Maduro rebate acusações de fraude eleitoral

  • há 7 anos
O presidente venezuelano, Nicolas Maduro, anunciou esta quinta-feira o adiamento de 24 horas da sessão inaugural da Assembleia Constituinte.

Maduro aproveitou para criticar a empresa britânica Smartmatic, responsável pela gestão da contagem dos votos, cujo diretor afirmou, na quarta-feira, existir uma diferença de pelo menos um milhão de votos entre a participação real e a anunciada pelas autoridades:

“O presidente da Smartmatic é estúpido. Com o pescoço apertado pelos gringos e os britânicos, disse que foram sete milhões e meio a votar. Pois eu creio que saíram à rua mais de dez milhões de venezuelanos e foram mais de oito milhões a votar, os restantes tiveram de enfrentar as balas e a s barricadas.”

A queda dos preços do petróleo coincidiu com a eleição de Maduro, em 2013, o que explica, em parte, a crise venezuelana. Desde a vitória eleitoral conseguida nas legislativas de 2015, a oposição tem tentado aproveitar a maioria parlamentar para bloquear o governo, o que não facilita a vida ao presidente, mas os seus críticos não estão apenas nas fileiras da oposição. Há entre os chavistas quem o acuse de ter atraiçoado o projeto político de Hugo Chavez, como por exemplo Luisa Ortega Diaz, que acusa o governo de Maduro de ter atraiçoado o projeto político chavista, defraudando a Venezuela a coberto de um falso discurso antiimperialista.

A Procuradora Geral da Venezuela informou, na noite de quarta-feira, ter ordenado a abertura de um inquérito para averiguar das suspeitas de fraude eleitoral. Ortega denunciou a “ambição ditatorial” de Maduro e considerou a denúncia da Smartmatic “mais um elemento de todo um processo fraudulento, ilegal e inconstitucional”.

“Estamos diante de um fato inédito, grave, que constitui crime”, disse a Procuradora Geral, pedindo que seja feita uma “auditoria” com “especialistas nacionais e internacionais, que não sejam reitores do Conselho Nacional Eleitoral, porque estes são os primeiros suspeitos”.

Entretanto, a União Europeia já declarou não reconhecer o resultado das eleições nem a legitimidade da Assembleia Constituinte para a elaboração de uma nova Constituição. A posição dos 28 estados-membros foi anunciada na quarta-feira pela alta representante da UE para a política externa, Federica Mogherini.

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