Eduardo Leite avalia política econômica do governo Lula e alta da inflação

Jovem Pan News

No Direto ao Ponto, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fez uma análise crítica sobre a política econômica do governo Lula (PT) e alertou para os riscos do aumento da inflação no país.

Assista na íntegra: https://youtube.com/live/LAxBp7rN4KU

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00:00Por favor, nessa mesma linha, governador, falando sobre política econômica do governo federal um pouco agora.

00:06O governo federal, para enfrentar a inflação, tem dito que vai liberar crédito para o consumo, para as pessoas.

00:13Pelo visto, o senhor tem uma política não keynesiana, né? Divisão do Estado na economia.

00:17Uma política de mais ajuste fiscal, regular a lei da oferta e da procura, através do ajuste fiscal e não da liberação do consumo, né?

00:25Porque o governo federal disse que vai dobrar a aposta, que consumir é bom, que isso gira a roda da economia.

00:31Então, qual a visão do senhor em relação à política econômica e o problema da inflação, que é um problema concreto hoje?

00:36Bom, sem dúvida, se você não tiver um equilíbrio das contas, o Estado, o Estado, o poder público, o governo federal, a União, nesse caso,

00:45ela tem que se financiar de alguma forma.

00:47Ela vai, né? Você tem uma trajetória de dívida pública, você tem uma trajetória de déficit que é ruim.

00:58Para mim, está muito claro que é sobre a expectativa em relação ao futuro.

01:00Por isso que é muito mais sobre a trajetória do que os resultados no curtíssimo prazo.

01:04Você conseguir apontar uma trajetória em que você traz o gasto público para o que o bolso do contribuinte é capaz de suportar?

01:14Porque invoco aqui a Margaret Thatcher, que dizia que não existe dinheiro público, o dinheiro é do pagador de impostos.

01:22Então, esse dinheiro está vindo de algum lugar.

01:23Se a União não tem apetite para ajustar as contas, ela vai buscar se financiar.

01:28Ou, através do aumento de impostos, e a carga tributária no ano passado teve um aumento de 30% para 32,4%,

01:35muito em função do peso da arrecadação federal.

01:39Então, mais da riqueza gerada pela população está sendo demandada para financiar os gastos públicos.

01:47E isso não é suficiente. O pior de tudo é isso.

01:49Porque a União ainda precisa buscar, a partir de emissão de títulos, a capacidade de se financiar.

01:54E isso significa irrigar na economia com recursos que circulam,

02:01sem ter uma correspondência na economia real da capacidade de produção.

02:04E isso, naturalmente, vai gerar inflação.

02:09Sem dúvida, tem um erro na minha visão aqui, de condução,

02:13que em algum momento pode trazer problemas ainda mais graves para o Brasil.

02:18Alguma crise está contratada, porque você tem essa pouca disposição de ajustar as contas públicas.

02:27E quem vai pagar a conta sempre é a sociedade.

02:30Não existe, como eu disse, o dinheiro público.

02:32Então, quem é que paga a conta no final?

02:34E não dá tempo de fazer esse ajuste até a eleição, né?

02:36Tem isso também, né?

02:38Não parece... Já não é da natureza do Partido dos Trabalhadores fazer esses ajustes.

02:43Menos ainda há um ano de uma eleição que parece ser muito difícil para o presidente da República.

02:49Então, talvez...

02:53O meu receio é que para o Brasil estejam fazendo a mesma coisa que aconteceu no primeiro mandato da Dilma.

02:58Ou seja, na verdade, o que aconteceu lá na trajetória, se eu for recapitular,

03:04o mandato de Lula 2, o segundo mandato Lula, enfrenta aquela crise de 2008, uma crise internacional,

03:12e ele faz o chamado de política anticíclica, botando recurso para que a crise fosse menor.

03:20E até, assim, de uma maneira extraordinária, você pode até considerar que faça sentido, né?

03:26Na pandemia, por exemplo, teve que colocar recurso, né?

03:29Isso no Paulo Guedes.

03:32Então, não tem... Assim, de uma maneira extraordinária, ter que colocar recursos é compreensível.

03:37Mas não tem como sustentar isso por algum tempo.

03:39O que aconteceu?

03:40Vem o mandato da Dilma e ela dobra a aposta.

03:42Bota mais... Libera mais crédito subsidiado, faz financiamentos altamente subsidiados pelo Tesouro, né?

03:49O governo pagando as pessoas, pagando o caminhão do caminhoneiro, né?

03:53Pagando muitas linhas subsidiadas.

03:56E o país não aguenta aquilo.

03:57Mas precisavam levar até a eleição.

03:58Conseguiram levar para a eleição de 2014.

04:01E aí ela vem e tenta fazer um ajuste.

04:03Depois já é tarde demais e o país quebra e enfrenta dois anos de recessão profunda.

04:082015, 2016.

04:10Então, tem um pouco de receio de que, nessa dobrar a aposta, vamos levando.

04:13Talvez seja o suficiente para fazer o governo chegar competitivo ali em 2026 e a gente ter uma competitividade do presidente.

04:25Mas é um custo contratado do déficit das contas públicas que vai gerar um prejuízo para a população em algum momento.

04:33Eu torço, né?

04:35Acho que o ministro Fernando Haddad até tenta fazer algumas medidas adequadas.

04:39Mas, acima dele, tem uma visão política que prepondera que é essa.

04:45Não, tem que botar dinheiro na mão das pessoas e vamos embora até a eleição.

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