O líder do Partido Liberl na Câmara, Sóstenes Cavalcante, disse nesta terça (11) que o “governo ameaçou retaliar parlamentares” sobre o PL da Anistia. Os aliados de Jair Bolsonaro prometeram manter a mobilização para a votação da pauta na Câmara. O senador Marcos Rogério defendeu que o projeto “não pode parar”. Nelson Kobayashi e Dora Kramer analisam.
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00:00E mesmo com a internação, os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro prometem manter a mobilização em torno do projeto de lei de anistia.
00:09Repórter André Anelli, mais uma vez aqui com a gente. A gente continua em Brasília. Como é que vai ser essa mobilização? André.
00:18Sim, Tiago. Os apoiadores do ex-presidente Bolsonaro pretendem continuar agendando aquela série de viagens pelo Brasil, batizada como Rota 22.
00:28É uma espécie de caravana do ex-presidente com dois objetivos principais. O primeiro deles é promover possíveis candidatos nas eleições do ano que vem.
00:37E o segundo objetivo é angariar apoio popular ao projeto de lei da anistia, que teve o pedido de urgência de tramitação protocolado aqui na Câmara dos Deputados ontem.
00:48Bolsonaro já estava cumprindo compromissos referentes à Rota 22 no Rio Grande do Norte na semana passada, quando ele passou mal e precisou cancelar as participações nesses eventos.
01:01A expectativa agora dos apoiadores do ex-presidente é que ele retorne aos compromissos em até dois meses.
01:08E por isso, novas viagens já estão sendo previstas para pelo menos seis estados.
01:14E o discurso interno é de que o cronograma não deve ser muito prejudicado, porque a maioria dessas viagens já estava prevista justamente para o segundo semestre do ano.
01:26Tiago.
01:26Agora, André, por outro lado, o governo cogita retaliar os parlamentares que votarem pela anistia. O que é possível que aconteça?
01:35Exatamente, Tiago. São avaliadas possibilidades de ser realizado um mapeamento junto ao Palácio do Planalto.
01:47Mapeamento esse conduzido pelo Ministério da Secretaria das Relações Institucionais, responsável pela articulação com o Congresso Nacional,
01:55para justamente identificar, então, quais pessoas, quais cargos foram preenchidos em determinadas agências e autarquias
02:05sob indicação de parlamentares, principalmente daqueles parlamentares que foram signatários do pedido de urgência da anistia
02:15que prevê, então, o perdão aos envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro de 2023.
02:21Esse mapeamento ainda não foi concluído, mas, a partir dele, a depender da reação do Congresso a esse pedido de urgência
02:29aqui na Câmara dos Deputados, aí, sim, o Congresso Nacional deve promover algum tipo de retaliação,
02:36que, inclusive, já foi negada pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
02:42Na avaliação dela, o que a gente trouxe aqui no início do jornal Jovem Pan, inclusive,
02:46nesse primeiro momento, o governo federal quer conscientizar os parlamentares signatários desse apoio de urgência
02:54em relação aos riscos institucionais, jurídicos, também, de uma possível anistia.
03:01Tiago.
03:02São inúmeros os aspectos desse debate no Congresso Nacional.
03:05André Nelly, sempre atento, você volta daqui a pouquinho.
03:08Mais um giro com os nossos comentaristas.
03:09Começa agora pelo Nelson Kobayashi, em relação à primeira fala do André Nelly
03:14sobre essa mobilização dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
03:18Obviamente, os aliados fazem o que tem que fazer, Kobayashi, para você?
03:22Sim, até porque eles têm uma vitória, né?
03:25Esse número alcançado é uma vitória da oposição,
03:30porque muita gente duvidava que eles teriam condições de arregimentar tantos votos,
03:34votos, no caso, assinaturas, né?
03:36Tantas assinaturas de parlamentares individualmente,
03:39e grande parte desses parlamentares da base governista.
03:42Aliás, a maioria dos parlamentares que assinam esse PL,
03:46o pedido de urgência desse PL,
03:48são de partidos que compõem a base aliada do governo.
03:51E isso também gerou impacto do lado de lá, reações, enfim,
03:56de várias maneiras, inclusive.
04:00Há quem impeça que esses partidos percam os seus ministérios.
04:03É claro que isso não vai acontecer que o presidente Lula não é bobo nem nada,
04:06mas, naturalmente, vai haver uma grande pressão.
04:09Daí porque o próprio líder do PL está divulgando que há uma promessa de retaliação.
04:15E é natural que haja, não necessariamente uma retaliação ilícita, injusta,
04:20mas uma pressão para que aqueles que compõem a base do governo
04:24atendam às necessidades e aos pedidos do governo.
04:28Eu acho que deveria pautar, porque é a maioria pedindo.
04:31E aí, a vontade da maioria dos deputados deve sobrepor à vontade da minoria dos líderes.
04:38Nesse caso, deveria pautar.
04:40Mas nós estamos em uma casa política em que o presidente aparenta ceder à pressão,
04:45principalmente do governo federal.
04:47A dúvida, Dora, é se o governo está em condições de retalhar
04:52integrantes do Congresso Nacional, a base aliada, principalmente,
04:55porque se esses integrantes não gostarem do que acontecer,
04:59aí já viu, né?
05:02Olha, se o governo estivesse tão forte, com todas as condições
05:05de fazer esse tipo de pressão prevalecer,
05:08não teria deixado que as assinaturas fossem pensadas a esse pedido de urgência.
05:15O que aconteceu é que o governo dormiu no ponto e acordou tarde.
05:19E aí, agora, tem que correr para fazer esse tipo de ameaça.
05:23Vã, no meu entendimento, vã,
05:25porque esse tipo de coisa já deu certo no passado.
05:29Cargos, hoje, não tem a mesma importância.
05:32Importância ali é emenda, e emendas impositivas.
05:36Então, não adianta também o governo ameaçar não liberar as emendas,
05:41porque o Congresso hoje é outro.
05:42O Congresso tem outra força.
05:45Então, o governo não tem a menor condição.
05:49Pode fazer pressão, ameaçar, retaliar,
05:51mas daí, a dar resultado, são outros 500.
05:56O que vai acontecer, o que o governo está atuando,
05:59é tentar, o André chamou de conscientização.
06:03Eu até achei engraçado, falei, ah, bom,
06:05até parece que vão se conscientizar de alguma coisa.
06:09As pessoas têm suas opiniões,
06:10e também, o pano de fundo disso vai muito além.
06:15Não é só a questão do perdão.
06:17Tem muita gente ali que não está pouquíssimo interessada em perdão,
06:21anistia, quem quer que seja,
06:22e sim, em sinalizar pressão e oposição ao governo.
06:26Essa é a questão, essa batalha.
06:28E é nessa batalha que o governo vai entrar,
06:31porque agora cortou.
06:34Agora, o risco, o risco não,
06:36vai querer carregar o Supremo para esse campo de guerra.
06:41E aí, não vai dar, como diz o outro, vai dar ruim.
06:46Porque não é possível.
06:48Uma questão dessa, como essa anistia,
06:51envolvendo os três poderes, envolvendo o poder judiciário,
06:54que pode vir a julgar essa matéria,
06:57caso ela seja aprovada.
06:59Como é que ele vai entrar em algum tipo de pressão,