Seus olhos que brilham tanto, Que prendem tão doce encanto, Que prendem um casto amor Onde com rara beleza, Se esmerou a natureza Com meiguice e com primor
Suas faces purpurinas De rubras cores divinas De mago brilho e condão; Meigas faces que harmonia Inspira em doce poesia Ao meu terno coração!
Sua boca meiga e breve, Onde um sorriso de leve Com doçura se desliza, Ornando purpúrea cor, Celestes lábios de amor Que com neve se harmoniza.
Com sua boca mimosa Solta voz harmoniosa Que inspira ardente paixão, Dos lábios de Querubim Eu quisera ouvir um -sim-
P’ra alívio do coração! Vem, ó anjo de candura, Fazer a dita, a ventura De minh’alma, sem vigor; Donzela, vem dar-lhe alento, “Dá-lhe um suspiro de amor!”
Joaquim Maria Machado de Assis (1839—1908) foi um escritor brasileiro. Considerado como o maior nome da literatura nacional.