Há tempos não penso em você! São eternas as horas sem você. Onde estará tudo que senti? Aonde tu abandonaste sem remorso. Onde estariam os sonhos que sonhei? Encravados no peito ferido, nas promessas esquecidas.
Sentimentos manifestados pela vida que o tempo apagou. Sentimentos acovardados que um golpe do destino desnudou.
Amores nunca deveriam ter fim Amores nunca deveriam ser deixados para trás Deveriam ser renovados pelo tempo Deveriam ser o escudo de nossas almas Solidificados nos sonhos sonhados Encravados sob o fogo de um coração valente Idealizados pelo amor que vivemos. Construídos sobre as palavras ditas, escritas no aço
Mas... Porque tem sempre um “mas” em histórias assim?! Porque quase sempre o sopro do abandono é frio e gélido Porque são finalizados muitas vezes com palavras vis? As invejo muito mais que um simples e silencioso vácuo Tudo que um dia o coração traduziu Mas que a alma não soube ler diante do imensurável Como o mais profundo do amor? Com o mais profundo abandono.
Queria que a nossa história fosse eterna, sagrada Queria não ter acreditado nestas escrituras Que vida não mudasse os sentimentos Que o medo não germinasse o pavor Que o amor idealizado por outrora Não fosse apenas palavras ditas aos ventos Não fossem hoje lembranças amareladas pelo tempo. Não fossem hoje testemunhas de uma infâmia