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Alan Ghani, Gustavo Segré, Felippe Monteiro e José Maria Trindade comentam o depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, ao Supremo Tribunal Federal. Cid foi o primeiro do núcleo central a ser interrogado no inquérito que apura uma possível tentativa de golpe de Estado.

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https://youtube.com/live/h9K3AqBwg5s

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Transcrição
00:00Estava me ajustando aqui porque acompanhava o depoimento também sentado no nosso estúdio ao lado dos nossos amigos
00:05vendo todas as respostas de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que foi o primeiro a ser ouvido nesses depoimentos
00:12que agora terão também os outros depoentes por ordem alfabética.
00:19São oito pessoas ao todo e por isso seriam muitas horas ou até dias de depoimento que você vai acompanhar ao vivo aqui no nosso 3 em 1
00:25e também ao longo da programação da Jovem Pan.
00:27Como mencionou ali o ministro Alexandre de Moraes, às 5 e 5, mais ou menos daqui 15 minutos, o julgamento será retomado
00:36e a gente vai trazer os destaques aqui para vocês no nosso 3 em 1.
00:40Estava ajustando tudo aqui.
00:41Alangani, seja muito bem-vindo. Boa tarde para você.
00:43Boa tarde, Evandro. Ótima semana para a gente.
00:46E aí, Segreira, beleza?
00:47Beleza. E agora do lado do Pepe Monteiro, que gosta de vir para apanhar da gente.
00:51Estou muito feliz. Um abraço à nossa audiência e boa semana para todos.
00:54Felipe Monteiro, boa tarde. Bem-vindo mais uma vez no lugar do nosso Piperno, que tirou uma semana de descanso.
00:59Boa tarde, sim. É um prazer estar com vocês. É um prazer estar com meus amigos aqui, que falam, gostam de apanhar, mas na verdade eu sou quem bate.
01:05Eita! Zé Maria Trindade já está conosco também. Boa tarde, meu amigo.
01:10E começando muito bem a semana com muita notícia. É isso aí. Um abraço a todos.
01:13Vamos aproveitar e já fazer uma análise do depoimento até aqui, aproveitando que nós teremos alguns minutos até que o julgamento seja retomado nessa pausa dada pelo ministro Alexandre de Moraes.
01:23Mauro Cid confirmou muito do que foi dito pela Polícia Federal, inclusive em trechos citados pelo próprio Procurador-Geral da República na denúncia e agora corroborados também pelo próprio réu ali, frente a frente, com o ministro Alexandre de Moraes, com o ministro Lúcio Fux e também com o Procurador-Geral da República.
01:40Como é que você avalia as falas até aqui, Alangani?
01:43Olha só, principalmente ele dá um caráter onde ele participou de uma fala, de uma reunião bastante informal.
01:52A troca de mensagens, as reuniões que ocorreram, muito difusas, né?
01:57Então ele não dá um aspecto de que houve uma formalidade, pelo menos nas reuniões onde ele estava presente, para a tal execução do golpe.
02:08Ele fala muito, né? Olha, bravatas, cada um falando uma coisa.
02:12E ele pontua, inclusive no final, dizendo que ele colaborava, né?
02:18Corroborava com a visão do general do Freire, né?
02:23Freire Gomes.
02:24Freire Gomes.
02:25Dizendo que isso, ele corrobora com as suas ideias de resguardo institucional, não foram exatamente essas palavras que ele utilizou,
02:36mas o sentido foi esse, que ele não compactuava com a formalização de um golpe e que tudo não passou ali de bravatas difusas.
02:47Agora, Felipe Monteiro, por outro lado, o delator, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid,
02:53revela também que, embora não houvesse algum tipo de reunião com o primeiro escalão do governo,
02:59mais aliado a Jair Bolsonaro, nesse possível plano de golpe,
03:02que vários desses integrantes tinham conversas, assim, com o presidente da República.
03:07E ali ele classifica esses integrantes, no começo da oitiva com o ministro Alexandre de Moraes,
03:14entre mais radicais, moderados e alguns que, seguer, tinham envolvimento com esse tipo de tema.
03:21André Mendonça, por exemplo, ele relata como alguém que ele nunca viu participar de nenhum tipo de conversa desse tipo com o presidente Jair Bolsonaro.
03:30Já o ministro Braga Neto, num primeiro momento, ele o coloca como moderado, mas depois pode entrar na lista daqueles mais radicais.
03:39Como é que você avalia o fato de Mauro Cid contar para todos, e eu digo para todos porque o julgamento está sendo transmitido,
03:47embora a defesa do general Braga Neto tenha tentado o contrário,
03:50de que, sim, Jair Bolsonaro conversava com o seu primeiro escalão
03:54para entender se haveria a possibilidade de impedir que o presidente Lula subisse a rampa.
04:01Bom, Cine, essa é uma questão um pouco problemática, na minha opinião, do depoimento do Mauro Cid.
04:06Por quê?
04:07Primeiro que ele fala... Primeiro o seguinte, vamos lá.
04:09Primeiro que, até agora, no processo todo e no depoimento do Mauro Cid,
04:14eu não vi nada definitivo contra o presidente Bolsonaro.
04:18O ponto principal, na minha opinião, que o Mauro Cid falou em relação ao depoimento dele,
04:23que poderia comprometer o Bolsonaro, é que ele afirmou que o Bolsonaro recebeu a minuta do golpe,
04:27a tal minuta do Estado de Defesa, do Estado de Sítio,
04:30e ele editou a minuta do golpe.
04:35Antigamente, o golpe previa a prisão de várias autoridades,
04:40Bolsonaro editou essa minuta e manteve somente a prisão do Alexandre de Moraes.
04:45Esse foi o único ponto que eu vi no depoimento do Mauro Cid até agora,
04:50que poderia comprometer o Bolsonaro.
04:51Mas e quando a gente imagina que não há, no direito, no tipo de prisão ou criminalização,
04:58a conjecturação, somente na execução você tem criminalização,
05:03poderia haver, no meu modo de ver, uma certa absorvição do Bolsonaro
05:10em relação a esse aspecto do depoimento do Mauro Cid.
05:14Outro ponto importante que você colocou aqui é que ele realmente divide as forças armadas
05:17em várias facções, colocassem-se de jeito.
05:21Há militares que seriam, de certa forma, radicais.
05:25E não só as forças armadas, os ministros também.
05:27É isso, é isso.
05:27Queriam dar o golpe de tudo quanto é jeito.
05:31Existia parte das forças armadas dos ministros
05:33que estavam avesso a esse tipo de postura e conduta em relação ao resultado das eleições.
05:40E parte desses integrantes das forças armadas, Zé Maria Trindade,
05:44o delator Mauro Cid, informa que aqueles mais radicais,
05:49aqueles que de fato defendiam, por exemplo, a retirada do ministro Alexandre de Moraes,
05:54defendiam que um golpe fosse dado,
05:57que defendiam que sim, a nação teria que se colocar contra as instituições,
06:02que se tratavam de bravatas, de pessoas assim como...
06:07E aí ele usou o exemplo de um jogo de futebol,
06:09que no momento em que o juiz marca o pênalti ou o goleiro não pega o pênalti,
06:15aquela pessoa é odiada no dia seguinte
06:17e os torcedores mais raivosos dizem que essa pessoa deveria ser exterminada,
06:22eliminada, arrancada do time.
06:24Você entende que houve muita bravata e que foi ou teria sido utilizada
06:29no processo do Supremo Tribunal Federal
06:31para chegar às figuras principais do governo de Jair Bolsonaro,
06:35que em algum momento entenderam que seria possível acabar,
06:39mesmo que por um tempo, com o regime democrático aqui?
06:44Mas aí houve uma chuva de fake news e muitas bravatas, muitas.
06:49Os grupos de militares ficavam reproduzindo notícias falsas
06:54de que haveria alguma coisa,
06:55de que o presidente teria assinado isso, assinado aquilo,
06:58e, na verdade, nada disso aconteceu.
07:02Constrange saber que isso aí, olha, a cúpula do governo passado
07:06está no banco dos réus.
07:09Constrange ao ter a certeza de que governantes passados,
07:13eleitos democraticamente, um governo democrático,
07:16tenha pensado na possibilidade de um início de um regime antidemocrático no Brasil.
07:21Eu não gosto nem da ideia de pensar numa ditadura,
07:25seja ela de onde for, executivo, legislativo ou do judiciário.
07:31Não gosto nem de pensar nessa possibilidade.
07:34Mas não houve nem a tentativa, mas houve, sim, planejamentos, reuniões
07:38e o pensamento que me constrange de discutir uma possibilidade dessa, né?
07:45Mas houve, os bravateiros, né?
07:48Eles eram militares e não militares.
07:50Agora, pela primeira vez, houve ali uma divisão clara
07:53entre a reserva militar, né?
07:56Que são os aposentados do Exército Marinha e Aeronáutica
08:00e os da ativa.
08:02E havia um pensamento democrático nas Forças Armadas.
08:07Informaram naquela época, isso é uma realidade,
08:09que menos de 20% apoiariam ou queriam o golpe.
08:13O resto era pé na democracia mesmo.
08:16A gente está vendo, claramente, de que houve mesmo reuniões, pensamentos,
08:21mas nunca houve o golpe, nunca houve nem mesmo a tentativa de golpe.
08:26O que é interessante também em relação a esse depoimento de Mauro Cid
08:29é perceber o quanto havia a presença dele em conversas
08:33que poderiam ser muito privativas.
08:35E de um tema que agora expõe tanto Jair Bolsonaro
08:37quanto vários dos integrantes de seu primeiro escalão.
08:41Porque ele fala o seguinte,
08:42eu não participava de todas as reuniões.
08:44Isso, Mauro Cid, tá, pessoal?
08:46Mas ele menciona que todas as reuniões
08:48aonde era necessário expor algum documento
08:51e algum documento relacionado a essas consultas feitas,
08:56a algo que estava sendo ou teria sido planejado
08:59em termos de golpe de Estado,
09:01que sim, ele participava.
09:03Então, em vários momentos em que o Supremo Tribunal Federal
09:05questiona Mauro Cid sobre documentos que foram encontrados
09:08na operação da Polícia Federal e que foram apresentados,
09:11ele menciona que teve contato com esses documentos
09:14porque ele os expunha às pessoas que participavam ali daquela reunião.
09:18Agora nos acompanha também o pessoal da rádio.
09:21Sejam muito bem-vindos.
09:22É muito bom ter vocês por aqui.
09:23Estamos unidos em todas as plataformas do nosso 3 em 1 da Jovem Pan
09:27acompanhando o julgamento do Supremo Tribunal Federal
09:29que houve os depoimentos daqueles que são acusados
09:33de planejar um golpe de Estado aqui no país.
09:36O primeiro depoimento começou com o delator Mauro Cid.
09:38O ministro Alexandre de Moraes fez uma pausa de 15 minutos.
09:42Pausa essa que deve terminar agora às 5h05 da tarde.
09:45Assim que o julgamento for retomado, nós também voltaremos
09:49a essa programação e você acompanha agora uma análise
09:52do que foi dito até aqui.
09:54E aí, Gustavo Segret, eu pergunto a você sobre a fragilidade
09:58ou o risco de vazamento a que todos foram expostos
10:03e que decidiram correr mesmo assim, porque você fazer reuniões
10:07com várias pessoas participando, mesmo que tenha uma,
10:10mas com outra que expõe um documento, que projeta algo
10:13para um tema que seria tão delicado, mostra que muita gente
10:19tinha ali ou uma confiança muito grande do ex-presidente
10:23Jair Bolsonaro ou que ninguém tinha o temor de que em algum momento
10:27isso pudesse vazar e se transformar nesse processo
10:29que estamos acompanhando.
10:30Evandro, ou que era muita bravata e pouca ação também.
10:35De qualquer maneira, eu acho que é muito valioso que nós,
10:39sociedade brasileira, estejamos acompanhando todas essas declarações.
10:44Não seria bom para a população que isso corra em sigilo.
10:49É muito oportuno ter, porque isso permite que cada um dos brasileiros
10:54tire alguma conclusão sobre o que está sendo dito.
10:56Quando o Mauro Cid menciona que ele foi orientado a se retirar
11:01numa reunião com o general Braganeto e outras duas pessoas das Forças Armadas,
11:07porque iam entrar em assuntos que tinham a ver com realidade,
11:11como ia ser instaurado o caos.
11:13E aí eu fico com a declaração.
11:15Isso foi levado para o presidente?
11:17Não.
11:17Não foi levado para o presidente porque ele considerava que não era relevante,
11:21porque era mais uma ruavata.
11:23O ponto aí, me parece, está no foco do presidente.
11:28Qual era o conhecimento do presidente em termos disso?
11:31Quanto ele se propunha a fazer parte disso?
11:34E até agora, sinceramente, eu não vi absolutamente nada
11:37de questões que possam afetar diretamente o presidente.
11:41Claro, teve reuniões, sim.
11:43Teve consultas, sim.
11:45Dentro do que a Constituição estava determinando,
11:48até agora, pelo menos, sim.
11:50Isso não configura um golpe de Estado.
11:53Se é dentro da Constituição, não é abolição do Estado Democrático de Direito.
11:58Então, agora, vamos aguardar próximas declarações,
12:01mas a sensação que ficou é que o procurador-geral estava procurando encontrar alguma coisa
12:07que pudesse ser determinante para acusação contra o presidente,
12:11e até agora, nada.
12:13Outra parte que me chamou a atenção, pessoal,
12:14e para você que nos acompanha, que talvez não estivesse ligado conosco ainda,
12:17é o momento em que Mauro Cid é questionado pelo ministro
12:20sobre a participação de Carla Zambelli
12:22e aquela reunião que o presidente Jair Bolsonaro teve
12:25com o hacker Walter Delgatti Neto
12:28a partir de uma ponte feita pela deputada federal agora licenciada
12:33e com toda essa situação que a envolve, Carla Zambelli,
12:36e o fato de o presidente, nas palavras de Mauro Cid,
12:41ver na possibilidade de encontrar fraude no processo eleitoral
12:46a principal situação para levar esse plano em frente.
12:51Então, tudo foi tentado a partir de se buscar informações
12:56em torno de uma possível fraude eleitoral
12:59para que esse plano fosse encaminhado.
13:02E aí que entra Carla Zambelli com o hacker Walter Delgatti Neto
13:06levado para o gabinete do presidente da República por ela
13:09e o Mauro Cid relata que o presidente Jair Bolsonaro
13:14orientou que o Walter Delgatti Neto
13:17fosse colocado em contato com o ministro Paulo Sérgio Nogueira,
13:21à época, ministro da Defesa,
13:23para que ele contasse quais seriam as possibilidades
13:25de se colocar essa fraude
13:28e quais seriam as fragilidades
13:30caso eles tentassem, por meio de um hacker,
13:34construir essa situação.
13:37Mas o que chama a atenção é o fato de
13:38se colocar todos na mesma sala
13:41e de haver, inclusive, uma orientação
13:42nas palavras de Mauro Cid,
13:44do ex-presidente Jair Bolsonaro,
13:45para que o ministro da Defesa
13:47conversasse com esse hacker.
13:50Não haveria ali a necessidade
13:51de se já acabar com esse papo
13:54imediatamente,
13:55sabendo que o envolvimento de um hacker
13:57poderia trazer questões muito mais graves
13:59para esse processo, Alangani?
14:01Com certeza, né?
14:02A partir do momento que você conversa com um hacker
14:05e coloca um hacker
14:07para dentro do governo,
14:09vamos colocar assim,
14:10mesmo que seja para eventualmente
14:13apontar uma fragilidade
14:15no sistema eleitoral,
14:17você está correndo um risco.
14:19Este hacker é um criminoso.
14:21Então, se existe algum tipo de desconfiança,
14:24o que deveria ter sido feito?
14:25Com engenheiros, credenciados,
14:27com técnicos e uma operação em conjunto
14:31com o TSE.
14:33Agora, de qualquer maneira,
14:35eu concordo com o PP,
14:36ficaram ali naquele campo da cogitação
14:38e tudo vai depender
14:40como o Supremo vai interpretar
14:44essa cogitação.
14:45Até onde foi essa cogitação
14:47na visão do Supremo Tribunal Federal?
14:49Essa cogitação seria uma tentativa ou não?
14:52Eu concordo com o PP,
14:54concordo com o Segreco,
14:55também com o Zé Maria,
14:56que não passou ali de uma cogitação.
15:00Mas vamos ver como é que a Suprema Corte
15:02vai interpretar.
15:04Onde começa a cogitação
15:06e onde que começa a tentativa.
15:08Felipe Monteiro,
15:09quero te ouvir sobre esse episódio
15:10envolvendo o Walter Delgatti Neto
15:11e a conversa com o ex-presidente da República.
15:13Foi um momento bizarro, né, Ocine?
15:16Você chamar o hacker,
15:18o mesmo hacker que foi responsável
15:20pela tal Vaza Jato, né,
15:22que entrou em celulares de autoridade
15:26para buscar informação de forma ilegal,
15:28e ilegítima,
15:29foi chamado para tentar mostrar,
15:32tentar entrar no sistema eleitoral
15:35e tentar provar que o sistema eleitoral
15:38e a união eletrônica seria fraudável, né?
15:40E teve uma reunião efetiva
15:43entre o Bolsonaro,
15:45entre a Carla Zambelli
15:46e o tal hacker.
15:48E o resultado a gente sabe como é que foi
15:49em relação a Carla Zambelli,
15:51mas em relação à questão eleitoral
15:53não teve nada, né?
15:54Teve só realmente uma reunião, né,
15:56que na minha opinião foi bizarra,
15:57na minha opinião é algo que tem que ser
15:58rechaçado politicamente, tá?
16:01Juridicamente não tem nada que possa
16:03comprometer receber determinada pessoa
16:05no seu gabinete,
16:07apesar de receber um crime no seu gabinete
16:09é algo politicamente absurdo e abominável,
16:12mas não tem nada que poderia falar
16:13sobre o aspecto jurídico
16:15em relação a essa reunião específica
16:17da Carla Zambelli, do hacker,
16:19com o Bolsonaro.
16:20Mas, aí sim, tem uma questão
16:21que eu ia colocar aqui.
16:22Por favor.
16:22Eu acho que é um problemático
16:24a gente, no Estado Democrático de Direito,
16:27a gente não privilegiar a dúvida
16:29em relação a determinadas condutas.
16:32Eu acho válido e legítimo
16:33a gente duvidar do Estado.
16:35Acho válido e legítimo
16:36a gente colocar determinadas dúvidas
16:38de questões relacionadas a atos do Estado.
16:41E a ONU Eletrônica e o sistema eleitoral
16:43não é nada, no meu modo de ver,
16:46que não pode ser questionado.
16:47Agora, o que eu acho que é absurdo,
16:49ilegal e legítimo
16:50é você fazer fake news
16:52contra a ONU Eletrônica.
16:54Fazer videozinho mostrando
16:56que você apertou o botão de um candidato
16:58e apareceu outro candidato,
16:58isso é ilegal, porque isso é falso.
17:00Agora, você colocar em dúvida
17:02o sistema eleitoral no Brasil
17:03e propor algo para melhorar,
17:06isso, na minha opinião,
17:06é legítimo na democracia.
17:08E cabe às autoridades jurídicas,
17:10às autoridades públicas,
17:12mostrarem e provarem
17:13que a ONU Eletrônica é inviolável.
17:16Então, na minha opinião,
17:18tem um certo limite
17:19em relação a esse caminho
17:21que o STF está tomando
17:22nesse caso específico,
17:24que é criminalizar, de certa forma,
17:27a liberdade de expressão.
17:28Fala, Segre.
17:29Eu gosto de pensar
17:31sobre a dúvida.
17:33A dúvida, inclusive,
17:34é uma questão jurídica
17:35e sempre a dúvida é pro-reo.
17:37Se chama em dúvida, pro-reo.
17:40Devemos lembrar que
17:41quando foi essa reunião,
17:43eu duvido, não sei, sinceramente,
17:45mas duvido,
17:46que alguém venha,
17:47Pepe Monteiro, Alan, Evandro,
17:49Seu Maria, e me diga,
17:50Segre, vamos receber um hacker
17:51para ver se
17:53eu não atenderia.
17:55Mas será que o presidente Bolsonaro,
17:58quando atendeu o hacker,
17:59sabia que era um hacker?
18:00Porque pode vir uma pessoa
18:01e dizer a Langani,
18:03vem e fala,
18:03tem um especialista
18:04em questões informáticas.
18:06A pessoa sabe de tudo.
18:08Poderia.
18:08E, sobretudo,
18:09quando o governo Bolsonaro
18:10estava procurando
18:11algum furo
18:12na segurança das urnas.
18:15Então, aí mudaria um pouco.
18:16A gente fica surpreso
18:17e reclamando,
18:18muita gente da sociedade,
18:20que o presidente recebeu um hacker.
18:22Esse governo agora
18:23recebeu a dama do tráfico
18:24e ninguém ficou preocupado
18:25com isso.
18:26E será que a pessoa,
18:27quando recebeu,
18:28sabia que era a dama do tráfico?
18:29Provavelmente não.
18:31Depois, sim.
18:32Então, teríamos que ver
18:33o contexto
18:33de como isso foi feito.
18:35De qualquer forma,
18:36obviamente,
18:37não é através de um hacker
18:38que se verifica
18:39nenhum tipo
18:40de possibilidades de fraude,
18:42mas eu gostaria
18:43de entrar um pouco mais
18:44sendo cauteloso,
18:45em dúvida,
18:46para saber
18:47como foi determinada
18:48essa reunião,
18:49que somente sabe
18:50o presidente,
18:51Carla Sambeli,
18:52e o tal de hacker.
18:52Fala,
18:54o seu Zé Maria Trindade.
18:56Olha,
18:57o poder,
18:58ele é muito perigoso,
18:59ele seduz
19:00e dá a impressão
19:01de que quem está
19:02naquele momento
19:03desempenhando
19:04uma função importante assim,
19:06pode tudo
19:06e não pode.
19:07Por outro lado,
19:09as pessoas têm crenças,
19:11acreditam naquilo
19:12firmemente
19:13e acham
19:13que estão fazendo
19:14o melhor sempre.
19:15Agora,
19:15é o melhor subjetivo.
19:17E,
19:18neste caso,
19:18a gente vê claramente
19:19que é uma situação
19:21errada
19:21sendo combatida
19:23com outro erro.
19:25Jamais
19:25a Carla Sambeli
19:26poderia levar
19:28ao Palácio
19:29um hacker
19:30e alguém
19:31que foi condenado,
19:32né?
19:33E depois,
19:33enviado ao ministro
19:34da Defesa,
19:35entrou pela garagem,
19:36tipo,
19:37secreto,
19:38quer dizer,
19:38é uma situação
19:39muito complexa
19:40para o centro,
19:42o coração do poder.
19:43O que é isso?

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