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O programa desta quarta (21) recebeu a dupla que mais faz pela depressão, desde que o Zolpidem se uniu à Sertralina, para destrinchar os números alarmantes da infelicidade no Brasil. Guto Galamba e o Dr. Guido Boabaid mostraram que você pode falar feliz aniversário sem ser hipócrita, ao revelar as principais estratégias de bem-estar para combater a infelicidade, ressaltando a importância das atividades físicas e do diagnóstico do desânimo pessoal. Assista à entrevista na íntegra!

Assista ao Pânico na íntegra:
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#JovemPan
#Pânico

Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00Convidado?
00:01Programa de hoje, teremos os craques.
00:04Um sonho que é o vocês!
00:06O que importa é ser feliz, você tá aí hoje.
00:09Um feliz, gordo e liso.
00:12Pode acontecer com todo mundo e que tem solução.
00:15Guto Galamba e doutor Guido Boabaide.
00:22Ó o Delari, ó.
00:24Pegou o Delari no pulo.
00:26Ah, o Delari, né?
00:27É normal.
00:27Pegou o Delari assustado ali, ó.
00:30É.
00:31E aí, Galamba, como é que é?
00:32Tranquilo?
00:33Maravilhosamente bem.
00:34Então, vou ter que falar diferente agora.
00:36Maravilhosamente bem.
00:37Do que que você tá falando?
00:37Aprendi, eu quero mais filho.
00:39A voz?
00:39A voz.
00:40Papai, ele é papai.
00:41Papaizão.
00:42É, você sabe que as pessoas que têm a voz grave são mais requisitados pelas mulheres.
00:48A mulher não gosta de homem com voz fina.
00:51Isso é fato.
00:52Isso é fato.
00:53Vou começar a falar assim.
00:55Com reprodução.
00:56O cara que tem voz fina, o cara que tem voz fina, a mulher não gosta.
01:00É, mas é engraçado.
01:02O professor Silva.
01:03Deve ser alguma coisa da evolução.
01:04Mas o Adriles, por favor.
01:05O Zuzu tá grávido, pô.
01:07Eu não tenho a voz grossa.
01:09Terceiro filho.
01:10Não, mas você não tem voz fina.
01:11A voz é mais grossa.
01:11Ah, tá.
01:12Quando a voz é assim.
01:13Tem que ser a voz fina.
01:13Ô, querido.
01:14É igual a do Guto.
01:15É a do Guto.
01:16A do Guto é fina.
01:18Ô, querido.
01:18Obrigada.
01:20Muito bem.
01:20Pode fazer.
01:21Eu tô gripado.
01:23Primeiro, queria parabenizar.
01:25Posso fazer uma pergunta?
01:26Claro.
01:26Claro.
01:27Sejam bem-vindos aqui.
01:28Não conheci o doutor, o trabalho dele.
01:30Vocês têm alguma parceria?
01:31Ou vocês vieram falar da pauta da infelicidade?
01:34Isso é uma coisa que a gente tá vendo.
01:36Sim, é muito falar da pauta da infelicidade.
01:37Mas isso não impede que uma parceria saia daqui feita.
01:40Aí, tá vendo?
01:41É bom de negócio.
01:42É bom que a nossa parceria contribua pra quem tá nos ouvindo agora.
01:46Perfeito.
01:47Eu tô vendo uma tristeza das pessoas na rede social.
01:51É um olhar pro horizonte.
01:52Você vê que as pessoas estão cada vez mais desoladas.
01:56Se o padre está em depressão, imagina a população que não tem Deus no comando.
02:03Por que que as pessoas estão nessa situação?
02:06Eu pergunto isso se tem alguma relação da dopamina, do cara tá muito viciadão naquilo,
02:12e se isso contribui para o cérebro ficar mais doente?
02:17É, tem dois vieses de análise, né?
02:18Eu vou falar sem ser da doença.
02:20O Guido fala mais da doença que ele é psiquiatra, sabe mais que eu sobre isso e mais propriedade.
02:23Mas a velocidade informacional hoje nos coloca numa posição, Dani,
02:29de necessidade de um conforto muito rápido,
02:31de uma recompensa muito rápida e de autoresponsabilidade completamente inexistente.
02:37Então as pessoas hoje querem fazer tudo o que elas querem fazer
02:39sem ter responsabilidade nenhuma sobre seus atos.
02:41E só tem um tipo de ser humano que consegue fazer isso, né?
02:43Que é um bebê recém-nascido.
02:44Caga na sua cara e você fala, haha, que maravilha, cague de novo, meu filho.
02:48Então as pessoas têm que começar de verdade a se adultizarem.
02:52Eu tô pensando em criar uma creche de adulto,
02:54pra ver se a gente começa a tomar conta disso.
02:57Mas em contrapartida, tem o viés também genético,
03:00que por mais que a pessoa esteja bem, esteja com grana,
03:02a doença pode aparecer, né doutor?
03:04E aí a importância de definir e distinguir o que é tristeza do que é depressão.
03:08Esse ciclo de comparação, superexposição, superinformação, frustração,
03:18ele sobrecarrega o cérebro.
03:20O cérebro não consegue processar tanta informação.
03:23E aí existem as pessoas que vão ficar com aquela tristeza existencial,
03:27aquela sensação de insatisfação pessoal,
03:31mas tem aquelas pessoas que vão ter uma mudança no funcionamento do cérebro.
03:34E aí a gente vai passar pra medicina, que é a mudança química,
03:38a mudança inflamatória, a mudança da qualidade da comunicação dos neurônios,
03:43e aí não é só tristeza.
03:44Aí a gente tem o quê?
03:45Um cara que ele não gosta mais de fazer nada,
03:48ele tá triste o tempo inteiro,
03:50ele tá desanimado, ele tá pessimista,
03:52ele tá cansado, ele não dorme bem,
03:55ele não consegue mais raciocinar direito,
03:57atenção, custração, memória diminuídas,
04:01insegurança, medo excessivo.
04:03E aí esse ser humano, ele tá diferente...
04:05Isso é depressão.
04:06Isso é depressão.
04:07Aí é diferente do cara que tá triste.
04:10E aí envolve, sim, aquela sobrecarga dopaminérgica,
04:14ela estressa o cérebro,
04:16e aí acontece um conjunto de desregulação no cérebro,
04:20que a gente pode resumir como uma desregulação química.
04:22Mas esse ser humano aí, ele já precisa de tratamento.
04:25Isso acaba gerando um círculo vicioso, né?
04:27Porque o cara tá nesse ciclo inteiro,
04:30mas ele janta miojo com Coca-Cola.
04:31Bom, então gera um ambiente obesogênico também,
04:36não só físico, mas mental também, né?
04:37Obesogênico.
04:38E aí tu vê que, no caso da depressão, então,
04:41tem que ficar claro isso aqui.
04:43Qual que é a câmera que eu olho aqui?
04:45Tem várias.
04:46Pode olhar pra cima, que tem um drone.
04:48Aqui, ó, você que tá escutando a gente.
04:49Depressão, gente, é bem diferente de tristeza.
04:53Tristeza é a alma ficar sofrendo.
04:56Depressão é a alma ficar doente.
04:58É diferente.
04:58E aí, o que acontece aqui?
05:00Aí tem a confusão, né?
05:02O ser humano lá que tá com depressão,
05:04ele pode ter alteração de apetite,
05:06e em geral tem.
05:07Então, mas isso aí, doutor,
05:08também é uma defesa da pessoa.
05:10Porque, por exemplo,
05:11se eu estou triste,
05:13se eu chego pra você e falo,
05:15eu estou triste, doutor,
05:16é uma coisa que é minha.
05:17Se eu falar,
05:18eu estou com depressão,
05:20estou doente,
05:21me dê um remédio.
05:22Quando você usa a depressão
05:26pra dizer que é a sua tristeza,
05:28você tá querendo um remédio.
05:30Você tá tirando a responsabilidade de você,
05:33ou não.
05:34Aí o médico que tem que ser bom
05:36pra determinar
05:38se tu só tá triste,
05:39então ele não precisa de remédio,
05:41ou se tu...
05:42Não, mas se eu chego no médico e falo,
05:43doutor, eu estou deprimido.
05:44Tem remédio pra quem tá deprimido.
05:46Tem remédio.
05:46Agora, pra quem tá triste,
05:47não tem remédio.
05:48Ou tem remédio?
05:49Tô na fossa.
05:51Na minha época era a fossa.
05:52A fossa, né?
05:53A fossa.
05:53Tô na fossa.
05:54Fossa não é a depressão.
05:56Então, mas hoje em dia
05:58não se confunde muito isso?
05:59Se confunde, se confunde.
06:01E aí, bom,
06:02foi no médico, tenho depressão.
06:04O que é que eu vou fazer como médico?
06:05Eu vou fazer uma avaliação diagnóstica.
06:08O psiquiatra, turma,
06:09é igual a qualquer outro médico,
06:10ele tem que fazer um exame
06:12do estado mental do indivíduo.
06:14O pneumologista, o cara
06:15pede pra tu respirar,
06:17soprar no negocinho lá,
06:18escuta,
06:19pra ver se tem encheácio no pulmão.
06:21O psiquiatra,
06:22ele vai avaliar
06:22as tuas funções mentais.
06:24Ele sabe o que é depressão
06:26e o que não é.
06:26E o que é tristeza, exatamente.
06:27Ô, doutor,
06:28mas assim,
06:29a tristeza,
06:30vamos supor,
06:30o cara só tá triste,
06:31que nem o Emílio falou,
06:32o cara tá na fossa.
06:34Esse período que ele tá triste,
06:36isso pode desencadear
06:37uma depressão,
06:38algo do tipo?
06:39Boa pergunta.
06:40Oi,
06:40aí eu que passei pra ele.
06:41Foi.
06:42Passou,
06:43passei.
06:43Eu escrevi,
06:44mas dei papel pra ele.
06:45Sai daqui,
06:46barrigudo.
06:46A depressão,
06:47ela é desencadeada
06:48por uma combinação de fatores,
06:50que pode incluir
06:51uma predisposição genética,
06:53como qualquer doença,
06:55ela vai incluir
06:56estressor externo
06:58ou interno,
07:00aí pode incluir
07:00outras doenças,
07:02desequilíbrio hormonal,
07:03abuso de substância,
07:05burnout no trabalho,
07:07e por aí vai.
07:07Então,
07:08na grande maioria das vezes,
07:10os primeiros episódios
07:11depressivos,
07:12eles são desencadeados
07:14por estresse.
07:15Perfeito.
07:16Então o cara começa a sofrer,
07:18lá numa camada
07:18psicológica e emocional.
07:21E a partir de um determinado
07:22momento,
07:23esse sofrimento
07:24vai lá e
07:25impacta o hardware lá,
07:26que é o nosso cerebrão.
07:28E ali o cérebro
07:29fica inflamado,
07:30desequilíbrio
07:31químico,
07:32as conexões dos neurônios
07:33não funcionam
07:34tão bem,
07:35que é a neuroplasticidade,
07:37aí não cresce
07:38neurônio novo,
07:40e aí o cara
07:40passa a funcionar
07:41diferente.
07:43O cara,
07:43o espelho
07:44fica embaçado,
07:45tu não consegue mais
07:46te enxergar como tu é.
07:47Baixa autoestima,
07:49insegurança,
07:50medo excessivo,
07:51negativismo,
07:53tu enxerga
07:53a vida mal.
07:55O cérebro
07:55processa tudo
07:56que a gente
07:56pensa e sente.
07:58O cérebro
07:58tá funcionando mal,
08:00todas as nossas
08:00funções
08:01ficam distorcidas.
08:03E a depressão,
08:04ela é muito parecida
08:04com a obesidade,
08:05no quesito
08:06que o Guido
08:06tava falando,
08:06ela tem um caráter
08:07genético muito forte,
08:08mas o caráter ambiental
08:09chega a falar mais alto
08:11que o genético.
08:11Então a gente tava até
08:12conversando antes,
08:13não é porque uma pessoa
08:14vai ter um estilo de vida,
08:16porque dieta,
08:16é uma palavra bem do grego,
08:17significa estilo de vida.
08:18Todo mundo aqui dá dieta,
08:19até o morgado.
08:20Eu tô.
08:21É ruim.
08:21Principalmente.
08:22Estilo de vida,
08:22mas tá de dieta.
08:23Certo.
08:24Se eu tenho um estilo de vida
08:25que não é obesogênico
08:27ou não me induz
08:28a ter o desenvolvimento
08:29de uma doença chamada
08:30depressão,
08:31como a gente tá discutindo aqui,
08:32mesmo que eu tenha
08:33o caráter genético
08:33ou depressão,
08:34diminui a probabilidade
08:35desse acometimento da doença.
08:37Entende?
08:37Certo.
08:37Então o ambiente
08:38que a gente tá vivendo hoje,
08:39com essa velocidade informacional,
08:41com essa ausência
08:41de autorresponsabilidade,
08:43com essa musicalidade,
08:45por exemplo,
08:45eu fiz um post hoje
08:46de um compilado de artigos
08:48que eu tava lendo,
08:48de como a música
08:49molda o caráter.
08:51Principalmente na faixa etária
08:52dos 17 aos 25,
08:54elas ficam registradas
08:55como marcas,
08:56cicatrizes emocionais.
08:58A nostalgia que a gente sente
08:59quando lembra de uma música
09:00daquela época,
09:01qual a nostalgia que essa galera
09:02vai sentir hoje, Emílio?
09:04Senta na minha boca
09:05que te peguei atrás
09:05da pote azul.
09:07Essa geração tá sendo moldada,
09:09o caráter delas,
09:10as habilidades emocionais,
09:11como eu vou lidar
09:12com a tristeza,
09:13também vendo
09:14quem são as pessoas
09:15que me influenciam
09:16e que eu admiro
09:17hoje em dia.
09:17Isso é muito complicado.
09:19Isso gera um ambiente
09:20que induz a depressão,
09:21que induz
09:22a uma obesidade mental
09:23e isso gera
09:24o que a gente tava conversando antes.
09:25Tem um caso,
09:27tem vários casos
09:28de atletas
09:29que supostamente
09:30tem um treino físico
09:31com alguma intensidade,
09:33tem uma alimentação
09:34supervisionada
09:35e que ficam
09:36em depressão.
09:37A gente pode lembrar
09:38do Whindersson Nunes
09:39que apesar de não ter
09:41uma carreira longa
09:42como atleta...
09:42Uma acharuta também, né?
09:44A maconha,
09:45o dedo de gorila.
09:46Mas você também tem
09:48o...
09:48O cara dá uma...
09:49Você tem o Luan
09:50que foi jogador
09:50do Corinthians,
09:52foi o melhor
09:53da América
09:54em determinados libertadores
09:55e cada vez mais
09:57tem pelo menos
09:58episódios disso, sim.
10:01Em tese,
10:02o que você falaria?
10:02Bom, eles têm depressão,
10:05mas ainda assim
10:05seria muito maior
10:07a chance
10:07se o número...
10:09É que o estilo de vida,
10:10Sam,
10:10ele não impede
10:11o acometimento da doença.
10:12Ele diminui a probabilidade.
10:14É tipo investimento,
10:15por exemplo.
10:15Estou com um negócio massa
10:17pra ganhar dinheiro aqui.
10:17Certo.
10:18Cada um vai me dar
10:1910 mil reais
10:20e eu vou jogar tudo
10:20na mega da virada.
10:22É possível que ganhe?
10:23É.
10:24É provável?
10:25Não.
10:25Então a gente tem que trabalhar
10:27no ramo da saúde também
10:27com probabilidades.
10:28Por quê?
10:29Diagnóstico certo,
10:30só tem um prognóstico,
10:31tem uma cacetada.
10:33Ele pode trabalhar
10:34de um jeito
10:34completamente diferente
10:35do outro médico
10:35e os dois estão corretos.
10:36Então quando eu pego
10:37um Whindersson
10:38nesse caso específico,
10:39a gente pode também
10:40inverter o viés.
10:41Ele é uma exceção
10:42de uma pessoa
10:43que tem um estilo de vida.
10:44Mas o mamado
10:45do FMS, por exemplo,
10:46ele está salvando
10:47literalmente a vida
10:47desses influências, cara.
10:48Que estavam esquecidos.
10:50Tinha uma influência
10:51que estava dentro
10:51de uma clínica psiquiátrica,
10:53internado,
10:54e foi salvo
10:54porque foi pro FMS lutar.
10:57Então o esporte
10:57é um balizador de caráter.
11:00Porque dentro
11:01de uma competição esportiva,
11:02seja lá qual for,
11:03não tem dinheiro, irmão.
11:04É tu contra tu
11:05e contra o outro ali.
11:07Então ganha
11:07quem é o melhor mesmo.
11:09Então pra ganhar grana
11:10hoje no mundo,
11:11por exemplo,
11:11é mais fácil
11:12ficar milionário
11:13do que meter o shape.
11:14Porque pra ficar milionário
11:15eu consigo delegar
11:16quantas pessoas
11:16trabalhando aqui.
11:18Agora pra correr na esteira
11:18é só tu.
11:19Pra fazer a dieta
11:20é só você.
11:21Exato.
11:22E isso,
11:22pra uma geração
11:23que está frágil emocionalmente,
11:25não é uma libertação,
11:26é uma prisão.
11:26Porque, irmão,
11:27eu não vou dar conta disso não.
11:28Que é aquele lance
11:28que você fala
11:29da autorresponsabilidade.
11:31Hoje a gente demanda tudo,
11:32quer passar tudo pros outros.
11:33E quando são coisas
11:34que a gente mesmo
11:35precisa fazer
11:36é onde a gente tem
11:36a primeira falha.
11:37Quer ver uma frase
11:37que eu gosto muito,
11:38eu uso muito
11:38com meus clientes de mentoria.
11:39Você controla tudo
11:40o que acontece na sua vida?
11:41Não.
11:42Mas de tudo
11:43que você controla,
11:44você tem controlado tudo?
11:45Não.
11:45Essa é a merda.
11:46É.
11:47Pô, eu não controlo tudo não.
11:48Então por que eu tô
11:49prestando atenção
11:49onde eu não tenho controle?
11:50Exato.
11:50Pô, quando eu tenho controle?
11:51São poucas coisas.
11:53Pô, alimentação,
11:54sono, treino,
11:55pensamentos que eu vou
11:56nutrir na minha cabeça.
11:58Porque eu não escolho
11:59qual pensamento vai vir,
12:00mas eu escolho
12:00quanto tempo
12:01eu vou dar atenção
12:01nesse pensamento, pô.
12:02Cara, eu não quero
12:03pensar isso aqui, não.
12:04Eu faço uma coragem
12:05neuromotora.
12:06Eu não quero pensar nisso.
12:07Mas se o seu cérebro
12:08estiver doente,
12:09como ele falou,
12:10aí você tá...
12:11Aí é a medicação.
12:12E aí que tá...
12:12Aí que tá o...
12:14Aí que tá o...
12:16O pulo do gato.
12:17E aí é que muita gente
12:18fica mal e se lasca.
12:20Porque assim,
12:21e aí, Samir,
12:22o cara vai lá,
12:23tem uma vida saudável,
12:25regrada e fica doente.
12:26E aí...
12:27Mas não são tão poucos,
12:29assim, né?
12:29A gente falou do índice,
12:30assim,
12:30tem aquela ginástica...
12:31Tem um monte, cara.
12:32Isso aí eu vejo
12:33nas empresas,
12:34vejo no consultório.
12:35E aí o ser humano
12:37lá tem uma vida saudável,
12:38faz o dever de casa
12:39e começa a ficar deprimido.
12:41E aí esse cara,
12:43ele vai ficar com vergonha,
12:45ele vai achar
12:46que ele tá fracassado,
12:47ele não vai contar pra ninguém,
12:49ele não vai entender por quê.
12:51E na maioria das vezes
12:52é porque o cara não entende
12:53que é uma doença
12:54que nem eu tenho a minha asma
12:55que eu tô meio rouco.
12:56Cara, eu sou atleta,
12:57eu não fumo
12:58e às vezes eu tenho crise de asma.
13:00Se eu não tivesse
13:01os hábitos saudáveis,
13:02eu seria um paciente
13:04muito mais grave.
13:05E aí entra a questão
13:06do tratamento.
13:07Porque aí hoje,
13:09o que que acontece?
13:10O que que a gente sabe
13:10na medicina?
13:12Depressão leve,
13:13que deve ser aproximadamente
13:1420% dos casos,
13:1530%,
13:16trata com alimentação,
13:18ajuste de rotina,
13:20dormir bem,
13:21gestão de estresse,
13:23wellness.
13:23Em geral,
13:24reverte psicoterapia.
13:26Agora,
13:26depressão moderada
13:27pra depressão severa,
13:29se não tomar remédio,
13:31vai piorar.
13:31Mas eles falam
13:32que a atividade física,
13:34eles falam, né?
13:35Os especialistas falam
13:36que a atividade física
13:37tem o mesmo efeito
13:38que a medicação.
13:39É, mas o problema
13:40é o seguinte,
13:41aí o cara tá lá
13:44deprimido,
13:45ele não tem energia,
13:47cara,
13:47pra ir pra banho.
13:48Pra levantar, né, bicho?
13:49Ele não tem energia
13:49pra levantar.
13:50E ele vai lá no médico,
13:51o cara fala assim,
13:52meu,
13:52o cara tem que correr.
13:54Vai pra academia
13:54quatro vezes por semana,
13:56o cara não tá conseguindo,
13:57mal é mal,
13:57escovar o dente.
13:58Mal ele consegue
13:59ir ao médico.
14:00Exatamente.
14:01Mas isso aí,
14:02chega a ser um caso extremo
14:03ou é o moderado
14:03isso aí que tá falando?
14:04É, do moderado,
14:05do moderado pra cima,
14:06não é?
14:07E claro,
14:08o pessoal,
14:08o cara que não consegue
14:09escovar o dente,
14:10beleza,
14:10é o moderado pra severo,
14:12não é?
14:13E felizmente,
14:14os casos severos
14:14são a minoria.
14:16Mas o que acontece?
14:17Em geral,
14:18a depressão começa fraca.
14:20E devagarinho,
14:21ela vai aumentando.
14:23E isso toma meses,
14:24anos e anos e anos.
14:26E aí o cara vai se acostumando
14:27a viver daquele jeito
14:28e fica o novo normal dele,
14:30entendeu?
14:30E aí tem essa desinformação
14:32que é uma coisa
14:33que me indigna,
14:34que tem uma mensagem
14:36sendo jogada por aí
14:37de dúzia,
14:39que tomar remédio faz mal,
14:40entende?
14:41E na verdade,
14:42tomar remédio não faz mal,
14:43o que faz mal
14:44é tomar remédio errado.
14:45É sem precisar.
14:45É sem precisar.
14:46Porque é um tratamento,
14:47né?
14:47Quando você tem a medicação,
14:48não é uma coisa que você vai,
14:49você precisa tomar
14:50durante um período.
14:51Um período,
14:51determinado tipo de remédio,
14:53junto com todas
14:54as outras coisas.
14:55Perfeito.
14:55E aí tem a questão
14:56da ansiedade junto.
14:57O Brasil é o país
14:58da ansiedade,
15:00recordista mundial
15:01da ansiedade.
15:01Onde que o cara
15:02acha isso?
15:04Segundo Stanford.
15:05É, essas pesquisas aí também.
15:07Não, mas a turma
15:09tá louca,
15:09tem um termo novo
15:10que se chama
15:11brain rot,
15:12trazer pra vocês.
15:13Não, não.
15:13Que é o cérebro...
15:14Fala inglês,
15:16tua voz fica mais grossa.
15:16Fica mais grossa.
15:17Brain rot.
15:18Que é o cérebro
15:19apodrecendo.
15:20E talvez,
15:22você trouxe aqui,
15:23doutor,
15:23que a gente tá
15:24com tanta informação
15:25que a gente
15:26não tem um recurso,
15:28não tem um aviso
15:29pra gente parar
15:30de ficar viciado
15:31na informação,
15:32na rede social.
15:33Você acha que o nosso cérebro
15:34com IA,
15:35que agora você viu
15:36que o Samy trouxe do Google,
15:37que agora IA ela traduz,
15:39faz tudo ao mesmo tempo.
15:41Eu preciso fazer um breakzinho
15:42agora, rápido.
15:43Ele vai responder
15:44daqui a pouquinho
15:44pra você que está no rádio agora.
15:46Aguarde dois segundinhos
15:47que o Reginaldo
15:48pediu um break.
15:48É o break da rede.
15:49Pode completar,
15:53por favor.
15:53Você que está
15:54nas outras plataformas.
15:54A minha pergunta é se o cérebro
15:55está apodrecendo.
15:56Se vocês acham
15:57que o cérebro
15:57tá mais bufo.
15:58Porque a gente tem
15:59a ferramenta, né,
16:00que é da internet
16:01e a inteligência artificial,
16:02mas se isso tá deixando
16:03a gente pior.
16:04Eu diria que apodrecendo,
16:05não,
16:05mas atrofiando,
16:06com certeza.
16:07Qual é a necessidade
16:08que as pessoas têm hoje
16:09de realmente fazer
16:10uma pesquisa,
16:11de aprender
16:12uma nova língua?
16:13As pessoas não querem
16:14ter esforço pra nada,
16:14elas só querem resultado.
16:17Então,
16:17eu acho que
16:17essa desinformação
16:18e essa necessidade
16:19de resultado rápido
16:20traz essa desinformação
16:22que ele traz,
16:23muito bem pontuada
16:23pelo Guido,
16:24de dizer que remédio
16:25faz mal.
16:26Por exemplo,
16:27a gente tá na era agora
16:27das canetas de emagrecimento.
16:29Certo.
16:29E todo mundo chega e fala,
16:30pô, é um absurdo,
16:31tira o mérito do cara
16:32usar a caneta de emagrecimento.
16:34Mas eu digo,
16:34como é que tu veio pra cá,
16:35hoje?
16:36De carro.
16:37De carro.
16:37Você tá usando
16:37a evolução tecnológica
16:39pra deixar a sua vida
16:39mais fácil
16:40e chegar mais rápido
16:40no seu objetivo.
16:41Perfeito.
16:41Remédio é isso, pô.
16:43É usar a evolução tecnológica
16:45pra deixar a minha vida
16:45mais fácil
16:46e chegar mais rápido
16:46ao meu objetivo
16:47com mais segurança.
16:48É só isso.
16:49Agora,
16:50não preciso usar.
16:52Vou lá me automedicar.
16:53Levei um chifre.
16:54Tô triste.
16:55Vou tomar remédio.
16:56Tá já preto?
16:56Aí pegou.
16:57O problema não é o remédio.
16:59O problema é o remédio
16:59mal usado.
17:01Isso acontece
17:02nas empresas também.
17:03Números, Sami.
17:04Tu viu lá
17:05que tem um dado
17:06que diz que
17:07o prejuízo anual
17:09no Brasil
17:10com saúde mental
17:11chega a algo
17:12entre 375 bilhões de reais
17:15por ano.
17:16É quase como
17:174,7% do PIB
17:18e 1 trilhão de dólares
17:19por ano.
17:21Pessoa física
17:22e empresa.
17:23É que o remédio
17:24tem uma questão, né?
17:26Principalmente
17:26esses remédios
17:27pra depressão
17:29ou pra doenças
17:32da mente
17:33eles não são instantâneos.
17:35Então você não consegue
17:36facilmente saber
17:37se tá dando resultado
17:38ou não.
17:39Às vezes tem que demorar
17:4015 dias, 20 dias.
17:41É um tratamento, né?
17:41Existe também
17:42o auto-engano.
17:44A pessoa pode achar
17:45que não tá dando
17:45e isso tá dando resultado
17:46ou o contrário.
17:48Então isso acho que
17:49dificulta toda
17:50toda a avaliação.
17:51É preciso do médico.
17:52Aí é uma particularidade.
17:54Aí vai o médico,
17:54vai tecnologia.
17:56Cabe ao médico
17:57instituir um processo
17:58de tratamento
17:59que ele acompanhe
18:01o paciente.
18:02Vocês que estão nos ouvindo
18:03que estão em tratamento
18:04não deu certo,
18:05não deu certo,
18:06não desiste.
18:07Um tratamento,
18:07um remédio
18:08pra começar a fazer
18:09efeito remédio certo,
18:103 a 6 semanas
18:11pra estabilizar um quadro,
18:126 a 12.
18:13E às vezes
18:14pra profundidade
18:15de depressão
18:16a pessoa quer...
18:17Mas ela tem que
18:18estar acompanhada.
18:19E aí tem a tecnologia
18:20de teste genético
18:21pra remédio.
18:22Então, mas essa depressão,
18:24essa depressão
18:25que você tá falando
18:25que o cara fica
18:26estatelado na cama,
18:28que ele não abre a janela
18:29e tal,
18:30não é tão comum.
18:31Essa é a mais rara.
18:32Graças a Deus
18:33é a mais rara.
18:34A maioria das pessoas
18:35que tem depressão
18:36vive com ela
18:37e vai se acostumando.
18:38Aí o que acontece?
18:39Ah, o cara já não gosta
18:40mais tanto de sair de casa,
18:42ele só vai do trabalho
18:44pra casa,
18:44o trabalho já ficou chato
18:45pra caramba.
18:46Mas o cara tá
18:47se identificando
18:48em tudo aqui.
18:49É nóis.
18:49Depressão.
18:50É nóis.
18:51Tudo acabado.
18:51Tudo deprimido.
18:53Ele só anda
18:54em casa.
18:55É casa,
18:56gravação e difícil.
18:57Acabou 3 anos.
18:58Eu quero só falar
18:59uma coisa aqui,
18:59porque assim,
19:00doutor,
19:00você fez um juramento
19:01que você não poderia
19:02falar nada dos pacientes aqui.
19:03Então,
19:04eu gostaria que não falasse
19:05mais sobre o meu caso
19:06aqui nesse programa.
19:07Tudo bem?
19:08Então, cara,
19:10mas aí que tal,
19:11olha só,
19:12isso que eu tô falando,
19:13todo mundo pode sentir
19:14por um período de tempo
19:15e depois passa.
19:16Só que tu fica sentindo,
19:18exatamente,
19:19tu fica sentindo isso
19:20o tempo todo
19:21e só vai piorando
19:22e aí vai piorando.
19:24E aí daqui a pouco
19:24o cara já não sai mais de casa,
19:26aí ele tá chorando
19:27porque vê um comercial
19:27de margarina na TV
19:29e outra gente
19:30pra ficar com depressão,
19:32todo mundo nota
19:32que a pessoa tá diferente.
19:34Mas esse choro
19:36da margarina na TV
19:36é falta de testosterona também,
19:38tá frescalhado demais também.
19:40Não, não,
19:40também pode.
19:40Chorar cortisão baixo
19:42do veneno aí.
19:43Boa ajuda.
19:44Pra tratar a depressão,
19:45o médico tem que saber
19:46se os hormônios
19:47estão em ordem,
19:48se tá tudo em ordem.
19:49Mas Guido,
19:49não acontece muito também
19:50uma tentativa
19:53inconsciente,
19:54mas também consciente
19:55dessa geração
19:55de delegar 100%
19:56por remédio
19:57o que vai salvar ela.
19:57Sim.
19:58Cara,
19:58tem de tudo.
19:59Porque tem que fazer
19:59a parte dela,
20:00não tem plano de correr não.
20:01Vai tomar cana,
20:01tem que emagrecer,
20:02vai ter que fazer
20:03um sopar.
20:03Aí nessas palestras
20:05que eu vou aí
20:06em empresa,
20:06outro dia tava lá
20:07numa palestra
20:07e o cara falou
20:08tá doutor,
20:08mas peraí,
20:09aí meu time então
20:10eu não posso cobrar meta,
20:12não posso estressar,
20:13o cara tem que ficar
20:14descansadinho o tempo inteiro.
20:16Cara,
20:16não tem nada a ver, né?
20:17É uma questão de equilíbrio,
20:19cuidar da saúde mental,
20:20e eu falo isso
20:21na minha cadeira
20:21de empresário,
20:23não tem como
20:24tu não te cansar
20:25trabalhando.
20:26Lógico.
20:26Tem como em alguns momentos
20:28tu precisar ir lá
20:29e fritar
20:29e passar do ponto,
20:31não há como
20:32não fazer isso.
20:33Agora,
20:33se tu tá com o dever
20:34de casa feito,
20:36tu tem gasolina
20:37pra gastar
20:37quando tu precisa.
20:38O problema
20:39é quando tu tá
20:40passado do limite
20:41todo o tempo.
20:43É.
20:44Por isso que o problema
20:45é ir no médico também
20:46e ele descobrir
20:47que você tem depressão.
20:48Exato,
20:48você não tem doença nenhuma.
20:49Você não tem.
20:50Exato,
20:50você tá bem.
20:51Você é o problema
20:52para a água tá aqui.
20:53Só tem doença
20:54quem faz exame.
20:55a água tá aqui,
20:56ó.
20:56Não,
20:58depressão é clínica.
20:59Doutor,
20:59você falou uma coisa
21:00muito interessante.
21:01Porque,
21:01por exemplo,
21:02se eu quebrar
21:03o meu joelho,
21:03eu vou fazer um raio-x
21:04pra ver o que eu tenho
21:05no meu joelho,
21:06o médico vai lá
21:06e vai falar,
21:06você vai precisar operar,
21:07você vai engessar.
21:09Mas na cabeça,
21:10existe algum teste
21:12mais aprofundado
21:13ou nos Estados Unidos
21:14pra você procurar
21:15um psiquiatra?
21:16Porque o cara fala
21:17a partir de um relato.
21:18Não é binário.
21:19Né?
21:20Então,
21:20você não acha
21:21que poderia desenvolver
21:22nessa área da medicina
21:23um raio-x,
21:24um ultrassom
21:25na cachola
21:25pra você saber
21:26exatamente o que a pessoa tem
21:28e não só verbalizando?
21:31O que a gente tem hoje
21:32é teste genético
21:33pra ajudar a escolher
21:34o melhor remédio.
21:35Certo.
21:35Que é uma tecnologia
21:36que chama farmacogenética.
21:38Essa diminui
21:38o efeito colateral,
21:40aumenta a chance de acerto.
21:41Tu chega mais rápido.
21:42Que nem dirigir um carro
21:43com GPS
21:43e o médico tem um GPS
21:44pra guiar remédio.
21:46Agora,
21:47o diagnóstico de depressão
21:48e de ansiedade,
21:49pessoal,
21:49é um diagnóstico clínico.
21:51O psiquiatra
21:52não é um clínico.
21:53Agora,
21:53não achem
21:54que isso é pura subjetividade.
21:57Não.
21:57Existem critérios
21:58muito claros
21:59que...
22:00Cara,
22:01eu tô na cadeira de psiquiatra
22:02tem 30 anos
22:03e eu acho que eu já fiz
22:03mais de 110 mil consultas.
22:05É um montão.
22:06E o que é que é mais difícil?
22:08É o caso
22:09médio,
22:10leve,
22:11intermediário.
22:12O cara que tá ali...
22:14Cara,
22:14duas semanas...
22:15Dois segundos
22:16tu olhou o paciente
22:17na sala de espera
22:18ouvindo a consulta remota
22:18e vê que ele tá deprimido.
22:20Agora,
22:20no meio do caminho
22:21e aí às vezes
22:22o que tu precisa fazer?
22:23Acompanhar o paciente.
22:25Vamos falar de novo
22:25daqui a duas semanas.
22:27Um ajuste.
22:28Noc e tal.
22:29Então,
22:30o tratamento,
22:31gente,
22:31é um processo.
22:33É diferente
22:33do que botar
22:34um gesto numa perna.
22:35É mais como
22:36uma fisioterapia.
22:39E o tratamento
22:40pela depressão,
22:40pela ansiedade,
22:42ele não é
22:42uma evolução linear.
22:44Tu vai ter
22:45altos e baixos,
22:47a interação
22:47com o ambiente.
22:48Tu não consegue isolar
22:49o...
22:49O cara que tá com pneumonia
22:50tu fala,
22:51fica na cama,
22:53não pega chuva,
22:54não faz esforço.
22:55Não, sim.
22:56O cara que tá com depressão
22:57ele tem que trabalhar,
22:58ele não pode
22:58ficar dentro de casa,
23:00ele tem que sustentar a família.
23:01Você não pode tirar
23:02o cara da vida real, né?
23:03Raramente.
23:04Raramente.
23:04Só tô falando pra usar
23:05a ferramenta da medicina
23:07pra estudar mais o cérebro, né?
23:09Você falou de neuroplasticidade,
23:11o cérebro indica, né?
23:12No Parkinson tem uma zona
23:13que é mais escura.
23:14Então,
23:15você consegue estudar o cérebro?
23:16Era essa...
23:17Esse é o meu questionamento.
23:19Tem exames
23:20que são, em geral,
23:22utilizados pra...
23:23Mais pra pesquisa.
23:24Onde tu consegue medir
23:25a atividade cerebral
23:26e associar isso
23:27com sintoma depressivo.
23:28Mas não são exames
23:29que nós usamos
23:30na prática clínica diária.
23:32Certo.
23:32Compreende?
23:33Tá bom.
23:33Tá certo.
23:34Por quê?
23:34Caro, é?
23:35Cara, eu acho que tem
23:36pouco equipamento desse tipo
23:37e sim...
23:38E o Brasil não tem
23:40muita pesquisa, né?
23:41O Brasil é complicado
23:42fazer pesquisa.
23:43A medicina no Brasil
23:44não aceita muito pesquisa, né?
23:46As leis brasileiras
23:47elas são rígidas.
23:48Por isso que Estados Unidos
23:49tá sempre na frente
23:50porque lá tem mais
23:51incentivo à pesquisa.
23:52E a interação
23:54entre o mercado privado
23:55e a Universidade Federal
23:57é difícil.
23:58A gente tenta lá
23:59propor pesquisa
24:01pra Universidade Federal
24:02fazer parceria
24:03público-privada
24:03e não acontece.
24:04O nível de desistência
24:05nesses protocolos
24:06é muito alto.
24:07Ah, é.
24:08Porque quando o cara
24:08chega depressivo,
24:09ao meu ver,
24:10o cara, pelo amor de Deus,
24:11salva minha vida agora, né?
24:13Aí tu dá,
24:13vai demorar seis semanas.
24:15Então,
24:16cabe ao médico
24:17explicar direito,
24:17informar bem
24:18e agora olha só
24:19o paradoxo.
24:21Existe muita gente
24:22por aí tomando
24:22antidepressivo
24:23que não precisa.
24:24Ah, o gurizada lá
24:26tá triste,
24:26eu estive muito.
24:27Tô triste,
24:27vou tomar antidepressivo.
24:29Tem um monte.
24:29Um monte.
24:30Mas,
24:31tem muito mais gente
24:32que precisa não tomando.
24:33É, mas é melhor.
24:35Você sabe que,
24:36e também,
24:36e as pessoas dizem isso
24:37que a academia
24:38sempre dizem,
24:39eu tava vendo aqui
24:40um número, né?
24:42Que vocês gostam de número
24:43de,
24:46por exemplo,
24:46qual é o país
24:47que tem mais gente
24:49matriculada
24:49em academia?
24:51Mas que faz?
24:52É Brasil.
24:54Que é só,
24:55que tá associado.
24:56É Brasil.
24:57Não,
24:58é Suécia.
24:59Oh,
24:59Suécia,
25:00querido,
25:00eu já falava.
25:01Proporcionalmente.
25:0122% estão.
25:03Proporcional.
25:03Ah,
25:04proporcional,
25:04sim,
25:05aí sim.
25:06Por exemplo,
25:06o Brasil,
25:07só 4,9%
25:09estão,
25:10estão,
25:11é,
25:13matriculados
25:14numa academia.
25:14E a maioria
25:15que tá matriculada
25:16não vai.
25:16Mas é aquilo,
25:17bicho,
25:17é muito válida
25:19a comparação,
25:20a gente consegue
25:20extrapolar por lógica,
25:21mas a gente tem
25:22uma base social
25:22de vulnerabilidade
25:23intelectual e financeira
25:24muito grande no país,
25:25pô.
25:26É tipo,
25:27não dá pra dizer,
25:27todo mundo é igual,
25:29não é,
25:30velho.
25:31As pessoas,
25:32hoje eu vejo
25:32uns mal-caratismos
25:33na internet,
25:34eu prefiro achar
25:35que o cara é burro
25:35do que é mal-caráter.
25:36E tem uma chance
25:37muito grande
25:37de ser burro.
25:38Mas tem mais chance
25:38de ser burro
25:39que não.
25:39Não,
25:39mas tem uma chance
25:40muito grande,
25:41é muito vulnerável,
25:42a pessoa não consegue
25:43compreender,
25:45ela não entende
25:45o que tá acontecendo ali.
25:46Tem gente que compra
25:47um monte de suplemento
25:48antes e põe o nutricente
25:49e bota agora,
25:49vai.
25:50Não vai,
25:51não vai.
25:51É que nem o gordinho
25:52que tá chorando,
25:53falando que você ficou
25:54de ajudar ele,
25:55não ajudou?
25:56Qual?
25:56Ou o gordinho
25:57que mandou mensagem
25:58outro dia pra vocês
25:58e falou,
25:59ah, você prometeu
25:59me ajudar,
26:00e aí o cara...
26:01Morgado,
26:01eu fui lhe ajudar
26:02e você não quis.
26:03Não,
26:04outro gordo.
26:05Era um morgado?
26:06Ah, um morgado.
26:06É um morgado.
26:07Os caras,
26:08eu vou te ajudar,
26:09ele põe equipe,
26:10caga parou.
26:11Ele já aposentou.
26:12Ninguém ajuda o morgado,
26:14coitado.
26:14É,
26:14vou te treinar.
26:16Desistiu,
26:16aposentou.
26:17Mas você vai no...
26:17Mas tinha que levar
26:18o cara de caçamba
26:19pra academia também.
26:20Mas vai eu uma velha
26:21testuda,
26:22a cabeça de beluga.
26:24Mas você foi o primeiro
26:25cara,
26:26isso eu posso afirmar
26:27pelo menos que eu vi,
26:28a debater na internet
26:30um negócio de body positive.
26:32Foi.
26:32Foi o primeiro,
26:33o cara aqui,
26:33com humor.
26:34E você viu que a gorda
26:35fez bariátrica, né?
26:36Você acha que...
26:37Uma,
26:37Arthur Schopenhauer
26:39disse que o gigante acordou.
26:40Arthur Schopenhauer
26:41diz que toda a verdade
26:41passa por três fases.
26:43Na primeira,
26:44ela é ridicularizada.
26:45Sim.
26:46Na segunda,
26:46ela é violentamente rejeitada.
26:48E na terceira,
26:48ela é aceita como óbvia
26:49por si mesma.
26:50Exato.
26:51Então assim,
26:51tem um filme muito bacana
26:53chamado
26:54O Homem que Mudou a História do Jogo
26:56com o Moneyball.
26:57Sabe?
26:57É sensacional aquele filme.
26:59E no final daquele filme
27:00tem uma frase que é
27:01isso que a gente tá vivendo hoje.
27:02Aquele gato, né, Samy?
27:03É.
27:03Opa.
27:04É lindo.
27:04Que ele diz, velho,
27:05todo mundo que tá disposto
27:07a mudar como o sistema joga,
27:08derrubar o muro,
27:09vai acabar ensanguentado.
27:10Sim.
27:10Porque quem tem a mão no botão ali
27:12que tudo continue do jeito que tá.
27:13Ah, sem dúvida.
27:14Sim.
27:14Então sim,
27:15eu fui um dos primeiros
27:15a bater de frente
27:16e dizer que, óbvio,
27:17obesidade é doença.
27:19Depressão é doença.
27:20Isso tem que ser tratado.
27:21Não existe isso de
27:21movimento na praia
27:24vai ter gorda.
27:25Onde é que viu uma placa
27:26que não podia ter gorda?
27:27É, pois é.
27:28Só não dá pra ter muita, né?
27:31É, então,
27:32mas é a referência
27:34que a gente tem, né?
27:35Porque, por exemplo,
27:36a referência de uma medalha,
27:38uma pessoa ganhar uma medalha,
27:40é pra você
27:41se espelhar no cara
27:43que ganhou a medalha,
27:44não dar medalha pra todo mundo.
27:46É o herói,
27:46é a sua melhor versão.
27:46Não é um real mérito
27:48que todo mundo
27:48ganha uma medalhinha.
27:49Só que virou isso,
27:51por quê?
27:51Porque esse pensamento
27:52identitário e tal
27:54que a gente tá vivendo agora,
27:55todos somos campeões.
27:56Criou essa confusão
27:57na cabeça das pessoas
27:58que todo mundo é igual
28:00e é uma mó mentira.
28:01A própria negra.
28:02E aí, onde é que fica
28:02a identidade?
28:03É, isso aí.
28:03Onde é que fica a identidade?
28:05Aí o cara fica maluco.
28:07As pessoas se olham
28:08e veem pessoas na internet hoje
28:10e elas tentam,
28:11de alguma forma,
28:12encontrar similaridades
28:14que justifiquem
28:14o fracasso delas.
28:15Exatamente.
28:16É o vitimismo,
28:17é a obesidade,
28:18ela é feliz,
28:19ela tem dinheiro.
28:19Não tem, mano.
28:20Não é feliz,
28:21não tem como não.
28:22Existe uma relação
28:23direta e proporcional
28:24entre sobrepeso
28:25e tristeza.
28:27Existe uma relação direta.
28:29Então, cada vez mais
28:31que eu tô chegando
28:31num grau de doença física,
28:33o meu cérebro
28:34começa a adoecer também.
28:35O cérebro é na parte do corpo.
28:36Exato.
28:36O povo esquece,
28:37acho que é duas coisas diferentes.
28:38O cara pensa, né?
28:39Tu pensa, sente.
28:41O software aqui e tal,
28:43tu não materializa
28:44que tudo que tu sente,
28:45pensa,
28:46é produzido no teu cérebro.
28:48E o cérebro é uma parte do corpo.
28:51Muito bem.
28:51É bem.
28:52Bacana, hein?
28:52O papo foi muito bom.
28:53Nosso horário aqui já
28:55Encontro de Notáveis.
28:55Já chegamos,
28:56Encontro de Notáveis aqui.
28:58Vou colocar as redes sociais aí
28:59pra você seguir
29:00o Guto e o Dr. Guido.
29:03Muito bem.
29:03Muito bom.
29:04Muito bom.
29:05Eu vou fazer o break agora
29:06do Reginaldo
29:06agradecer a presença de vocês.

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