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  • 12/06/2015
Ala ligada ao presidente do partido, Rui Falcão, apresentará documento próprio em congresso da legenda e vai sugerir necessidade se 'diferenciar' das pautas do Planalto
São Paulo - A chapa majoritária do PT, Partido que Muda o Brasil (PMB), vai chegar ao 5º congresso do partido dividida. A corrente Novo Rumo, que integra a PMB e tem quadros como o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e o deputado estadual e secretário de comunicação da legenda, José Américo, divulgará nesta quarta-feira, 10, véspera do início do evento em Salvador, um manifesto pedindo mais independência do partido em relação ao governo federal e mais diálogo com as bases. O documento foi elaborado em parceria com outra corrente minoritária, a Esquerda Popular Socialista (EPS). O manifesto do Novo Rumo não tem o aval da Construindo um Novo Brasil (CNB), corrente majoritária com a qual forma a PMB.
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"Essa carta reflete a necessidade que a gente tem de se diferenciar, de marcar com maior liberdade o protagonismo que achamos que o PT deve ter. O partido não pode andar a reboque do governo federal", afirmou Américo ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Ele foi o principal articulador da proposta de levar um documento separado da CNB. "Não somos contra o ajuste fiscal nem temos nada pessoal contra o ministro (Joaquim) Levy, entendemos que o diálogo com o mercado tem que existir. Mas precisa haver também um diálogo com o andar de baixo. A gente precisa voltar a dialogar com o povo, reconectar com a nossa base", defendeu.
Presidente nacional do PT, Rui Falcão
Presidente nacional do PT, Rui Falcão
O congresso ocorre em meio a mais grave crise política do partido e do governo Dilma. Nessa terça, o estadao.com.br também revelou detalhes das propostas defendidas pelo grupo de Lula. No documento intitulado "Carta de Salvador", ele sugere uma "nova política de alianças", ancorada por uma frente de partidos e movimentos sociais, e faz críticas veladas ao PMDB, partido da base aliada.
A avaliação de integrantes do Novo Rumo é de que a CNB acabou pressionada pelo governo e, por isso, a PMB apresentou um texto tímido, institucional, que não deu destaque a pautas caras ao partido, como o fim do fator previdenciário, o estabelecimento da jornada de 40 horas, a taxação de grandes fortunas e heranças, além da regulação dos meios de comunicação. Vários dos principais quadros da CNB estão diretamente ligados ao governo - como os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Jaques Wagner (Defesa), Edinho Silva (Comunicação Social), Ricardo Berzoini (Comunicações), Arthur Chioro (Saúde), além do líder do governo na Câmara, José Guimarães.
A corrente Novo Rumo também considera que a tese apresentada pela PMB não colocou claramente a independência que a bancada petista deve ter em relação ao governo federal para defender as questões trabalhistas e os programas sociais - atingidos pelos cortes no orçamento.
"O PT precisa recuperar o seu protagonismo na cena política brasileira, afirmando a sua condição de partido independente, com peculiaridades e bandeiras próprias. Não pode correr o risco de comprometer a sua legitimidade como representante da maioria do povo trabalhador. Isso significa defender na sociedade e no Congresso Nacional propostas próprias que correspondam aos anseios mais profundos de sua base social, sem ficar esperando que o governo o faça", diz trecho do documento obtido pelo Broadcast Político. "A aprovação das 40 horas semanais de trabalho (...) é um exemplo de luta que bancada federal petista poderia levar à Câmara Federal(...). Outro exemplo é o apoio das instâncias partidárias à posição atual da bancada federal de buscar uma alternativa ao Fator Previdenciário, contra a pressão do governo para que os deputados e senadores petistas votem contra propostas que eles (e o PT) sempre defenderam. Por terem natureza distinta, os atritos e tensões entre o partido e o governo, em especial em momentos com os que estamos atravessando, são inevitáveis e até desejáveis", afirma o texto.
Na linha do que disse Américo, o documento afirma que "o PT precisa reatar com urgência os laços com a sua base social" e que "a defesa do governo Dilma não pode se constituir em um obstáculo a este enorme desafio do partido de se reaproximar de seus apoiadores".http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,chapa-majoritaria-do-pt-racha-e-grupo-vai-propor-independencia-do-governo,1703492

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