
23:05o limite é tênue,
23:07né?
23:07Mas eu acho que o principal limite
23:09é que o stalker normalmente força um contato.
23:12Ele fica mandando mensagens,
23:13e essa coisa do perfil fake,
23:15essa coisa de ficar incomodando,
23:17às vezes os próprios familiares,
23:19né?
23:20Às vezes os amigos recebem mensagem também.
23:23E isso de uma forma geral,
23:24o fã não faz,
23:25o fã gosta da pessoa,
23:27acompanha o trabalho,
23:28vai às vezes em todos os shows da pessoa,
23:30ou todas as apresentações da pessoa,
23:31mas não fica nesse comportamento obsessivo
23:33de tentar um contato,
23:35o fã é quase que um negócio,
23:37é um stalking platônico,
23:39às vezes,
23:39no sentido de que fica mais distante.
23:42Vou te observar.
23:43Ele se coloca no lugar dele,
23:44ele se coloca no lugar de observador e de fã.
23:47Não tem uma ação,
23:49não chega a fazer algo assim realmente.
23:51Eu acho que é mais um respeito também
23:54pelo espaço da pessoa,
23:55tipo,
23:55eu te admiro e gosto muito do que você faz,
23:58te acompanho,
23:59mas eu tô aqui e você aí.
24:01Me resolveu?
24:02É.
24:03Enfim.
24:03Mas o limite eu acho que,
24:04assim,
24:05é sempre muito tênis.
24:06A pessoa tem um fã,
24:07muito fã,
24:08ela precisa,
24:09né?
24:10E do fã virar hater também,
24:13às vezes,
24:14é um pulo.
24:15Porque o sujeito é muito fã,
24:17até a pessoa fazer algo que ele considere,
24:19de algum motivo,
24:20errado.
24:21Vamos imaginar que uma influenciadora
24:23resolva se casar.
24:24e esse fã não acha adequado
24:26ela se casar,
24:27porque ele tinha uma admiração
24:28muito grande por ela.
24:29Ele pode virar um hater.
24:31E aí,
24:31ele vai buscar,
24:32de toda forma,
24:34buscar prejudicá-la,
24:35de alguma forma,
24:36etc.
24:36fã em excesso é sempre problemático.
24:41A gente tende a ter um mínimo de pé atrás,
24:45com cuidado.
24:47Acho que tudo em excesso, né?
24:49É.
24:50Com certeza.
24:51Isso é uma característica, assim,
24:53que você já conseguiu observar nesses casos,
24:56de, por exemplo,
24:56igual a gente ouviu no caso,
24:57no início do episódio,
24:58a pessoa era fissurada pela outra,
25:02gostava muito isso e aquilo,
25:03fazia várias investidas,
25:05até que num certo momento,
25:06ela queria que ela fosse agredida,
25:08que ela sofresse de alguma maneira.
25:10Então, assim,
25:11isso é,
25:11você consegue perceber
25:13se isso é um padrão,
25:15assim,
25:15de comportamento,
25:16ter essa virada de chave
25:17em algum momento?
25:18Os limites do amor e do ódio,
25:20eu acho que,
25:20pra quem trabalha com direito penal
25:22e direito de família,
25:23é bem nítido isso.
25:24Quando vira,
25:25vira forte.
25:26O sentimento continua forte,
25:28o sentimento não se apaga.
25:29O sentimento, às vezes,
25:31ele se dilui com o tempo, né?
25:32Às vezes,
25:33um casamento que vai se diluindo,
25:34aquela paixão,
25:35aquela coisa.
25:36Mas se a pessoa tem uma paixão
25:37não correspondida,
25:38a tendência de virar o oposto,
25:40de virar um hater,
25:41é grande, né?
25:43Ou um relacionamento mesmo
25:44que terminou mal,
25:45a tendência não é
25:47eles serem indiferentes
25:48um em relação ao outro.
25:49Um fica, às vezes,
25:50talqueando o outro,
25:51fala,
25:51ah, olha lá,
25:52a nova mulher dele,
25:53que feiosa,
25:54ou o novo marido dela,
25:55que horror, né?
25:57Então, assim,
25:58infelizmente,
25:59e são problemas,
26:00antes de tudo,
26:00de ordem psicológica.
26:01Pessoas que não sabem
26:02conviver bem com a rejeição,
26:04né?
26:05Que deveria ser algo
26:06bem resolvido das pessoas.
26:08Todo mundo vai ser rejeitado
26:09por alguém algum dia na vida,
26:10né?
26:11Não tem jeito.
26:12Ninguém escapa da rejeição.
26:14De alguma forma,
26:15maior ou menor grau,
26:16você vai ser rejeitado
26:17em algum momento.
26:18E se a pessoa não entende isso,
26:20realmente vira um problema.
26:21E eu não sei,
26:22eu acho até que
26:23os relacionamentos
26:25pelas redes sociais,
26:27eles tornam isso
26:27até um pouco mais complicado,
26:28um pouco mais tenso,
26:30né?
26:30Porque quando você está
26:31diante de um relacionamento
26:33presencial,
26:34você tem linguagem corporal,
26:35você tem um monte
26:35de outros elementos
26:37que mostram que a pessoa
26:38não está nada satisfeita
26:39naquela situação.
26:40A rede social,
26:41ela te diz muito pouco,
26:42ela é basicamente texto.
26:44E o texto é muito frio.
26:46quando você não marca
26:47um emoji com nada,
26:49o texto é impossível
26:51de saber se a pessoa
26:52está sendo irônica,
26:53se ela está falando sério.
26:54E isso, às vezes,
26:55gera para uma pessoa
26:57que já tem uma certa
26:57dificuldade de relacionamento,
26:59como é normalmente
26:59o perfil dessa turma aí,
27:02eles podem realmente
27:03trabalhar esses sentimentos
27:05de uma forma muito ruim,
27:06né?
27:07E dá no que dá.
27:08E nos casos que você
27:09já atendeu,
27:11assim,
27:11você já percebeu
27:12se era mais de fã,
27:14né?
27:14A pessoa que você atendeu
27:16sofrendo o ataque
27:16de fã ou de hater?
27:18É isso que eu ia perguntar.
27:20Você é criminalista, né?
27:21Sim.
27:21Você já atendeu casos
27:23tanto de vítimas
27:24quanto réus?
27:25Não,
27:26eu atendo todo mundo
27:27no meu escritório,
27:27mas coincidentemente
27:28atendi duas vítimas,
27:29um homem e uma mulher.
27:31Tá?
27:31Conta pra isso.
27:32Eu vou começar
27:33a contar com a mulher
27:34porque eu acho
27:35que a maioria das pessoas
27:36espera.
27:36vamos chamar o quadro
27:39então,
27:40porque a gente já
27:40chama o quadro.
27:42A gente tem o quadro
27:43que é não é invenção,
27:44que a gente pede
27:45pros nossos convidados
27:46trazerem casos,
27:47relatos que eles,
27:48né,
27:48os especialistas já
27:49vivenciaram e contar pra gente.
27:51E aí,
27:51como você já adiantou
27:52esses casos,
27:53como de parâmetro.
27:54Obviamente,
27:54sem citar nomes,
27:55né, gente?
27:55Porque...
27:56Claro que não.
27:56Nem poderia.
27:57Joãozinho e Maria.
28:05Pode contar.
28:06Então,
28:06vamos lá.
28:07O primeiro caso,
28:09a vítima,
28:09ela teve um relacionamento
28:10com esse cidadão
28:11e ele não aceitou bem
28:14o fim do relacionamento.
28:15E no início,
28:16ele começa a pedir
28:17pra voltar,
28:18aquela coisa,
28:19vamos,
28:20né,
28:20deixa disso,
28:21vamos voltar,
28:22aquela coisa e tal.
28:23Só começou a ficar
28:24muito insistente.
28:25E aí,
28:25ele começou a mandar mensagem
28:26pros familiares dela,
28:28pros amigos dela,
28:29falando mal dela.
28:30Aí,
28:30já entrou na fase do ódio.
28:32Saiu da fase da...
28:33de vamos tentar voltar
28:34porque eu te amo,
28:35agora eu te odeio,
28:36já que você não me aceita.
28:38E começou a fazer aquilo
28:38de uma forma compulsiva,
28:40empregador,
28:41né,
28:42e aí,
28:42aquilo tava causando
28:43um transtorno muito grande
28:44pra viver.
28:44Inventando histórias
28:45sobre ela,
28:46inventando histórias
28:47sobre a vida sexual dela,
28:48que não condizia
28:49com a realidade,
28:50tá?
28:50E mesmo que fosse realidade,
28:52não era função dele
28:54sair falando isso.
28:55E quando ela chegou
28:56no nosso escritório,
28:57ela realmente tava desesperada
28:58porque...
28:59E ela tinha um relacionamento atual
29:02e isso tava causando prejuízo
29:03pra ela.
29:05E aí,
29:05eu falei com ela,
29:06olha,
29:07corre o risco
29:07desse indivíduo piorar
29:09conforme a todas
29:10que chegam lá
29:11ou todos que chegam lá
29:12com essa preocupação.
29:13Corre.
29:14Mas é melhor fazer
29:15do que deixar isso
29:16rolar solto.
29:18Nós fizemos,
29:19pedimos a medida protetiva,
29:20a medida protetiva
29:21foi deferida,
29:22né,
29:23é razoavelmente rápido,
29:24é bom esclarecer isso
29:25pra quem tá assistindo.
29:26Essas medidas protetivas,
29:28elas, ao contrário,
29:29a justiça é muito lenta,
29:30mas a medida protetiva,
29:31normalmente,
29:31sai em menos de um mês.
29:32Às vezes,
29:33uma semana sai,
29:34dependendo da situação.
29:36Né?
29:36E aí,
29:37o juiz deu pra ele
29:38não se aproximar dela
29:39fisicamente,
29:40pra não entrar em contato
29:42por meio de nenhum tipo
29:42de redes sociais,
29:43nem com ela,
29:45nem com seus parentes,
29:46nem com seus amigos,
29:48de forma tal
29:48que ele não pudesse
29:49caluniá-la mais.
29:51E aí,
29:52o processo realmente
29:52tende a morrer.
29:54Se ele cumpre,
29:55isso tende a morrer.
29:56O grande problema
29:57é que esse indivíduo
29:58chegou a não cumprir isso.
30:00Ele chegou a descumprir
30:01a medida protetiva.
30:02E aí,
30:03a gente pediu a prisão dele.
30:05Mas aí,
30:05nós temos um problema
30:06legal e jurídico,
30:08que eu acho um problema
30:08seríssimo nesse país.
30:10A vítima,
30:11mesmo sendo mulher,
30:12ela não pode pedir
30:13a prisão
30:14do seu,
30:16da pessoa que tá
30:17fazendo o crime contra ela,
30:18diretamente ao juiz.
30:20Só quem pode fazer
30:21o pedido da prisão
30:22é o delegado
30:22ou o promotor
30:23de justiça.
30:24E o promotor
30:25não foi favorável
30:27ao pedido de prisão.
30:28Era até um promotor
30:28homem, coincidentemente,
30:29mas o fato é,
30:30ele não foi favorável
30:31ao pedido de prisão.
30:32Nós recorremos,
30:34e essa questão
30:34até ainda vai pro STJ,
30:36ainda,
30:36pra gente discutir isso lá.
30:37O STJ,
30:38ele basicamente
30:38escolhe as causas
30:39que ele julga.
30:40Não sei se vai
30:41considerar isso relevante.
30:42Eu considero isso
30:42extremamente relevante.
30:44Eu entendo que
30:45não só a mulher,
30:46mas o homem também,
30:47se ele está sendo vítima
30:48de um crime,
30:48ele tem mais do que
30:49deveria ter mais
30:50do que a legitimidade
30:51pra pedir diretamente
30:52a prisão.
30:53O juiz avalia.
30:54Se deve ou não,
30:55manda aprender.
30:56Quem vai avaliar?
30:56O juiz.
30:57Ele não tá determinando
30:59a prisão.
30:59Ele tá pedindo.
31:01Tem o direito de pedir.
31:02Mas não foi negado.
31:04Mas só da gente
31:05ter pedido
31:05pra que se apreciasse
31:08o pedido de prisão,
31:09aí ele viu
31:10que a coisa tava séria,
31:11nunca mais fez,
31:12e acabou a história.
31:13Basicamente,
31:13literalmente,
31:14acabou a história,
31:14teve sossego,
31:15e hoje ela vive
31:15uma vida normal dela,
31:17com os filhos dela,
31:18tudo normal.
31:18Já tem bastante tempo isso.
31:20Então,
31:20foi um problema
31:21que foi sanado,
31:23mas esse a gente
31:23teve até que escalar um pouco.
31:25Porque além da medida
31:25do detetivo,
31:26nós temos que ameaçar
31:26de prisão.
31:27Aí,
31:28sentiu que a coisa
31:28ia ficar muito séria.
31:30E ele ia ser preso mesmo.
31:31Se ele fizesse mais uma vez,
31:32ele seria preso,
31:32com certeza.
31:34Mas o problema é,
31:35em situações como essa,
31:36a gente depende,
31:37às vezes,
31:37das autoridades.
31:38E a autoridade,
31:39às vezes,
31:39não considera aquilo
31:40tão sério.
31:41porque o pedido de prisão
31:42foi porque ele mandou
31:42mais uma mensagem,
31:43falando,
31:44poxa,
31:44não precisava disso,
31:45não precisava pôr
31:46advogado na história,
31:48alguma coisa,
31:48só que não pode.
31:50Isso é uma medida protetiva,
31:51não pode fazer nada,
31:51não pode entrar
31:52em nenhum tipo de contato.
31:54Mas,
31:55foi um caso
31:56que terminou
31:56razoavelmente bem.
31:58Mas,
31:59é aquela história,
32:00quando ela nos procurou,
32:01ela já estava sofrendo
32:01com isso há bastante tempo.
32:03Não é do dia para a noite,
32:05para ela ter que tomar
32:05o fôlego
32:07para ir até o advogado
32:08e pedir ajuda,
32:09demora um pouco.
32:11E, é claro,
32:13às vezes,
32:13a vítima nem tem condição
32:14de pagar um advogado.
32:15Aí,
32:15ela tem que buscar quem?
32:16A delegacia de mulheres,
32:17que pode dar certo ou não,
32:18vai depender da delegacia,
32:20do dia,
32:20de quem atender,
32:21depende de uma série
32:22de fatores.
32:23Mas, assim,
32:24como um bom advogado,
32:25ela vai conseguir
32:25a medida protetiva
32:26e conseguir a medida protetiva
32:28é aquela tal da história.
32:29De uma forma geral,
32:30ele paga.
32:32Vocês querem que eu conte o outro já?
32:34Ou vocês querem
32:34perguntar alguma coisa desse?
32:36Eu queria perguntar sobre esse.
32:37Nesse caso,
32:39ela teve um relacionamento
32:41com o cara, né?
32:42E eu acho que
32:43é um pouco mais difícil ainda
32:46você entrar na justiça, né?
32:48Por causa que você conhece
32:50todo o meio daquela pessoa,
32:52todos os familiares.
32:54E eu acho que tem
32:54uma pressão muito maior, né?
32:56De, tipo assim,
32:57eu vou colocar o meu ex-namorado
32:59na cadeia,
33:00vou prejudicar tal, tal, tal pessoa
33:02e isso vai afetar tal, tal, tal coisa.
33:04Nessas horas,
33:05a gente tem que pensar
33:06é na gente, né?
33:06No que aquilo está
33:08afetando a nossa vida, né?
33:10É, eu já adianto
33:11para a pessoa se tranquilizar
33:12em relação a isso.
33:13Ela tem que pensar
33:14que ela está buscando
33:14a medida protetiva,
33:16principalmente.
33:17Essa questão de cadeia
33:18num crime desse,
33:19se ele não descumprir
33:20a medida protetiva,
33:21ele não vai ser preso, não.
33:22Tá?
33:23Ele vai tratar
33:23uma pressão assim,
33:25partindo para o esposo
33:25que ele é primário
33:26de pontos antecedentes, etc.
33:27Você já tem ficha aí, né?
33:30Mas se ele for primário
33:31de pontos antecedentes,
33:33ele vai ter a medida protetiva
33:35e se ele cumprir
33:35a medida protetiva,
33:36tudo vai terminar bem
33:37para todo mundo, tá?
33:38No máximo,
33:39ele vai ter uma prestação
33:40de serviço.
33:41Então, eu acho que seja
33:41uma preocupação.
33:42Eu acho, e claro,
33:43a pessoa tem que primeiro
33:44se resguardar e depois
33:45se preocupar com os outros, né?
33:47Mas, de todo modo,
33:48esse risco dele ser preso
33:51é só se ele realmente descumprir.
33:53E eu, sinceramente,
33:54acho que se ele descumprir,
33:55ele merece ser preso.
33:56Sim, sim.
33:57Mas como que é
33:58para identificar se descumpriu?
34:00Ela vai, por exemplo,
34:01ele entrou em contato,
34:02ela comprovou.
34:03Mas se ele tivesse criado
34:04um perfil fake,
34:05como que ela saberia
34:07que era ele?
34:09É, dá um pouco de trabalho.
34:10Você tem que fazer o print,
34:11às vezes uma ata notarial,
34:12que é a melhor forma
34:13de você comprovar
34:14esse tipo de coisa, né?
34:15que é você levar os prints
34:16no cartório, né?
34:18Tem custo, óbvio, né?
34:20Mas é a forma mais segura
34:20de se fazer.
34:21Você leva no cartório.
34:22É um custo alto, viu, gente?
34:23Porque a amiga minha
34:24falou que um print
34:26que você coloca lá
34:28no cartório
34:28é uns 400 reais, né?
34:29É, depende do cartório.
34:32É, é caro.
34:33Infelizmente,
34:33não é barato.
34:35Mas se você não puder
34:35fazer ata notarial,
34:37tira pelo menos os prints,
34:38né?
34:39Leva os prints
34:40para a polícia
34:41e a polícia
34:42verificando aquilo
34:43lá no celular
34:43da pessoa mesmo,
34:44a polícia vai ter
34:45condição de instruí-la
34:46como fazer
34:47sem precisar gastar tanto, né?
34:49Claro que
34:50para vítima que pode pagar
34:51é mais fácil,
34:52mas não é só nesse caso.
34:53É tudo na vida, né?
34:54Não é um problema
34:55desse caso.
34:56Todo mundo nesse país
34:57é mais fácil
34:57para quem pode pagar.
34:59Vai ser mesmo, né?
35:00Agora,
35:01tem como fazer.
35:02Leva o print
35:03na polícia,
35:04explica a situação,
35:04explica que ele
35:05está enchendo o saco,
35:06está apunhando,
35:06que ela está com medo,
35:08né?
35:08Etc.
35:09Então, assim,
35:10pera aí,
35:12eu acho que eu perdi o foco.
35:13Você tinha me perguntado.
35:14E do perfil fake
35:15como identificado.
35:16Ah, o perfil fake.
35:17Aí você pegou
35:17o perfil fake,
35:18o que acontece?
35:19Tem que pedir
35:19uma ordem judicial,
35:21aí dá a ordem judicial
35:22para que a rede social
35:24informe os dados
35:26daquele perfil fake.
35:27Aí vai informar o IP,
35:28vai informar a data de acesso,
35:30o horário de acesso,
35:30o log de acesso.
35:31Com esse IP,
35:32aí vai pedir
35:32uma nova ordem judicial
35:34para o provedor
35:35informar
35:36quem é o titular
35:37daquela conta.
35:39E aí,
35:39a partir daí,
35:40nós vamos chegar
35:40nessa pessoa.
35:42Esse caso mesmo,
35:43ele tinha vários
35:44perfis fakes.
35:45Vários, vários.
35:46Mas, não,
35:47uma boa,
35:48o delegado,
35:48o próprio juiz,
35:49ele bate o olho.
35:51As mensagens
35:52são muito parecidas.
35:52a conversa
35:54é mais ou menos
35:55parecida.
35:55Então, ele bate o olho,
35:57ele pede
35:58a informação
35:59dos provedores
36:00só para comprovar,
36:02mas está na cara
36:03com as mesmas pessoas.
36:04Eles não fazem
36:06um negócio
36:06tão diferente assim.
36:07A chance
36:08de ter 20 pessoas
36:09diferentes
36:10falando a mesma coisa,
36:12ela é um pouco baixa.
36:13É estatisticamente
36:14remota essa possibilidade.
36:15É um pouco baixa.
36:16É isso.
36:17Aí conta para a gente
36:18o outro caso,
36:19que é o do homem.
36:19O do homem
36:21foi uma situação
36:23mais delicada
36:25no sentido
36:26de que
36:27ele conheceu
36:28essa moça
36:29pelas redes sociais,
36:30se não me engano,
36:31esses aplicativos
36:31de namoro
36:32e ele saiu com ela.
36:34Uma vez.
36:35Tiveram uma relação sexual,
36:37só que esse indivíduo
36:37era casado
36:38e essa mulher
36:39queria ter relacionamento
36:40com ele.
36:41E aí,
36:41ela começou
36:42a mandar mensagens
36:43para a mulher
36:44do sujeito
36:45para apunhar
36:46a mulher dele
36:47e contar
36:47que a relação
36:48matrimonial,
36:49aquela coisa toda.
36:50Mas,
36:51essa mulher,
36:52ela...
36:53E aí,
36:53depois,
36:53ela começou
36:54a ameaçar
36:54os filhos
36:55do casal,
36:56ameaçar de morte.
36:58Né?
37:00E começou
37:01a se passar
37:01por outras pessoas.
37:03Ela,
37:03essa era muito doida.
37:05Ela criou
37:05uma história
37:06absurda.
37:08E aí,
37:09a gente teve
37:09que fazer a mesma coisa.
37:10A gente teve que pedir
37:11a ordem judicial
37:12para tentar detectar
37:13quem era.
37:14A gente já sabia
37:14quem era,
37:15porque ele contou
37:16a história.
37:17Né?
37:17E a esposa dele
37:19estava lá também,
37:21aquela situação delicada.
37:23Direito penal,
37:24quando tem envolvimento
37:24de questões de família,
37:25assim,
37:25fica muito delicado.
37:26Né?
37:26Porque tem uma questão
37:27ali que não é da minha conta.
37:29Se eles vão separar,
37:30ou não vão,
37:30se eles vão...
37:31Isso não é problema,
37:32eu não vou interferir nisso.
37:34Cada casal
37:35vai discutir isso lá
37:36entre eles,
37:37no máximo
37:37com o terapeuta deles.
37:38Eu não tenho,
37:39né?
37:39Que fazer avaliação
37:40sobre isso.
37:41O ponto é,
37:42eu tinha que
37:42proteger o sossego deles,
37:44até para discutir
37:45a relação deles.
37:46E a gente fez isso
37:47via ordem judicial.
37:48Só que era difícil,
37:49porque,
37:50nesse caso,
37:50tem um complicador.
37:52A medida protetiva,
37:52ela foi pensada
37:53para a mulher.
37:54Proteger a mulher.
37:56Né?
37:57Então,
37:57eu não podia
37:58pedir medida protetiva
38:00para ele,
38:01porque eu não ia ganhar.
38:03Né?
38:03Aí,
38:03o que a gente fez?
38:04A gente pediu
38:05medida protetiva
38:05para a esposa.
38:06É.
38:06E aí,
38:08a gente ganhou,
38:08o oficial de justiça
38:09foi na casa dessa mulher
38:10e ela percebeu
38:11que realmente
38:11era hora de parar,
38:12porque se ela não parasse,
38:13ela ia complicar
38:15a vida dela
38:16mais do que
38:16já estava complicada.
38:18Aí,
38:18claro,
38:18depois a gente
38:19fizemos um trabalho
38:21rápido de investigação
38:22e descobrimos
38:23que não era o primeiro
38:24sujeito
38:24que ela apurinhava.
38:26Ela já tinha um histórico,
38:27né?
38:27De uns cinco ou seis
38:28no currículo dela.
38:30Inclusive,
38:30com faixas
38:31em locais públicos.
38:32coisas do gênero,
38:37coisas do gênero.
38:38Volta pra mim.
38:39Então,
38:40assim,
38:40é o problema
38:41que independe,
38:42às vezes,
38:42de gênero.
38:43Você tem.
38:44É claro que,
38:44talvez,
38:45o gatilho
38:45seja muito diferente.
38:46O homem fica
38:47nessa idealização,
38:48a mulher que não corresponde,
38:49etc.
38:50E ela,
38:51ela teve aquela
38:52relação sexual,
38:54casual,
38:55e ela queria algo mais.
38:57Ela queria um relacionamento
38:58constante com ele,
38:59né?
39:00E deu isso.
39:01Mas,
39:02assim,
39:02é uma situação,
39:04essa foi mais assustadora
39:05porque tinha ameaças mesmo.
39:07A gente,
39:08eu acho que
39:10o nível de transtorno
39:11psicológico dela
39:12era maior.
39:13No sentido que,
39:14ela parecia estar disposta
39:15a fazer mais coisas.
39:17Falou que ia suicidar,
39:18falou que ia fazer,
39:19e,
39:20claro,
39:20quando você tem uma pessoa,
39:21você tá lidando com uma pessoa
39:21com transtorno mental,
39:23e você,
39:24e ela fala que vai suicidar,
39:26você tem que levar
39:27até essa conta a sério.
39:29Não é algo impossível
39:30de acontecer.
39:31né?
39:32E isso gerava muito medo
39:33do casal,
39:34porque isso poderia,
39:35dos filhos, né?
39:36De crianças pequenas
39:37a jogar.
39:37Imagina que essa mulher
39:38faz uma manuquice
39:39na frente das crianças.
39:41Mas aí,
39:41veja,
39:42mesmo uma situação
39:42tão grave como essa,
39:44depois do oficial de justiça,
39:45o oficial de justiça
39:46foi na casa dela,
39:46devia ser umas 10,
39:4710 da noite,
39:4911 da noite,
39:50né?
39:50E aí,
39:51instantaneamente,
39:52a coisa parou.
39:54Parou pra ele, né?
39:55Porque depois ela
39:56buscou um novo alvo.
39:58Mas pra ele,
39:59efetivamente,
39:59parou.
39:59Então, assim,
40:01é aquela tal da história.
40:02Se você deixa correr solto,
40:04pode,
40:05a gente não sabe
40:05o que vai acontecer.
40:06Não tem um banco
40:08de dados,
40:08assim,
40:09de tal.
40:10É isso que eu ia falar.
40:12Vai lá no X.
40:12de repente,
40:14a medida protetiva
40:15não coloca
40:15como se fosse
40:16um histórico
40:17ali da pessoa,
40:18já é a segunda,
40:19terceira.
40:20Tem que ter um aplicativo,
40:21pô.
40:21É,
40:21pra gente poder entender.
40:22Não,
40:22deixa eu colocar
40:24o nome dessa pessoa.
40:25Toda investigação criminal
40:26fica o registro,
40:27não é?
40:28Então, assim,
40:28nesse caso dessa moça,
40:30a gente tinha
40:31as investigações anteriores,
40:32né?
40:33Todas tiveram
40:34investigação criminal.
40:35Só que, assim,
40:35verdade seja dita,
40:37é crime de juizado especial.
40:39e isso prescreve
40:41muito rápido.
40:41Na maioria das vezes,
40:42esses crimes
40:42se prescrevem rápido.
40:43Se a pessoa primária,
40:44de bons antecedentes,
40:46a pena dela
40:46vai ficar baixa.
40:47E a pena dela
40:48ficando baixa
40:48vai prescrever,
40:49provavelmente.
40:50Mas suja a ficha?
40:52Então,
40:52se prescreve,
40:53não suja.
40:54Mas dá pra ter
40:55uma dimensão,
40:55tipo,
40:56já tentaram
40:57alguma coisa.
40:59É.
40:59Mas, vejam,
41:01o importante
41:01é a medida protetiva.
41:03O importante
41:04realmente é...
41:05Assim,
41:06depende,
41:06claro que cada pessoa
41:07tem a sua...
41:08seu intuito, né?
41:10Normalmente eu pergunto
41:10pra pessoa,
41:11o que você quer com isso?
41:12Você quer que ela seja presa?
41:13Você quer que ela pare
41:14de te importunar?
41:15Você quer ganhar
41:15uma indenização dela?
41:16O que você quer?
41:17Né?
41:18Aí a pessoa normalmente
41:19fala,
41:19eu quero ficar livre disso.
41:21Só isso.
41:22Eu falo,
41:22não,
41:23isso a gente consegue.
41:24Agora,
41:24se a pessoa fala assim,
41:25eu quero que ela seja presa,
41:26eu falo,
41:27olha,
41:27dificilmente nós vamos
41:28conseguir isso.
41:29A não ser,
41:30como eu disse,
41:30que ele já tem
41:31um histórico prévio.
41:32Não seja a primeira vez,
41:33que tem uma condenação,
41:34né?
41:35Pode condenar.
41:36Mas aí,
41:37de condenar ou não,
41:38não depende muito
41:39só do advogado,
41:41porque a gente sabe
41:42que às vezes a polícia
41:43é lenta,
41:44o próprio judiciário
41:44é muito lento,
41:46e aí às vezes
41:46esses crimes
41:47acabam prescrevendo.
41:49Esse caso específico
41:50dessa moça
41:50prescreveu mais uma vez,
41:52entre todos,
41:53tantos outros,
41:54tá?
41:55Vários casos
41:56prescreveram.
41:57Mas é aquela
41:57da história,
41:58a ficha dela
41:58só está aumentando.
42:00E talvez um dia
42:02ela vai fazer isso
42:03com alguma outra pessoa
42:04e não vai prescrever.
42:05e ela vai ser condenada
42:06pelo histórico dela.
42:08Mas, assim,
42:10como eu disse,
42:11eu não fiz a defesa
42:12dessas pessoas.
42:13Mas a forma
42:14de defesa dela,
42:15em princípio,
42:17é alegar um transtorno
42:17psiquiátrico.
42:19Você pede
42:19uma inimputabilidade.
42:21Normalmente,
42:21ela vai ser inimputável mesmo,
42:23tá?
42:23Por isso que eu digo,
42:24o ponto não é
42:25querer condenar.
42:26Porque um advogado
42:27inteligente do outro lado
42:28vai pedir
42:29uma inimputabilidade,
42:31vai dizer que a pessoa
42:31tem transtornos mentais,
42:32vai mandar ela
42:33fazer uma perícia
42:33no IML.
42:34E, efetivamente,
42:35essa pessoa provavelmente
42:36vai ter um transtorno mental.
42:37E ele vai conseguir
42:38absorver,
42:40ainda que a medida protetiva
42:41continue existindo.
42:43Sim.
42:43Tá?
42:44Então, assim,
42:45é questão de
42:46alinhar expectativas.
42:48A pessoa não ir achando
42:49que vai
42:49condenar
42:51e bota preso.
42:52Salvo se ele
42:53for lá
42:54insistir
42:55e continuar
42:57tentando se aproximar
42:58dela.
42:58Mas aí,
42:59o nível de compulsão
43:00é muito forte.
43:01Que dinheiro.
43:02O importante
43:02é ficar em pago.
43:04Eu não atuo
43:05na área cível,
43:06mas, evidentemente,
43:07se ela for condenada,
43:08pode pedir uma indenização
43:09na área cível.
43:11Um advogado civilista
43:12vai fazer isso.
43:13E muito provavelmente
43:13vai conseguir.
43:15É bom fazer o seguinte,
43:16esses dois casos
43:17que eu atendi,
43:17eram famílias
43:19de classe média alta,
43:20tinham perfeitamente
43:21condição de pagar
43:22uma indenização.
43:23Óbvio que se ela for
43:23pobre, muitas vezes
43:24ela não tem.
43:25Não é só o vento
43:26para pagar a indenização.
43:27Mas, em tese,
43:29esse tipo de transtorno,
43:30nesse nível
43:31que estava causando,
43:32nossa, mas a indenização
43:33é fácil nesse férias.
43:35E embarca outros crimes também,
43:38né?
43:38Porque tem
43:38de perseguição,
43:39aí, como você falou
43:40nos casos,
43:41tem ameaça.
43:42Isso vai só gravando,
43:43assim.
43:44Aí você consegue
43:45fazer uma cestona
43:47de crime.
43:50Presente para você.
43:51Não é de crime feliz.
43:53Não, eu como.
43:55Não, eu como.
43:56Mas você consegue, sim.
43:58Você vai,
43:59você faz o que a pessoa fizer.
44:01Se ela fizer
44:01uma difamação,
44:02você vai fazer.
44:03Se ela fizer
44:04uma calúnia,
44:07uma ameaça.
44:08Aí depende muito
44:09do tipo de coisa
44:10que ela faz.
44:11Agora,
44:12se ela ficar só enchendo o saco,
44:13pedindo para sair,
44:14aí não tem exatamente
44:17o que fazer.
44:19É, não tem um outro crime,
44:20né?
44:21Mas são crimes
44:22considerados
44:23aspas leves,
44:24né?
44:25É claro
44:26que se houver
44:26uma agressão,
44:27pior,
44:28uma tentativa
44:29de homicídio,
44:30homicídio,
44:30aí a coisa realmente
44:31vai ficar muito séria.
44:32Deixa de ser
44:33decidamente,
44:34aí pouco importa
44:35se é primário,
44:36vai ser preso,
44:37aí não tem jeito
44:37de escapar.
44:38Mas, assim,
44:40eu não sei,
44:41eu acho que a maioria
44:42dos stalkings
44:43é aquela coisa
44:44da pessoa
44:45na casa dela
44:46com um baita
44:48transtorno psicológico,
44:50mas não é alguém
44:51que vai passar
44:52para a vida real,
44:54né?
44:54O problema
44:55que eu falo
44:56para a gente
44:56fazer o registro
44:57é porque
44:58a gente nunca sabe.
45:00Estatisticamente,
45:01ainda que a maioria
45:01absoluta não vá fazer nada,
45:03vou imaginar,
45:04sei lá,
45:0490% não vai fazer nada,
45:06né?
45:07Mas você pode ter
45:0810% que faça.
45:09E pode ser justamente
45:10o seu caso.
45:11não tem muito
45:12como saber.
45:13Esse tipo de crime,
45:15ele normalmente
45:16vai correr em segredo
45:16de justiça,
45:17a gente não tem
45:18nem aquele nomezinho
45:20assim,
45:20processo criminal.
45:22Só iniciais?
45:22Só iniciais.
45:23Ah,
45:24sim,
45:25agora a gente vai
45:27ter que começar
45:28a paquerar
45:29selecionando
45:30as iniciais
45:30das pessoas de voz.
45:32Pode ser.
45:33Essas aqui,
45:34eu já peguei,
45:35não pode não.
45:36Já está difícil.
45:38Esse esquema
45:38de buscar
45:39nos sites aí,
45:40jurídicos,
45:41o nome da pessoa
45:42vai funcionar
45:43se trata de drogas,
45:44roubo,
45:45sequestro,
45:46que dá uma peneirada.
45:48Dá uma peneirada.
45:49Dá uma peneirada.
45:50É importante.
45:52Mas provavelmente
45:52que pratica um tipo
45:53de crime
45:54não é o que pratica
45:54o outro.
45:55Então, assim,
45:56nada a ver.
45:57Às vezes ele é
45:58traficante,
45:58mas é carinhoso.
46:00Agora o outro lá
46:01é empresário,
46:03mas é um stalk
46:03que não dá sossego.
46:06Então, assim,
46:06é muito difícil.
46:08Na verdade,
46:09não tem jeito.
46:10que eu acho que...
46:11E eu falo isso
46:12às vezes muito
46:13quando me pergunto
46:14sobre esse tipo de crime.
46:15Você entra na paranoia
46:16de ter um doido
46:17à sua caça
46:18te procurando,
46:19não faz mais nada
46:20na vida.
46:21Porque realmente
46:22você nem advoga,
46:23você não trabalha,
46:24você não pode ser jornalista,
46:25pode chamar alguém aqui
46:26com o cara
46:27doido de pedra
46:28e tal que há.
46:29Então, assim,
46:30não tem muito
46:31o que fazer.
46:32A gente corre
46:33alguns riscos.
46:34Mas é óbvio.
46:35Eu acho, assim,
46:35nos primeiros sinais
46:36é a hora de começar
46:37a tomar cautelas.
46:39Fecha o perfil,
46:41se insistir,
46:42busca um apoio
46:44aí na polícia
46:45ou com o advogado
46:46para evitar
46:47que prossiga.
46:48Mas, assim,
46:49deixar de se relacionar
46:51ou deixar de viver
46:52por conta de...
46:53Não tem jeito.
46:54A gente não pode entrar
46:54no extremo oposto.
46:57A gente vê hoje
46:58muitas vezes
46:59tem uma série famosa
47:00na Netflix agora
47:01falando desses incels,
47:02desses caras
47:03que odeiam as mulheres.
47:04É um adolescente.
47:05É.
47:05que representam o perigo.
47:06Esse assistiu?
47:08Também não.
47:08Eu não assisto
47:09esse negócio.
47:10Eu, desse da gente,
47:11não assisto.
47:13Mas eu fico sabendo
47:14que os meus alunos assistem.
47:15Se tem um negócio
47:16que algum de direito
47:17assiste,
47:17é sério de direito.
47:20É o momento
47:20certo de assistir,
47:21inclusive.
47:22Porque depois...
47:23Depois canta.
47:23Só pagando honorários
47:25para a gente assistir
47:25essas coisas.
47:27Mas o ponto é,
47:29se você parar pensar,
47:30a mulher fica
47:31vendo um negócio desse
47:32e fala assim,
47:32pô, vou pegar
47:33um doido desse
47:34para me relacionar.
47:35É um problema.
47:35Ou o sujeito
47:36que assiste a série
47:37e vê lá as mulheres
47:38perseguindo,
47:39fica sabendo desse caso
47:41que o convido
47:41da mulher
47:41é botar uma faixa
47:42lá na porta
47:42da casa dele,
47:43constrangendo ele
47:45perante a mãe dele,
47:46os vizinhos dele,
47:47os colegas dele.
47:49Mas assim,
47:49a gente pensa,
47:50é minoria?
47:52Felizmente,
47:52ainda é minoria.
47:53A maioria das pessoas
47:54tem um relacionamento
47:55bem ou mal.
47:56É claro que tem pessoas
47:57que lidam com rejeição
47:58de forma melhor que outras.
48:00Mas esses extremos
48:01da pessoa ficar compulsiva
48:04seguindo,
48:05obcecado,
48:06isso é minoria,
48:07né, gente?
48:08Eu acho que foi criado
48:10esse tipo,
48:10ele era necessário.
48:12Ele é necessário.
48:14Mas eu acho que
48:14ele precisa ainda
48:16de ajustes.
48:17Eu acho que tem que
48:17se estender isso
48:18de uma forma mais clara
48:19para o homem.
48:20Eu acho que estender
48:20a medida protetiva
48:21para o homem
48:21é muito importante.
48:23E principalmente
48:24permitir que a vítima
48:25possa pedir a prisão
48:26no caso do descomprimento
48:27da medida protetiva.
48:29Ela não tem que passar
48:30pelo Ministério Público
48:31para isso.
48:32Basta que ela acione,
48:33basta que o advogado dela
48:35acione diretamente
48:36o juiz
48:36e peça para o juiz.
48:38O juiz analisa
48:38a situação.
48:40Se ele achar que é grave,
48:41não manda prender.
48:42Se ele achar que não é,
48:43ele assume a responsabilidade.
48:44Porque tem isso também.
48:46Se eu pedir para prender
48:47e o juiz falou
48:47que não é grave,
48:48ele vai assumir a responsabilidade.
48:49Se esse indivíduo
48:51depois for lá
48:51e fizer alguma agressão
48:53contra essa vítima,
48:55nós vamos ter que falar
48:56que o que nós pedimos
48:57para o juiz
48:57e o juiz não fez.
48:59Então é algo muito sério.
49:00E normalmente
49:01os juizes dão
49:01medida protetiva.
49:03Não é algo difícil
49:03de se conseguir.
49:05Queria saber
49:06do seu...
49:07Não, do arroba.
49:09Você falou
49:09que tem o Instagram.
49:11É, o meu Instagram,
49:11se alguém quiser stalkear,
49:13é arroba
49:13Túlio Viano.
49:15Por favor,
49:15não me mandem mensagem
49:16de ameação de morte.
49:17Eu agradeço.
49:17Se ninguém fizer isso...
49:19Túlio Viano com dois N's.
49:20Com dois N's.
49:20Arroba Túlio Viano.
49:21Tem o LinkedIn também.
49:23E será um prazer, gente.
49:25Eu publico coisas lá
49:26pra entrar em contato.
49:28Se caso quiser...
49:29Se for preso
49:29e precisar de mim,
49:30aí pode entrar em contato.
49:32Você deve stalkear,
49:32não stalkeer, não.
49:35Então, a pessoa
49:37tá correndo
49:37um grande risco
49:38de ser presa.
49:40Ou se for preso,
49:41se tiver ameaçado
49:43de alguma coisa
49:44de stalke.
49:44Aí pode entrar em contato
49:46pelo site do escritório.
49:47Lá no Instagram mesmo,
49:48tem o link
49:48pro site do escritório.
49:50A equipe vai atender
49:50lá com o maior prazer.
49:52É aquela história,
49:52a gente sempre espera
49:53que as pessoas não precisem.
49:54Mas uma outra
49:54acaba precisando.
49:55Sim.
49:56Mas assim,
49:57no meu Instagram
49:59eu falo de vários assuntos
50:00de jurídica e atualidade.
50:01Sempre tem crime
50:01pra comentar, né?
50:02Todo dia tem um crime
50:03novo na imprensa.
50:04E a gente sempre
50:04tá comentando.
50:05Então, é legal.
50:07O direito criminal
50:08é aquele que sempre
50:09chama a atenção do público, né?
50:10Que é o direito
50:11mais concreto
50:12ali da vida,
50:13do dia a dia, né?
50:14Sim.
50:14Então, a gente
50:15tá sempre comentando.
50:16Você quer deixar, né?
50:17Pra gente fechar
50:18uma dica,
50:20comentar alguma coisa?
50:23Eu acho que o mais importante
50:24é vocês não ficarem
50:24demasiadamente impressionados
50:26com isso.
50:26Deixar de sair
50:26por causa disso.
50:27Deixar de conhecer as pessoas.
50:28Com as cautelas
50:29porque a gente vive
50:30num mundo
50:30que pode acontecer.
50:32Mas eu não acho
50:32que seja a maioria
50:32das pessoas.
50:34Eu acho que
50:34no primeiro momento
50:35de sinal,
50:36aí já liga o alerta
50:37amarelo,
50:38fecha o perfil
50:39e se continuar
50:40não dá mole.
50:41Aí sim.
50:42Mas aí liga o alerta
50:44vermelho mesmo
50:45e toma todas as providências.
50:46Mas assim,
50:47eu acho que a minoria
50:48eu acho sempre
50:49muito importante
50:49a gente fixar
50:50que a minoria
50:52de pessoas que fazem isso
50:53não acha que seja
50:53uma regra, né?
50:55A gente não tem que levar
50:56vai acontecer com a...
50:57E isso para as pessoas
50:59que já passaram por isso
50:59é muito traumático, né?
51:01Porque ela acha
51:01que o próximo relacionamento
51:02vai ser assim também.
51:04E não vai.
51:04Ela deu muito azar.
51:05A não ser que ela esteja
51:06num perfil psicológico também
51:07de sempre se relacionar
51:08com o resto
51:09de pessoa que faz.
51:10Que é um problema também.
51:12pode acontecer,
51:13mas aí é caspaterapia.
51:16Com certeza.
51:18Mas é isso então.
51:19Túlio, muito obrigada
51:20pela presença.
51:21Foi ótima a nossa conversa.
51:22Foi legal demais.
51:23Eu que agradeço.
51:24É o maior prazer.
51:25Prazer.
51:25Tchauzinho.
51:26Tchau, gente.
51:27Tchau.
51:27Tchau.
51:28Tchau.
51:28Tchau.
51:29Tchau.
51:29Tchau.
51:29Tchau.
51:29Tchau.
51:29Tchau.
51:29Tchau.
51:29Tchau.
51:30Tchau.
51:30Tchau.
51:30Tchau.
51:30Tchau.
51:30Tchau.
51:30Tchau.
51:31Tchau.
51:31Tchau.
51:32Tchau.
51:32Tchau.
51:32Tchau.
51:33Tchau.
51:33Tchau.
51:34Tchau.
51:34Tchau.
51:35Tchau.
51:36Tchau.
51:37Tchau.
51:38Tchau.
51:39Tchau.
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