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DiversãoTranscrição
00:00Ele bateu aqui no peito, assim...
00:02Vamos embora, Dudu. Eu tô tirando o carro, hein?
00:04Pegou e jogou.
00:07Mas ele tá uma arara.
00:08Eu queria ele.
00:09Tá, mas vai, vai. Vai sim, porque vocês prometeram.
00:12Fica muito feio você combinar um jantar e depois não aparecer.
00:15É, agora eu disse isso.
00:17Dona Diná gostava muito do pai de vocês.
00:19É, deixa eu ver. Você tá bem bonitinho.
00:21Lavou o cabelo e não penteou, né?
00:23Como sempre.
00:24Ó, se comporta. Seja um menino educado. Come direitinho, tá?
00:27Tá.
00:27Não, Dudu. Senão não vou mais, hein?
00:30Bora.
00:31Tchau.
00:32Tchau.
00:33Mas lembranças pra Dona Diná.
00:34Tá, tchau, gente.
00:38Você tá namorando, Tato?
00:40É, o Tato tá namorando com a Bia.
00:43É, vocês ainda tão juntos, é?
00:44Pensei que se eu fosse o namorico de férias...
00:47Tá durando, hein?
00:50Teu pai foi o grande homem, né?
00:52Você deve se orgulhar muito dele.
00:54A gente tem temperamentos diferentes.
00:57O Otávio era um homem muito especial.
01:02Ele era o melhor homem do mundo.
01:05Depende como se vê.
01:07Excesso de bondade pra mim não é qualidade, é defeito.
01:10Isso é a minha opinião.
01:14Isso é um absurdo.
01:17A generosidade do meu pai trouxe muito prejuízo pro nosso patrimônio.
01:23Ele não tinha esse direito.
01:25Mas que loucura é isso que você tá falando, Tato?
01:27O teu pai jamais faria qualquer coisa pra prejudicar vocês.
01:31Será?
01:32Amanhã, quando abrirem o testamento, a gente vai tomar conhecimento do festival de absurdos que ele fez.
01:40Tato, você não vai falar mal do teu pai na minha frente.
01:45Então, com licença.
01:47Boa noite.
01:48Ele, o Tato, e eu?
01:51Eu.
01:52Eu vou embora.
01:54Isso nem terminou.
01:55Mas a senhora vai terminar.
01:58Olha, a gente vai ter que ter muita paciência com o Tato.
02:00Muita mesmo.
02:01Porque tem pessoas que reagem de uma maneira muito estranha ao sofrimento.
02:05Tem pessoas que perdem a coragem de viver.
02:06Tem pessoas que ficam mais compreensivas.
02:09E tem outras que ficam revoltadas, como é o caso do teu irmão.
02:11Eu não acho que o meu irmão tá sofrendo.
02:14Mas ele tá.
02:16Antes do teu pai morrer, ele era um doce de menino.
02:19Olha, pra mim ele tá sendo um grosso, viu?
02:22Deve ser civil falar do pai desse jeito.
02:24Mamãe.
02:26A gente tem que ter paciência com ele, viu, Tuto?
02:28Tu acha que ele tá sofrendo muito.
02:30Agora termina de comer, vai.
02:37Ué, Tato, vem cedo? O que que aconteceu?
02:39Tá, sei, vim antes.
02:40Mas por quê? Você não gostou?
02:43A Diná continua mesmo a grossa. Ela adora uma provocação, né?
02:46A dona Diná?
02:47É, com meu pai ela se fazia de valentona, gritava, falava alto.
02:50Mas comigo é diferente, viu?
02:51Comigo ela vai se ferrar. Eu não sou meu pai, não.
02:53Calma, Tato. O que que aconteceu? Cadê o Dudu?
02:55Ficou lá.
02:58E olha aqui, ó.
02:59Fica sabendo que naquela casa eu não ponho mais os pés, tá?
03:07Você não quer experimentar nem um pouquinho do pudim de leite?
03:10Não, obrigada.
03:14Fica chateado não, Dudu.
03:17Você não quer ver um vídeo, uma coisa assim?
03:20Não, licença. Eu já tô indo.
03:22Imagina, eu vou te levar.
03:25Precisa não, Dudu.
03:26Claro que precisa.
03:27Depois que a parte terminar, e a mamãe terminar também,
03:30todos nós vamos dar uma volta de carro pra levar o Dudu em casa.
03:33Hum, opa.
03:35Deixa eu meter um pouquinho.
03:36Saibam os aqui presentes que,
03:53aos 30 dias do mês de maio de 1994,
03:58nessa cidade do Rio de Janeiro,
04:00estado do Rio de Janeiro,
04:01por instrumento particular devidamente registrado perante mim,
04:07Rogério Lívio Marques,
04:08tabelião do vigésimo primeiro ofício de notas,
04:12segundo o meu parecer e das testemunhas,
04:14me foi dito,
04:17usando em todas as suas declarações,
04:19o idioma nacional que,
04:21de sua livre e espontânea vontade,
04:24sem qualquer indução ou coação,
04:27resolveu fazer este seu testamento,
04:29revogatório de qualquer outro anterior,
04:32declarando o seguinte.
04:33Primeiro,
04:36deixo 15% do meu patrimônio líquido
04:39a ser distribuído igualmente
04:41pelas seguintes instituições de caridade.
04:45Aconchego,
04:47Casa da Sopa
04:48e Lar André Luiz.
04:52Segundo,
04:53deixo a tutela de meu filho menor,
04:55Eduardo Jordão,
04:57a meu amigo Alberto Rezende.
05:01Não, vem pra cá agora!
05:03Tem carne de sobra,
05:05bebida, tem tudo.
05:05Estou te esperando,
05:06não quero nem saber.
05:07É já!
05:12Alô!
05:15Ô, doutor Juiz!
05:17Então, recebeu?
05:19Ah, eu...
05:19Espera aí, doutor.
05:20Eu queria conversar os vídeos.
05:22Coitado.
05:23Não, não, é o amigo meu que você levou aqui.
05:26Espera os vídeos.
05:26Não, acerta.
05:33Tudo bem?
05:40Olha, foi seu pai que me convidou, tá?
05:41Se você quiser, eu vou embora.
05:44A casa do Marlinha.
05:48Vezinha!
05:49Aqui, ó.
05:49Vezinha pra você, ó.
05:51Na boquinha.
05:52Dá uma vizinha pra mim, pra eu ter.
05:55Vezinha, aqui, ó.
05:56Aqui, ó.
05:56Pera aí, tá?
05:57Aqui, ó.
05:58Vezinha!
05:59Tem clima de festa.
06:12Vamos comemorar no apartamento.
06:13Tira esse que não é pra dançar.
06:14Vai dançar.
06:15Até a próxima.
06:16Valeu.
06:17Vai, Brilha.
06:20Vamos, vamos.
06:26Tá bom, não tá?
06:27Vai uma língua e senhora, né?
06:29Escolhe uma capa.
06:29Ê, mas esse telefone não para hoje, né?
06:32É comigo mesmo.
06:35Alô, é isso, pai?
06:38Oi.
06:41Então.
06:43E aí, conseguiu, princesa?
06:46Você vale ouro, minha paixão.
06:50Valeu.
06:50Um beijinho.
06:55Tá.
06:55Puta, a gente se fala.
06:58Um beijo.
07:08Alô.
07:10Aqui é o Ismael.
07:12Sabe aquela parada que a gente combinou?
07:16Tá tudo certo.
07:18Manda ver.
07:18If we can send out a mountaine Groove Seas of Love
07:23Boa noite, amigo.
07:51A polícia, por favor.
08:00Mandado de busca e apreensão?
08:03Peraí, deve estar havendo mal entendido.
08:07Alberto Rezende, médico, não é o senhor?
08:11Sou, senhor.
08:11Eu tenho aqui uma ordem do juiz e eu preciso entrar para revistar sua casa.
08:14Vamos lá, pessoal.
08:16Por favor, vocês olham aqui.
08:17Ah, tem esse lado todo aqui.
08:21Ah, tem que colocar no chão, né?
08:24Vai, não.
08:29Acho que o suco deveria ser visto com mais delicadeira, eu acho.
08:40Não sei se tem coisa de quebrada, tem material de trabalho aí.
08:44Tem coisa de quebrar aí dentro.
08:59O que é?
09:13Não me engano, hein?
09:15Aqui.
09:42Se pegar é queixo sou.
09:44Cada um, cada um na sua onda.
09:46Cada um, deixe cada um nos outros.
09:49Se correr não estiver aí que se pegar.
09:52Já é queixo sou.
09:54Cada um, cada um na sua onda.
09:57Cê rocha na cidade.
09:59O barulho da mamãe.
10:01Quem acompanha o seu.
10:03Joga o dinheiro pra praxe.
10:05Não me engano, não me engano.
10:07Não me engano.
10:12A CIDADE NOVIL
10:31Calma, gente, calma, calma, calma.
10:32Calma, calma.
10:36Calma, calma, calma.
10:38Devagar, devagar.
10:39Devagar, devagar.
10:40Calma, a terra.
10:41Não, não é?
10:42A gente deve ir pro cima, cara.
10:43Não, solta, solta, solta.
10:46Não vou entrar.
10:48Vai sim.
10:49Vamo, vamo, vamo, solta.
10:51Solta.
10:52Eu vou entrar.
10:54Solta.
10:56Solta.
10:57Solta.
10:58Eu vou entrar.
11:00Não vou entrar.
11:02Vai.
11:04Peraí, peraí.
11:06Calma, calma, não precisa ter isso não.
11:08Ai, deixa eu botar minha perna aqui em cima da cama, peraí, peraí, sim, eu tô doente,
11:14eu tava chugando.
11:18Devagar, devagar, isso.
11:20Ai, que saco, eu quero sair daqui.
11:25Pode deixar, pode deixar, pode mear, pode me soltar, peraí, peraí.
11:29Pode soltar, pode soltar, não vou fazer mais nada não, vou ficar aqui, pode soltar.
11:33Deixa eu deitar direito, deixa eu deitar direito, pode soltar.
11:38Tá me reconhecendo?
11:43César, tô médico.
11:46Deixa eu sair daqui, peraí, me solta, peraí, me solta daqui, saco, solta, que droga, me solta, me solta, me solta, que droga, eu quero sair daqui, eu não tenho nada que ficar fazendo aqui, me solta.
12:01Ai, que droga, fica, vem parar aqui, tudo culpa dela, tá na canalha.
12:12Ai, ela me deu o revólver.
12:15Que revólver?
12:16O revólver.
12:17Eu não tenho o que ficar fazendo aqui, eu tenho que ir embora, eles estão atrás de mim, me deixa sair daqui, por favor.
12:29Eles querem me pegar, eu quero ir embora, deixa eu sair daqui, senão eles vão me pegar.
12:39Mas a culpa não foi?
12:40É, sou eu, Lisa.
12:43Olha ela ali, ó, tira ela daqui, tira ela daqui, assassina, sua culpa, você que devia estar aqui, nojenta.
12:53Me solta, me solta, me solta, peraí.
12:57Ai, ai.
13:09Lisa.
13:13Lisa, é melhor você ficar aqui, lá dentro você vai agravar a situação.
13:20O quê?
13:21O que tá acontecendo com o Tel?
13:22Eu nunca vi ele assim.
13:24Tel, o Tel tocou algum problema neurológico, ele perdeu completamente a noção da realidade, ele pirou de vez, Lisa.
13:31Mas por que que ele tá me odiando assim?
13:35Ele não tá te odiando assim, Lisa.
13:38Ele tá completamente fora de si.
13:39Onde é que tá meu filho?
13:44Tá no quarto.
13:45Eu preciso ver o meu filho.
13:46Pessoal, adivinha quem virou notícia de jornal.
14:04Jair, a gente conhece, pai?
14:06Claro que conhece.
14:07Um médico respeitável, acima de qualquer suspeita.
14:12Preso por porte de drogas, hein?
14:15Doutor Alberto Rangel.
14:18Doutor Alberto?
14:20O doutor Alberto é minha mãe?
14:22O doutor Alberto, meu padrinho?
14:23É, em carne e osso.
14:26Médico preso em flagrante por porte de drogas.
14:29Mas diz aí, Ismael, é coisa pesada ou é uma droga levinha assim?
14:32É pesadíssima.
14:34É mesmo?
14:34É pesadíssima.
14:35E ele com essa cara de santinho, hein?
14:37Ai, Vitor, a mãe me vinha endeusando esse cara e falando mal do teu pai.
14:40Ó o que deu.
14:41É.
14:42A Estela é tinhosa.
14:44Ela vai se agarrar com unhas e dentes pra defender o noivinho dela.
14:48E olha o que eu tô te falando, hein?
14:50Ainda é capaz de achar um bode expiatório pra isso.
14:52Olha só.
14:54Ih, ô doutorzinho aqui.
14:56Eu vi ele lá em cima.
14:57Eu vi ele lá em cima.
14:59O cara lá em cima violou.
15:01Olha, agora eu quero ver a minha mãe engolir tudinho que ela falou sobre esse cara.
15:05Dá licença.
15:07Bia, Bia.
15:08Vem cá.
15:09Bia.
15:13Muito bem.
15:15Ponto final, minha querida.
15:16Acabou-se o pesadelo.
15:17Daqui a pouco o Queiroz vai entrar com o Alberto por aquela porta.
15:19Ai, graças a Deus.
15:22Coitado do Alberto.
15:23Diná, foi tanta humilhação, tanta angústia.
15:26Tudo por causa daquele miserável, daquele Ismael.
15:29Como é que um homem, um ser humano pode ser tão baixo?
15:32É muita sujeira, meu Deus.
15:34Estela, pro Ismael vale tudo.
15:36Se você soubesse as mentiras que ele falou pra Maria, coitada, essa nem se conforma.
15:39Ismael é especialista em mulheres carentes.
15:42A Maria foi só mais uma coitada que caiu na rede.
15:44É.
15:45Oi.
15:46Oi, filha.
15:47Que bom que você veio, eu tava sentindo sua falta.
15:49Que isso, mãe?
15:50Não precisa fingir que tá feliz, não?
15:52Você sabe muito bem por que eu vim aqui.
15:55Eu imagino, mas eu...
15:56Eu só quero que você saiba que eu tô feliz de você ter voltado.
15:59Por que voltado?
16:00Não voltei pra lugar nenhum?
16:01Não voltei não, só vim aqui.
16:02Pra te perguntar se é esse o cara que você queria botar no lugar do meu pai.
16:08Queria?
16:10Acho bom você se acostumar com a ideia, Bia.
16:13Porque a tua mãe vai casar com o Alberto.
16:14Me dá licença, tia Gina, eu não vim aqui pra ouvir.
16:17Eu vim aqui pra falar.
16:18Ok, Beatriz, então fala.
16:20Nessa família aqui, todo mundo só se preocupou em falar mal do meu pai, não foi?
16:25O Ismael não presta.
16:27O Ismael é um cafajeste.
16:29O Ismael é um vigarista, não é?
16:31O doutor Alberto...
16:32Ai, o doutor Alberto é um anjinho, é um santo.
16:35E você quer saber mais, mãe?
16:37Eu me orgulho muito mais agora de ser filha do meu pai.
16:40Você vê, nessa reportagem, diz tudinho que o doutor Alberto é na verdade.
16:45Ai, mas quanta hipocrisia, não é?
16:48Logo o santinho do doutor Alberto?
16:50Metido com drogas?
16:52Preso em flagrante?
16:55Nossa, mas que homem maravilhoso que você arrumou, hein, dona Estela?
17:00Realmente ele é muito melhor que o meu pai.
17:02Ô, Bia, vambora, vambora.
17:03Não, que embora, eu tenho muita coisa pra falar que tá atravessada aqui na minha garganta.
17:06Ainda não acabei, não.
17:07Ô, Bia, cala a boca, que você não sabe de nada.
17:09Eu sei muito mais do que você pensa, muito mais.
17:11Eu sei, por exemplo, que a sua irmã querida me trocou por esse cara aí.
17:16E vocês querem saber uma coisa?
17:17Eu tô torcendo pra ele apodrecer na cadeia.
17:20Acontece que você só sabe uma parte da história.
17:23Eu sei uma parte da história que me interessa.
17:25Muito bem, você falou o que quis, agora vai ouvir o que não quer.
17:28Senta aí.
17:29Pera aí, deixa eu ver.
17:29E você também vai sentar.
17:31Que raio de advogado é esse?
17:32Você não sabe que todo mundo tem direito à defesa?
17:34Escuta aqui, o teu padrinho é inocente.
17:37Ah, essa não, né?
17:38E mais do que isso, quem armou essa história toda foi o teu pai.
17:42Não acredito.
17:43Não, eu não acredito, tia.
17:45Eu não acredito que até isso vocês vão querer colocar pra cima do meu pai.
17:48Ok, Beatriz, agora é minha vez de falar.
17:51Eu não vou discutir com você nem lhe dar a menor satisfação, porque você não merece.
17:54Amanhã, amanhã nesse mesmo jornal, em todos os outros, a verdade vai estar.
17:58Se você quiser ler, você lê.
17:59Todo mundo vai saber a verdade.
18:01Faz um favor pra mim?
18:02Sai da minha casa.
18:03Sai da minha casa agora!
18:07Sai da minha casa agora!
18:37Pai, pai, acorda!
18:50Pai, acorda, pai!
18:52Você pode me dizer o que é isso?
18:55Primeiro lugar, Beatriz, não se entra num quarto onde está dormindo um homem ou uma mulher
18:59sem se bater na porta antes, viu, minha filha?
19:03Lê essa notícia, pai!
19:06Por que você mentiu pra mim?
19:13Ô, Beatriz, bem se vê que você tem muito que aprender sobre o mundo, minha filha.
19:17Quer dizer que o doutorzinho conseguiu provar a inocência?
19:20Deixa eu ver, o que é isso?
19:21Aqui diz que a babá de Diná Toledo, uma tal de Maria, teria dito que Ismael Novais, ex-marido de Estela Toledo,
19:32pediu pra que ela devolvesse um presente que a filha teria ganho do doutor Alberto e que ela, coitada, nem suspeitou que aquilo pudesse ser um pacote de dro...
19:46Ah, pelo amor de Deus!
19:48Tá escrito isso aqui, Ismael?
19:49Por quê, pai?
19:51O que é isso, minha filha?
19:54Você acha que seu pai seria capaz de uma sujeira dessas?
19:57Eu nem conheço essa moça!
19:59Mas tá escrito aí, pai, tá escrito que você pediu pra ela colocar o pacote na maleta do doutor Alberto
20:04e que era pra ela telefonar pra você quando o doutor Alberto estivesse na casa da de Diná, pai!
20:09Se isso for verdade, você é um monstro!
20:11Ismael, não deixa essa menina gritar com você, Ismael!
20:13Calma, calma!
20:14Não grita você comigo!
20:15Calma, você também!
20:15Manda essa vagabunda, aquela boca, filho, não tô falando isso!
20:18Você quer fazer um monstro que você tá falando?
20:19Você quer fazer um monstro que você tá falando?
20:20Calma, Regina!
20:21Calma, Regina, calma!
20:23Calma!
20:25Ô, minha filha, você não percebe que isso foi uma armadilha que armaram contra teu pai?
20:30Mas olha só, olha só que armação mais complicada que eles tiveram que inventar!
20:36Olha que linha três!
20:38Eu nem devia te dar explicações!
20:41Mas tudo bem!
20:41Eles armaram esse circo todo!
20:45Babada de Diná, os cambau!
20:48Pra quê, minha filha?
20:49Pra quê?
20:50Pensa!
20:51Pensa!
20:52Será que você não sacou, minha filha?
20:55Você não percebe que isso aqui é um plano sórdido contra teu pai?
20:58É claro, Beatriz!
21:02Foi pra livrar a cara do doutorzinho lá, fazer você voltar pra casa!
21:07Pros braços da mamãezinha e do herói!
21:12É, minha filha...
21:14Você pensa o quê?
21:15Oh, minha filha!
21:22A Estela é muito rincorosa!
21:26É chato falar dela, eu sei, ela é sua mãe!
21:29E eu nem sou de falar mal das pessoas, você sabe disso, não é do meu fitio!
21:33Mas pensa bem, Beatriz!
21:36Você acha que a Estela ia me perdoar por você ter preferido ficar comigo em vez de ficar com ela?
21:43Pensa bem, você acha!
21:46Não esquenta, Ismael!
21:47Olha, o cara que botou a droga lá no apartamento do tal doutorzinho,
21:51esse falso sobrinho, ele vai acabar contando quem pagou pra ele fazer isso!
21:56Não fica assim, Rony!
21:58Oh, Beatriz!
22:01Como é que você é capaz de julgar o seu pai dessa maneira?
22:07Será que todos esses meses de convivência, de carinho,
22:11não foram suficientes pra você perceber qual é o meu caráter?
22:17Ismael, ela não tem culpa, ela só fez isso porque a Estela fica fazendo a cabeça dela, Ismael!
22:23Ela ainda é uma garota!
22:25A Estela é que é culpada, que fica falando mal de você pra todo mundo!
22:33Olha, Beatriz!
22:34Se é isso que você pensa de mim,
22:39pega as tuas coisas,
22:43vai embora!
22:45Agora eu vou te dizer uma coisa, minha filha,
22:48eu nunca pensei que a minha própria filha fosse falar uma coisa dessas!
22:53que a minha filha é a sua filha é a sua filha,
22:56todos esses meses,
22:59de mim, Beatriz,
23:02você só recebeu amor,
23:06você sabe que eu sempre quis te fazer feliz,
23:11agora, no primeiro problema que aparece,
23:15em vez de você me dar apoio,
23:18você me dá as costas, Beatriz,
23:20e ainda tem a coragem,
23:26tem a coragem de me acusar, minha filha!
23:31Vai, moleque!
23:32Vai dormir na cama que é lugar quente!
23:38Quando você não parar de beber, eu não saio daqui!
23:43Depois que o papai aprontou pra gente,
23:45só enchendo a cara mesmo, viu?
23:47Tato, eu já perguntei pro tio Alberto, pra Ednard,
23:49você não precisa ficar aí se chateando,
23:52se meu pai quis assim, tudo bem, cara,
23:55não vai faltar nada pra gente!
23:56Ah, está errado, Dudu,
23:58isso é uma questão de princípio, cara!
24:01Pensa um pouco,
24:02só pra sustentar os mendigos e os indigentes,
24:04a gente vai ter que gastar uma grana federal, cara!
24:06Isso não tem nada a ver com herança!
24:07Como não tem, seu burro?
24:09Claro que tem!
24:10É, é muito criança, não entende nada, viu?
24:12Bom, eu vou te explicar essa palhaçada, Dudu,
24:15o verdadeiro sócio da dinâmica locadora era o pai,
24:19só que quem aparecia era o Queiroz,
24:20tudo bem!
24:21Agora a tal da Carmen, que a gente nem conhecia,
24:24ficou com a parte da sociedade,
24:25ganhou tudo de mão beijada!
24:26O escritório era meu!
24:28Eu me matei na faculdade, tá?
24:29Pra ser digno de herdar a banca de Otávio César Jordão!
24:32E o que que ele fez?
24:33Me passou uma rasteira, cara!
24:35É, e o Queiroz ficou com a parte do leão, pô!
24:37Tato, não esquenta!
24:38Se o meu pai deixou escrito, é porque ele quis assim!
24:41Paz, eu tô dizendo que isso tá errado!
24:43Ele não disse direito!
24:46Eu não acredito!
24:47Vocês tão brigando uma hora dessas!
24:50Eu tô só explicando pro Dudu aqui
24:52como é que o meu pai jogou dinheiro fora!
24:54Tato, disse que tá errado, que o meu pai não podia!
24:56O doutor Otávio não estava errado,
24:58ele pensou em tudo, muito bem!
25:00Ele era um sonhador, Glória!
25:02Todo dia agora chega um ato de caridade
25:05que a gente tem que assumir por conta dele!
25:07Não é mole, não, pô!
25:07Tato, ele deixou muitas propriedades pra você,
25:10pro Dudu, você não tem do que reclamar!
25:12Maravilha, né? Maravilha!
25:13O que ele fez, Glória?
25:14Foi jogar dinheiro pela janela e ficar batendo palma, pô!
25:17Não, ele tá ajudando gente que precisava, Tato!
25:19Você tem que ter uma coisa...
25:19Mas quem chega e diz essa, ponto final!
25:21Ponto final!
25:22Entendeu?
25:23Meu pai me sacaneou!
25:27E aqui, ó!
25:28Eu não preciso dele pra vencer na vida, não!
25:30Eu vou provar, eu juro!
25:32Eu vou ser um advogado muito mais famoso do que ele
25:35e muito mais rico!
25:36De agora em diante
25:38eu não me chamo mais Otávio César Jordão Júnior
25:42Eu vou assinar Otávio César de Alcântara
25:45sobrenome da minha mãe
25:47Vocês não vão tomar café?
26:12Shhh, Francisca!
26:14A gente vai fugir!
26:15Só vai voltar a noitinha!
26:17É aquela quietinha que tá valendo um presente, tá bom?
26:20E se ela perguntar?
26:22Se ela perguntar, você manda ela abrir a janela
26:24olhar pro azul do céu
26:26que nós vamos estar os dois lá nas nuvens, ó!
26:28Só nós dois, livres!
26:29Vamo lá!
26:31Vamo lá!
26:32Ai, que amor!
26:39Semana que vem eu vou trocar essa porcaria
26:40não tá dando pra mais nada, viu?
26:42É, se você tá podendo trocar, troca mesmo
26:44que isso aí é um lixo!
26:45É pras mutas do meu pai até que servia!
26:47E onde é que estão todas aquelas porcarias do teu pai, hein?
26:50Enfiei tudo numa caixa e mandei a glória dar um fim!
26:52Você detonou os discos do teu pai?
26:55Pai, quem é que ia querer ouvir aquelas porcarias?
26:57E por falar nisso, outra do santo do Queiroz
27:00se eu não chego a tempo de impedir
27:01ele ia dar uma grana preta nas mãos num tal de José Carlos
27:04irmão da Lisa lá daquela vila
27:05É mesmo?
27:07Caridade do doutor Otávio Jordão
27:08Ainda bem que eu cheguei a tempo de impedir, cara
27:11eu tenho que dar um jeito no Queiroz
27:12Olha, Tato, você precisa arranjar um jeito de anular esse testamento
27:15senão daqui a pouco você e teu irmão vão estar vivendo a pão e água
27:18Vai ser uma parada indigesta
27:20Mas eu vou acabar com essa palhaçada
27:24Ô, Badalores, é suco de uva?
27:28É, sim
27:29Não se preocupe
27:29É uma delícia
27:32Badalores, traz um isque pra mim, vai
27:34Amanda, tá surdo, não escutou, não?
27:37Ah, é isso que eu quero sim
27:38O Badalores tá pedindo um isque, o que que eu faço?
27:49Não leva
27:50Ai, meu Deus, se eu não levar o Tato vai brigar comigo
27:53Pra deixar que eu resolvo
27:56Cuidado
28:04Olha, você vai me desculpar, mas o uísque acabou
28:07Os seus amigos tomaram tudo
28:10Glória, qual é? Eu tô morrendo de frio
28:12Pega lá na adega
28:13Meu pai nunca deixou faltar uísque aqui
28:15Tem mais
28:16Eu não tô pedindo, não
28:19Tô mandando, tá?
28:20É...
28:21É...
28:22E aí