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Jair Vitti é um homem octogenário. Desde muito jovem percebeu algo diferente nas lascas de pedra que encontrava nas lavouras de um bairro rural de descendentes de imigrantes italianos em Piracicaba, interior de São Paulo.

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Transcrição
00:00A CIDADE NO BRASIL
00:25Eu tinha mais ou menos, acho que uns 10 anos por ali.
00:31Eu achei a primeira lá no terreiro, onde nós morávamos lá embaixo.
00:36Então ali, eu vi que era diferente, né? Aí comecei a guardar.
00:41Eu guardava numa caixinha, depois foi até que eu cheguei assim...
00:47No quarto?
00:48Nas pranchas.
00:50Ali fui indo, que nem a turma que cortava cana, carpia.
00:55E eu achei uma, duas, tal.
00:57Falava, traga pra mim que eu vou guardando aí.
01:00E fui até que virou esse monte ali.
01:03E aqui?
01:09Eu gostava muito, eu gosto muito de índios, sabe?
01:12Quando eles falam que os índios vão lá e estão mexendo,
01:15Cozinhos, pra mim eu fico nervoso, sabe?
01:17Dá um negócio.
01:19Deixa eles quietos, porque já tiraram o Brasil deles, que era deles.
01:24Não adianta falar que não, invadiram.
01:27Não houve descobrimento em nenhum lugar, invasão.
01:29Então, a gente veio de vez em quando lá cozindo, mexendo, matando, queimando a aldeia.
01:35Eu desligo, porque eu fico nervoso.
01:41Esse serrilhado, a gente chama de serrilhado, né?
01:44Essa ondinha aqui na ponta.
01:47E esse serrilhado aqui, ele não é comum nas pontas aqui, pelo menos nas pontas de São Paulo em geral.
01:57Como que eles conseguiam fazer uma ponta dessa?
02:01Então, eles faziam batendo uma pedra na outra, né?
02:04Pra tirar, vai dando forma.
02:06Mas essa coisinha serrilhada, parece o serrilhado da faca,
02:11eles usavam chifre de animal.
02:14Ou, eventualmente, osso trabalhado, né?
02:18Você deixa a ponta do osso bem pequena, vai ralando ela.
02:23É, você constrói a ferramenta pra fazer isso.
02:27Pra fazer esses, ó, pequenininho aqui, ó.
02:32Olha essa que perfeição.
02:34É, é difícil, não é fácil fazer isso.
02:36E é muito meticuloso, né?
02:38Muito preciso.
02:39Essa aí é assim mesmo, veja.
02:41Essa é a pedunculada que a gente fala quando não tem.
02:43Não é a seta?
02:44É.
02:45Parece que é a seta.
02:46Essa aqui eles põem aqui.
02:48Mas eles também encabam assim, ó.
02:50Encabam assim e...
02:52Isso aqui é raro, viu?
02:53Eu só vi ponta assim em São Paulo, lá em cima, perto de Promissão.
02:57Conhece, Dani?
02:58Essa ponta aqui, ó.
03:00Ela não é local desse lugar.
03:02Essa ponta aqui, ela parece...
03:04Essa aqui provavelmente foi uma troca de grupos que se encontraram.
03:07Porque esse tipo de ponta aparece lá no Uruguai.
03:10Então eles tem a chama aqui.
03:12É.
03:13Aí vem no Rio Grande do Sul, às vezes pode aparecer.
03:16Tem um cariador?
03:17Uhum.
03:18O cara viu lá, choveu.
03:21Ela sabe que corre aquelas águas que corre e leva perto do Ribeirão, assim.
03:26Ele viu, ele falou.
03:28Ela tava assim, de quina.
03:30Ele falou, mas...
03:31Será?
03:32Parece um...
03:33Ele chutou assim.
03:34E achou aqui.
03:36Ah.
03:37Agora me diga.
03:38Como que pode?
03:41Isso.
03:42Parece que já tem um...
03:44De uma mão francesa, né?
03:45Tá.
03:46Eu acho aqui, aqui, os quatro lados.
03:48E a Mara.
03:49Ah, tá.
03:50A Mara ali, pra derrubar a árvore.
03:52É.
03:53Mas esse furinho eu nunca tinha visto, não.
03:55Então tem quatro.
03:56E eu vou buscar uma...
03:57Esse dia era pra ir onde buscar, que o cara achou.
04:01Ela falou, tem uma que tem uma cabecinha.
04:03Eu falei, eu sei o que que é.
04:04Eu falei, é a Machadinha.
04:06Eu tenho uma lá e uma tá quebrada ali, ó.
04:09Uma grandona aqui.
04:10Ah, essa aí vive.
04:11Quebrada.
04:12Mas não achou cuidado.
04:13Aí eles avisam o senhor e o senhor pega.
04:15E eles doam pro senhor.
04:16É.
04:17Essa aqui é curva.
04:18Ah.
04:19Essa aqui é curva.
04:20Isso aqui é muito diferente.
04:21Essas coisas não são comuns.
04:22É curvada.
04:23É.
04:24Você pega, você tira uma mandioca, uma cenoura.
04:27Ela vai...
04:28Você passa na madeira.
04:30É que nem passam.
04:31É tudo curva.
04:32Essa aqui é...
04:35Tem tudo um furo assim, ó.
04:37Ah, isso aqui a gente chama de quebra coquinha.
04:40Papá.
04:41É.
04:42Olha.
04:43Tudo com furo.
04:44Furo no meio.
04:45Uhum.
04:46Olha.
04:47Aquelas lá.
04:48Estão vendo.
04:49Olha.
04:50Essa daqui também achou aí no meio, olha.
04:52Isso aqui.
04:53Essa aqui, olha.
04:55Olha.
04:56Isso tava aqui dentro?
04:57Não.
04:58Separado.
04:59Ah, tá.
05:01Tudo no mesmo.
05:02Tudo que você tá falando.
05:03A gente tá falando tudo da mesma área.
05:05Tudo isso aqui encontrou no mesmo lugar.
05:07Aqui na região.
05:08Não, não.
05:09Na região.
05:10É na região, é.
05:11Sim, sim.
05:12Mas tudo por aqui.
05:13Por aqui.
05:14Pode ter pigmento aqui.
05:15Eu não sei.
05:16Tá muito vermelho lá dentro.
05:18Agora, esses outros aqui.
05:20Esses pingentes.
05:21Deve ser pingente, né?
05:22É, pingente.
05:23Tipo, pingente colar mesmo.
05:24É.
05:25Impressionante.
05:26É o que eles chamam de enxó.
05:30Aqui, olha.
05:31É coisa pra cavar.
05:32Fazer buraco na terra.
05:33Enxó, tá vendo?
05:36É o nome do instrumento.
05:40Acho que assim é mais fácil.
05:45Quase.
05:46Tudo igual.
05:47Quase.
05:48Tudo igual.
05:49É.
05:50Incrível.
05:51É.
05:52É uma quantidade de material arqueológico
05:54pra periscar.
05:55Que não existe em museu.
05:57Não existe.
05:58Não existe.
05:59Esse acervo.
06:00Eu acho que não existe.
06:01Não existe.
06:02Não, não existe.
06:03Precisa chover bastante.
06:04É quando o ar a terra.
06:07Então.
06:09É.
06:10Às vezes.
06:11A gente vai assim.
06:12Passa no meio do terreno.
06:13Principalmente.
06:15Onde que é espigão.
06:17Espigão sabe o que é, né?
06:19Um hum.
06:20Espigão é no alto.
06:21Ela tira.
06:22Então.
06:23Ali.
06:24Tem pedaço.
06:25Tem cascalho.
06:26Tudo pedacinho.
06:27Pedaço.
06:28Pedaço.
06:29Pedaço.
06:30Não é.
06:31Não tá aí.
06:32Essas pedras foram eles que trouxeram aí.
06:34Pra fazer.
06:35Uhum.
06:36Fala Oficina Elítica.
06:37Exatamente.
06:38Então.
06:39A gente vê aquele cascalho.
06:40A gente já fala que tem.
06:41Uhum.
06:42Então.
06:43Quando chove.
06:44Bastante.
06:45Descobre.
06:46Então.
06:47A gente vai.
06:48Sempre acha aqui.
06:49Um dia eu falei pra ele.
06:5179.
06:52Entrei.
06:53Entre quebrada.
06:55E inteira.
06:56Um dia eu achei 20.
06:5820.
06:59Outro dia 22.
07:01Nos lugares sabe que a gente vai.
07:04A gente traça no terreno assim.
07:07Cruza.
07:08A gente vê aqueles cascalhos.
07:10Então a gente vai.
07:11Aqui tem.
07:13A gente tem a ideia de que a ocupação indígena.
07:19Ela é sempre muito recente.
07:20Porque a gente identifica.
07:22Esses registros arqueológicos.
07:24Esses artefatos.
07:25Que são associados a grupos cerâmicos.
07:27Mas antes deles.
07:28A gente tem um grupo que ocupou.
07:30O estado de São Paulo.
07:32Que a gente tem uma data.
07:33Máxima até o momento de 12 mil anos.
07:35Que mostra a presença muito antiga.
07:37E com certeza.
07:38Essas pessoas estiveram aqui em Piracicaba.
07:40Aqui tem um sítio arqueológico.
07:42Isso aqui é um núcleo.
07:43É um lugar de onde eles tiraram.
07:44Várias lascas.
07:45Você vai assim.
07:46Você via.
07:47Você descobre com o facão.
07:48Assim.
07:49Vê.
07:50Já aparece uma lá.
07:51Bonita.
07:52Você pega.
07:53E vai.
07:54Geralmente no lugar mais alto.
07:55Está enterrada.
07:56É.
07:57Quando você vê o cascalho.
07:58O mãe que tem.
07:59Bastante cascalho.
08:00Sabe.
08:01Pedaço parece.
08:02Não é.
08:03Então a gente.
08:04Você vai.
08:05E eu falo.
08:06Aqui tem.
08:07Porque os cascalhos.
08:08Dizem que foi eles que trouxeram.
08:09Que tudo certo.
08:10Olha.
08:11Vem cá.
08:12Vem cá.
08:13Vem cá.
08:14Vem cá.
08:15Vem cá.
08:16Vem cá.
08:17Vem cá.
08:18Vem cá.
08:19Vem cá.
08:20Vem cá.
08:21Vem cá.
08:22Vem cá.
08:23Vem cá.
08:24Vem cá.
08:25Vem cá.
08:26Essa é.
08:27Essa é.
08:28Essa é.
08:29Aqui é acima uma.
08:30Vamos lá.
08:31Ah.
08:32Acima uma.
08:34Vem cá.
08:41Mas é bem essa ideia.
08:42Eles pegam essas pedras perto de beira de rio.
08:45Tem esses seixos.
08:46Essas coisas.
08:47E vão fazer essas pontas em outro lugar.
08:49Então é por isso que às vezes na beira do rio não acha nada.
08:52E vão trabalhar a pedra no lugar que eles ficam.
08:56Perto do lugar que eles moram e ocupam.
08:58Ah.
08:59Achei uma.
09:00Olha lá.
09:01Quebrada.
09:02Infelizmente está quebrada.
09:03Olha.
09:08De modo que eu não estou mentindo.
09:19E não tinha mais alguma certeza.
09:20Entrou.
09:21Como transformar no ôn川al des recordar nos mégis?
09:22Meazar em torno lá.
09:23Vamos lá.
09:24Quando cervar é Attention ello.
09:25E vocêgebra coastal na biote no tempo.
09:26É tudo bem isso.
09:27fils de um pelo disco ser final,
09:28isso é um do regions.
09:29Mas não basta porque a gente foi anos ou não.
09:30Que000 ou seja?
09:31treatyough.
09:32Obrigado.

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