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  • 22/05/2025
A Polícia Civil e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentaram detalhes sobre a investigação da morte da estudante de 14 anos, Melissa Campos, esfaqueada por um colega de classe dentro do Colégio Livre Aprender, no Bairro Universitário, em Uberaba, no início de maio. A apuração indicou que o ataque foi planejado e que a vítima foi escolhida no dia do crime. Segundo o promotor Diego Aguilar, o adolescente que esfaqueou a garota alegou que sentia inveja da colega de sala. A psicanalista Cintia Castro concedeu entrevista ao Morning Show e analisou as motivações do caso.

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Transcrição
00:00Saindo da região sul, indo aqui pro sudeste, diretamente aí pro palco principal do Teatro do Absurdo Brasileiro
00:06que vem sendo os nossos irmãos mineiros lá em Minas Gerais.
00:09Nesse caso, agora, pessoal, agora eu repercuto com vocês,
00:12é realmente um caso de uma adolescente, de apenas 14 anos,
00:17assassinada na escola por colegas de classe,
00:20que vem chocando todo o estado de Minas Gerais, tá, pessoal?
00:23E a motivação, segundo a polícia nesse momento, e do próprio agressor,
00:27teria sido por inveja, inveja.
00:30A inveja que, como diria Ibrahim Suede, é o mau hálito da alma, né?
00:34E teria sido, enfim, realmente uma motivação, enfim, carnal, espiritual, horrorosa,
00:39e acabou levando a uma tragédia bizarra dessas.
00:42Vamos agora com o nosso Rodrigo Costa, repórter Rodrigo Costa,
00:44pra saber todas as informações dessa insanidade.
00:48Quais são as explicações, ou pelo menos o contexto aí sendo aventado e cogitado.
00:53Rodrigo, obrigado pela presença.
00:54Obrigado, Marinho.
00:57Bom dia pra você e pra todos que estão e acompanham aqui o Morning Show.
01:00A Polícia Civil de Minas Gerais, em conjunto com a Polícia Militar e também com o Ministério Público,
01:05divulgou a conclusão das investigações sobre a morte de uma adolescente de 14 anos
01:10dentro de uma escola particular na cidade de Uberaba, localizada no Triângulo Mineiro.
01:17Esse fato se deu no último dia 8 de maio.
01:20E segundo as investigações, o crime foi previamente planejado por dois adolescentes de 14 anos,
01:28colegas da vítima.
01:31Um deles entregou um bilhete de sentença de morte instantes antes de atacar essa adolescente.
01:40Esse adolescente foi apreendido horas depois do ataque,
01:44enquanto outro adolescente de 14 anos que teria participado do plano foi apreendido no dia seguinte.
01:52A ação do adolescente foi confirmada por imagens de câmeras de monitoramento analisadas pela Polícia Civil.
02:00Objetos pessoais dos envolvidos também foram analisados e a apuração indicou que o ataque foi planejado
02:08e que a vítima foi escolhida no dia do crime, Mari.
02:12A adolescente, o adolescente apontado como o executor das facadas,
02:17entrou com a arma na escola enquanto que o outro menor de 18 anos ajudou a planejar a fuga.
02:24Ambos estudavam na mesma sala e se sentavam ao lado da vítima.
02:30A investigação descartou motivações como bullying ou misoginia.
02:34Segundo o promotor de justiça, o adolescente que esfaqueou a garota
02:39alegou que sentia inveja da colega na sala de aula.
02:43Os dois adolescentes continuam internados provisoriamente em Uberaba
02:48e devem receber a sentença no mês que vem, Marinho.
02:52Triste notícia e um desfecho absolutamente assustador desse caso aqui no Triângulo Mineiro.
02:59Inveja, carta, bilhete enviado para a colega,
03:05tudo isso dentro de uma escola com esses adolescentes de 14 anos de idade.
03:11É difícil até achar a palavra aqui, Rodrigo Costa.
03:14Obrigado pelos esclarecimentos aqui, pelo menos das informações.
03:17É assustador, é genuinamente assustador como a psicopatia está sendo normalizada,
03:23envenenamentos sendo causados ali para resolver disputas familiares.
03:28Você vê cada vez mais crimes passionais se multiplicando no território nacional.
03:32E agora por causa de inveja, da alegria alheia,
03:35gerando esse caso de esfaqueamento a sangue frio
03:40de uma menina que era apontada só como uma pessoa feliz,
03:42porque ela expressava ali a alegria dela de viver.
03:45Para tentar entender o que pode estar por trás dessa...
03:48De novo, é o colapso moral que a gente está vendo aqui nesse país em algum grau, pessoal.
03:52Ninguém melhor que a psicanalista Cíntia Castro,
03:54que pode nos ajudar a talvez entender esse caso.
03:58Tudo bem, querido, prazer em revê-lo.
03:59Obrigado demais pela presença aqui no Morning Show.
04:01Menina, de acordo com todos os coleguinhas,
04:04se dava bem com todo mundo, tinha amigos, era querida,
04:06não houve, foi um caso de bullying, sim,
04:08uma inveja, assim, visceral, profunda,
04:10que acabou levando a uma insanidade dessa.
04:12Como é que você viu essa barbárie aqui?
04:15Primeiro, obrigado pelo convite novamente.
04:17Obrigado.
04:17Segundo, é tão triste quando a gente tem que falar de um tema como esse, né?
04:20Onde os adolescentes estão se matando simplesmente por inveja.
04:24Mas aí a gente tem que separar algumas coisas.
04:26O que é inveja e o que é ciúmes.
04:28Porque às vezes a pessoa só fala,
04:29ah, isso é ciúmes.
04:30Não.
04:30Ciúmes é aquilo que eu tenho e tenho medo de perder.
04:33Inveja é aquilo que o outro tem e eu não consigo ter.
04:36E aí vai no meu mais profundo,
04:38da minha insegurança,
04:39daquilo que eu me sinto incapaz de ir atrás.
04:42Daquilo que eu olho para o outro e falo,
04:43ele consegue me minar com a sua felicidade,
04:46com a sua alegria, com a sua popularidade.
04:48E aí eu me coloco num lugar tão pequeno
04:51que aquilo vai tomando uma proporção tão grande
04:53que vai chegando a um ponto de ser um gatilho para um transtorno.
04:57Onde a gente pode fazer o quê?
04:59Um transtorno de agressividade, de caráter,
05:02um transtorno antissocial,
05:04que a gente vê isso muito em adolescentes, principalmente na escola.
05:06Quando a gente fala do âmbito da escola,
05:09a gente está falando do quê?
05:09De adolescentes.
05:11Adolescentes estão em formações.
05:13A carga em rede social,
05:14a pressão por você ter uma popularidade,
05:17para você estar ali ligado a tudo e a todos
05:20e ter o seu momento de pertencimento àquilo,
05:22faz com que o adolescente perca o que é norma, o que é regra.
05:26Porque quando ele faz isso,
05:28de minar o outro, de destruir o outro,
05:30para conseguir o seu espaço,
05:31ele não percebe, porque ele ainda está em formação,
05:34que ele está ali o quê?
05:35Se minando também, né?
05:36Para o delegado Raquel Galilandes,
05:37me corrija se eu estiver errado,
05:39mas em se tratando aqui,
05:40nesse caso específico,
05:41o executor menor de idade,
05:43isso aí, portanto,
05:44seria considerado uma espécie de crime
05:46análogo ao homicídio.
05:48E a pena máxima para menor de idade,
05:50o homicídio é de três anos.
05:52Três anos.
05:53É isso?
05:53Ou até completar 21 anos.
05:55É um ato infracional, nem crime.
05:57Ato infracional.
05:58A gente nem pode falar pena.
05:59Não é nem pena.
05:59É uma pena, é uma internação.
06:01Perfeito.
06:02Obrigado.
06:02Então, o que acontece?
06:04E para a proteção do adolescente, hein?
06:06Sim.
06:06É uma medida sócio-educativa,
06:09que vai ser a reprimenda,
06:12em proteção ao adolescente,
06:13respeitando todo o estatuto da criança e do adolescente,
06:16que pode equivaler três anos no máximo
06:20ou até completar 21 anos.
06:22Mas sabe o que remete esse episódio?
06:25Remete àquela série adolescência,
06:27em que existiam os incelsos,
06:30o celibatário voluntário,
06:34que nutriam o ódio absoluto pelas meninas
06:37e que matam como se fossem realmente nada essas meninas.
06:43Então, aquele ódio nutrido,
06:45aquele sentimento de rejeição pelo sexo oposto,
06:48é uma loucura.
06:50E quando a gente fala em psicopatia e loucura,
06:52ela nunca equivale à impunidade,
06:55porque essa psicopatia é uma ausência de sentimentos.
06:59E o que eu aqui defendo, Marinho,
07:01desculpa,
07:01o que eu defendo é justamente uma alteração
07:03no estatuto da criança e do adolescente
07:05para que a gente tenha medidas sócio-educativas correlatas.
07:09Enfim, agora é importante a gente ter também aqui
07:12o respaldo técnico, jurídico,
07:14para também não restar dúvidas e ser preciso.
07:16Mas, aqui, seguir...
07:18Isso que está me pegando mais aqui, Cíntia Castro,
07:21porque a felicidade alheia
07:24foi pelo menos o que o executor alegou
07:26que seria o fato motivador para ele.
07:28Como é que explica a psicologia por trás disso?
07:30Porque, para mim,
07:32para chegar às vias de fato nesse nível,
07:34o sujeito tem que estar muito acabado
07:36e destruído internamente
07:37para poder se incomodar nesse nível.
07:39A inveja, todo mundo, em algum momento da vida,
07:41já chegou a ter contato.
07:43E é o único sentimento que ninguém admite que sente.
07:45Exatamente.
07:45Porque, socialmente,
07:47é feio falar eu tenho inveja de você.
07:49E as pessoas falam,
07:49nossa, como que você tem é interessante,
07:52como eu quero ter, vou lutar para isso.
07:54Inveja é um sentimento como outro qualquer.
07:56A diferença é quando ele é tratado
07:57de forma saudável ou não.
07:59Eu posso ter inveja de você
08:00e olhar e falar assim,
08:01poxa, como ele conseguiu chegar como ser um apresentador?
08:04E me forçar a ir por esse caminho
08:06e usar você como um espelho positivo na minha vida.
08:08Mas eu posso usar a inveja
08:10como algo que eu quero destruir,
08:11porque eu quero o que você tem.
08:13Eu quero o que você é.
08:14E não tenho a capacidade de chegar nisso.
08:17E aí, sim, a gente vai o quê?
08:18Existe a parte social,
08:20a parte política
08:21e a parte emocional
08:22que tem que ser tratada no ser humano.
08:24E aí, a gente vai em cima de vários transtornos.
08:27Transtornos, como eu falei,
08:27de antissocial,
08:29de conduta.
08:30A gente vai à parte familiar também,
08:32que a gente não pode isentar isso.
08:33Se eu tenho um lar
08:34onde tudo é resolvido de forma agressiva,
08:37automaticamente eu vou resolver
08:38as minhas questões dessa maneira também.
08:40Então, infelizmente...
08:41É o meio influenciar.
08:43Exatamente.
08:43Sabe aquela frase?
08:44Inveja mata.
08:46Infelizmente, a gente está vendo isso cada vez mais.
08:48Vou concordar com a doutora aqui.
08:50Uma coisa que ela disse
08:51que é interessante.
08:52Hoje em dia, as pessoas,
08:53através da rede social,
08:54os jovens sabem que eles não vão ser presos.
08:56Que vai vir alguém e vai dizer,
08:57ah, ele tem um transtorno,
08:58vamos lá cuidar dele,
08:59está tudo bem.
09:00Mas e essa jovem que foi morta?
09:01E essa família que sofre com isso?
09:03Qual é o próximo caso
09:04que a gente vai relatar?
09:05E os amigos traumatizados lá na escola, né?
09:08Tudo.
09:08É, eu recebi isso,
09:09até mesmo mensagem de pessoas
09:11que acompanham o nosso programa,
09:12o Morning Show.
09:13Diversas pessoas, inclusive,
09:14relatando esse crime, né?
09:16Que a população está chocada lá em Uberaba.
09:18Então, quem mora na cidade
09:19está em um clima de comoção
09:20desde o dia 8,
09:21quando foi esse episódio.
09:23Mas o que eu gostaria de perguntar
09:24para a doutora é assim.
09:26Um adolescente de 14 anos,
09:28ele já tem discernimento
09:29do que ele está fazendo de fato?
09:31E por isso a gente poderia também
09:33cogitar e até mesmo discutir mais
09:36sobre a progressão da idade
09:40para que a pessoa seja punida?
09:41Sim.
09:43Lógico que o jovem está em formação.
09:45A gente não pode esquecer disso.
09:46Mas a gente não pode passar o pano
09:47no ensino de uma coisa dessas.
09:48Você sabe o que é matar.
09:50Você sabe.
09:51Se alguém te bate, você revida.
09:52Chegar e falar com um adolescente de 14 anos
09:54e não sabe o que pegaram uma faca
09:55e esfaquearam alguém e vai matar,
09:57aí não.
09:57Nós estaremos errados.
09:59Quando a doutora fala disso da política, né?
10:01E lutar contra, baixar essa idade,
10:04a gente vê em outros países
10:05que muitas vezes a criança vai para reformatórios
10:08e entre outros lugares,
10:09passar por um processo para saber
10:11se é uma conduta que ela pode ser liberada
10:14para viver em sociedade
10:15e aí entender o ato dela
10:17porque muitas vezes falta empatia pelo outro ou não.
10:20Então o que falta para a gente é isso.
10:22A gente vê jovens na cidade falando que são crianças,
10:25mas crianças pegam facas, matam
10:27e elas sabem o que elas estão fazendo
10:28porque ela não pega a faca e se mata.
10:30Ela vai lá matar o outro.
10:32Então a gente tem que tomar um cuidado nessa linha tênue.
10:34Cíntia, eu queria puxar uma questão que você trouxe.
10:37Que você falou que inveja todo mundo tem,
10:39mas aí acaba que, nesse caso,
10:41provavelmente tem uma questão de uma insegurança profunda,
10:45um sentimento de incapacidade
10:47que o jovem marginal aí não conseguiu lidar
10:50e virou um assassino.
10:52Como detectar esse grau de insegurança doentia num jovem?
10:57Porque, como isso aconteceu no ambiente escolar,
11:00eu acho que gera um pânico em toda a nossa audiência.
11:04Tipo, meu Deus, meu filho que está na escola
11:06pode ter do lado um colega psicopata.
11:10Seria possível, de alguma forma,
11:12a escola identificar que aquele aluno
11:15tem um comportamento de uma insegurança,
11:18algum tipo de questão
11:20que é possível de detectar
11:22e de encaminhar de um ponto de vista
11:24formativo, psicológico, de tratamento?
11:27Seria possível, de alguma forma, isso?
11:30Sim, tanto que todas as escolas
11:31são obrigadas a ter um profissional da saúde mental
11:34para estar acompanhando
11:36e vendo o comportamento de cada aluno.
11:38Em cima disso, a gente pode ir para dois lados.
11:40A agressividade, que muitas vezes tem,
11:42o bullyingzinho, aquela brincadeirinha,
11:44o responder para o professor,
11:45o cutucar o amiguinho,
11:47o jogar o papelzinho,
11:48que parece ser inocente,
11:50de imediato, à primeira vista,
11:51mas não é.
11:52Mas também a gente não pode esquecer
11:53aquele que é o antissocial,
11:55aquele que se exclui daquela roda.
11:57Ele também é preocupante.
11:58Que mundo que ele está vivendo,
11:59o que ele está acarretando,
12:00porque esse eu não tenho acesso
12:02à emoção que ele está sentindo.
12:03E ele pode ser uma bomba relógio.
12:05É a hora que vem um gatilho,
12:06porque eu tenho aquele que chama atenção,
12:08eu tenho aquele que mostra
12:09aquilo que eu gostaria de ser.
12:11Esse é o universo que eu quero,
12:12eu não consigo acessar isso.
12:13E automaticamente eu vou guardando,
12:15vou guardando.
12:16Na hora que vem um gatilho, pronto,
12:17ele explode.
12:18Doutor, eu tenho uma dúvida, Marinho.
12:20Qual a inveja,
12:23ela, de uma certa forma,
12:25ela é sempre negativa?
12:26Quando a gente fala
12:27numa inveja positiva,
12:28não seria uma admiração?
12:30É a forma de inveja.
12:30Não tem inveja branca,
12:32essa expressão?
12:32Será que existe?
12:33Inveja branca.
12:34Esse teu prato está mais bonito que o meu.
12:36Pô, inveja branca.
12:37Não, inveja é inveja.
12:38Inveja é inveja.
12:38As pessoas querem colocar cor na inveja,
12:40mas não é.
12:40Ela é inveja.
12:41Mas foi aquilo que eu falei.
12:42Você pode usar a palavra inveja,
12:44porque você pode colocar inveja,
12:46admiração,
12:46usar o nome que quiser,
12:47mas significa alguma coisa.
12:48Eu olho o que você tem,
12:49eu gosto daquilo que você tem
12:51e quero ter aquilo que você tem.
12:53Então, aquilo pode ser construtivo.
12:55Eu quero ser a pessoa
12:56que mais entende de tecnologia.
12:59Quem é a pessoa que eu vou me espelhar?
13:00Então, eu vejo toda aquela trajetória
13:02da pessoa e tento fazer.
13:03Mas isso não seria uma admiração?
13:05Também,
13:06mas aí vem uma inveja também naquilo,
13:08porque é o que o outro tem
13:09e eu quero,
13:10mas eu não quero destruir o outro.
13:11Eu não quero exatamente o que ele tem.
13:13Eu não quero essa blusa verde
13:14com esse tênis.
13:15Eu quero simplesmente estar ali apresentando
13:18e estar ali.
13:19Então, a gente tem que trazer como é a realidade.
13:22Então, não é aquilo que eu estou vendo como um todo.
13:25Então, a gente tem que saber diferenciar.
13:27Porque a palavra inveja,
13:28por si só,
13:28ela é pesada.
13:30Socialmente, ela é pesada.
13:31Mas simplesmente é querer algo que o outro tem.
13:33Um dos maiores colunistas sociais da história do Brasil e do Rio de Janeiro,
13:36Ibrahim Suede, falava, né?
13:38Inveja é o mau hálito da alma.
13:40Nossa, é poderoso.
13:41Poderoso e verdadeiro.
13:42Eu geralmente falo quando eu estou com inveja
13:44quando alguém está viajando, assim, do nosso grupo.
13:47E aí eu falo assim,
13:47nossa, que inveja a gente estar aí.
13:49Mas aí o que você faz?
13:50Trabalha bastante,
13:51vê que lugar legal,
13:52vai lá,
13:53contrata uma agência e viaja, né?
13:54Eu vou correr atrás do meu sonho.
13:56Então, nesse sentido,
13:57ela se torna positiva.
13:59O destrutivo é quando eu quero acabar com você
14:01para ter aquilo que você tem.
14:02Não é ter o semelhante a você,
14:04e sim aquilo que você é e o que você tem.
14:07E aí sim acontece o que, infelizmente,
14:08nós estamos falando hoje.
14:09Doutora, a gente pode falar que o invejoso é um psicopata?
14:13Não.
14:14Aí também.
14:15Não, aí a gente já vai...
14:16Mas ele quer destruir o outro?
14:18Sim, mas aí que tá.
14:18O fato, a psicopatia em si
14:21é quando a gente vai para uma outra parte.
14:23Porque muitas vezes ele tem um ganho dele,
14:25ele tem uma recompensa dele também.
14:27Eu não tenho a empatia.
14:28Então, ele não tem noção exatamente de toda uma sociedade.
14:31Eu quero algo e ponto.
14:33E vou guardar uma recompensa.
14:34Aí a gente vai para o lado da psicopatia.
14:36O que a gente tá falando é de um transtorno muito grande,
14:40que aí sim tem que ser tratado.
14:42Aí você poderia falar,
14:43mas isso tem cura?
14:44Depende.
14:44Cada casa é singular.
14:46Cada pessoa é singular.
14:47E vai em cima de todo o respaldo
14:48que esse adolescente e todo mundo vem a ter.
14:50Ô, Cintia, agora...
14:51Voltando nesse caso,
14:53que a comunidade tá chocada.
14:57Como lidar com esse sentimento dos outros
15:00e com o luto dos colegas?
15:02Porque imagina,
15:03a gente tá falando de uma sala de aula
15:04de adolescentes de 14 anos
15:06que tiveram ao mesmo tempo
15:08uma colega morta
15:09e um colega assassino.
15:12Como lidar com essas crianças?
15:14Olha, o que você trouxe é muito importante.
15:16Agora é um trabalho
15:17para acolher os outros jovens,
15:19e não só eles,
15:19os professores e todo mundo que faz ali.
15:21Ensinar de toda, né?
15:23Todo.
15:23Então, agora é um trabalho em conjunto.
15:25Preparar esses profissionais
15:26que também são humanos
15:27e estão chocados com isso.
15:29A gente não pode esquecer
15:30da dor dele
15:31e a perplexidade
15:32do que foi acolhido.
15:34E começar a colocar
15:35que esses jovens falem
15:36dos seus sentimentos,
15:37das suas emoções.
15:39O que que significou?
15:40O que que você tá sentindo?
15:41Porque ninguém aqui tá pra julgar.
15:42Eu não quero que você entregue
15:43o amiguinho ou não.
15:44Eu quero dizer o que você sente.
15:46É aí começar a acolher,
15:47e aí sim,
15:48rodas de conversa,
15:48de conscientização,
15:50do que é a inveja.
15:51Quebrar isso de tabu,
15:53que tantas pessoas têm medo
15:54de falar de temas.
15:55Como se isso,
15:56se o adolescente,
15:57o jovem não estivesse pronto,
15:58ele tá muito mais pronto
15:59do que a gente imagina.
16:00Então, é ter capacidade
16:01de sentar e falar,
16:02peraí, tá todo mundo sofrendo.
16:03Estamos todo mundo
16:04no mesmo barco.
16:05Então, o que que você sente?
16:06Eu também tô sentindo
16:07como professor,
16:08como diretor,
16:08e como a gente pode se ajudar?
16:10Abrir conversas
16:11e dando apoio.
16:12Abrir um canal
16:13pra que esses jovens,
16:14os familiares,
16:15toda a cidade,
16:16possa ter, assim,
16:17alguém especializado
16:18e com alguém
16:19que traga um pouco
16:20de neutralidade também
16:21e acalento pro coração.
16:23Porque isso vai ficar marcado.
16:25Toda a nossa
16:25mais sincera solidariedade
16:27a todo o povo de Uberaba,
16:28principalmente dessa escola,
16:29todo mundo que tá traumatizado.
16:32No momento
16:32onde a gente vai se despedindo
16:33de todo mundo
16:33que nos ouviu
16:34pela rede Jovem Pan de Rádio,
16:35Morning Show,
16:35edição de hoje.
16:36Vai ficando por aqui.
16:37Pânico daqui a pouco pra vocês
16:38e a gente volta amanhã.
16:40Tchau!
16:40Em frente,
16:41a gente segue aqui
16:41pra todo mundo nos assistindo.
16:43e fica aqui, né?
16:44O pior disso tudo,
16:46o pior disso tudo,
16:46David Itácea,
16:47é saber.
16:48Saber, ter certeza.
16:49Que no mínimo
16:50daqui a três anos
16:50esse executor
16:52que vai estar zanzando por aí,
16:53podendo ter a chance
16:54de encontrar
16:55a tão almejada alegria
16:57que ele invejava na Melissa.
16:59Como é que faz, então,
17:00diante dessa loucura
17:01pra gente, enfim,
17:02conseguir justificar
17:03pra sociedade
17:04que merece respostas
17:05que a legislação
17:05é essa?
17:07Que esse é o país?
17:08Que país é esse, né, David?
17:09E não é de hoje, né, Marinho?
17:10Não é de hoje.
17:10E até mesmo
17:11as organizações criminosas,
17:13elas realmente
17:14atraem esses jovens
17:15porque sabem
17:16que logo na sequência
17:18após cometer um roubo
17:19ou qualquer outro
17:20gênero de crime,
17:21eles vão sair.
17:22Mano?
17:23O mais triste pra mim
17:24é que a escola
17:24devia ser um lugar
17:25de cultivo
17:26e florescimento
17:27dos sonhos.
17:28E a gente tá falando
17:29de dezenas
17:31de estudantes
17:32de 14 anos
17:34que vão ficar
17:35atordoados
17:36por um trauma,
17:37sem falar, obviamente,
17:39da vítima
17:39que no lugar
17:40de cultivar o sonho
17:41teve ele
17:43completamente
17:44cortado
17:46pela raiz, né?
17:46Ela foi morta.
17:47Então é muito triste
17:48que a situação
17:49nas nossas escolas
17:50continue
17:51sem conseguir
17:52dar condições
17:54pra que essas sementes
17:55do futuro
17:56possam florescer, né?
17:57Doutora Cíntia Castro,
17:58você é diferenciada,
17:59já faz parte aqui,
18:00enfim,
18:00quando você quiser,
18:01já vai ser um privilégio
18:02poder ter
18:03a tua sobriedade
18:04e a tua seriedade
18:05aqui nas análises,
18:07ainda mais num momento
18:07tão agudo
18:08e difícil como esse.
18:09Então uma consideração
18:10final breve aqui
18:11pelo andar da hora.
18:13Olha, o que eu digo
18:14é o seguinte,
18:14que a gente não passe
18:15a mão nos adolescentes,
18:16mas que também
18:17a gente acolhe
18:17os adolescentes.
18:19A gente fala muito
18:20de rede social,
18:20de tudo isso,
18:21mas ninguém tá parando
18:22pra ouvir esses adolescentes
18:23pra que a gente
18:23possa acolher a tempo.
18:25A gente não tem
18:26que ter a tragédia
18:26pra pegar e falar,
18:27a gente tem que prever isso.
18:29Nossos adolescentes
18:30estão doentes,
18:31a gente precisa
18:32parar pra olhar.
18:32Muito bem colocado.
18:33Sempre digo aqui, pessoal,
18:34o compromisso,
18:35se ele é inegável
18:36e negociável,
18:37é porque é isso mesmo.
18:38Por aqui no Morning Show,
18:39claro, tema pesado,
18:40necessário,
18:40com toda a seriedade.

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