O Egito começou na quarta-feira a demolir as casas situadas a menos de 500 metros da fronteira com Gaza, no nordeste da península do Sinai. O objetivo é criar uma zona de exclusão ao longo de 10 quilómetros, destruir os túneis ilegais para cruzar a fronteira e, com isso, tentar evitar o tráfico de armas e a circulação de eventuais terroristas.
#AMAY Army begins destroying houses near Rafah border
for more details :http://t.co/kKykjgKhxW pic.twitter.com/Tr69xjDhOx— Egypt Independent (@EgyIndependent) 29 outubro 2014
Ao todo, cerca de 800 casas deverão ser demolidas, em especial na localidade de Rafah, e centenas de pessoas desalojadas. Jamal Salah reside em Rafah e diz ouvir “ explosões todos os dias perto da fronteira”. “Eles estão a expulsar os residentes que vivem desse lado. Estão a tentar criar uma zona deserta”, afirma.
Karm Alkwadis checkpoint east Elarish has been targeted by explosive car, 17 killed, more than 10 injured #Sinai— Sinai سيناء (@muhamedsabry) 24 outubro 2014
A medida foi tomada depois de um atentado ocorrido sexta-feira nesta região e ter provocado a morte de mais de 30 soldados. O governo egípcio decretou o estado de emergência e o Presidente Abdelfatah al Sisi ordenou que os desalojados fossem compensados financeiramente “tão rápido quanto possível” e que lhes fossem garantidos todos os direitos cívicos e sociais.
N Sinai evacuated civilians for buffer zone creation "@timy74: @TheBigPharaoh houses with tunnels inside or in premesis are not compansated"— The Big Pharaoh (@TheBigPharaoh) 29 outubro 2014
Nas redes sociais da internet, entretanto, começaram a ser partilhadas diversas mensagens a criticar a medida do governo. “Expulsar não é a solução” tornou-se, inclusive, numa das frases chave mais utilizada pelo Twitter.
Evacuation and displacement are not the solution #HumanRights #Egypt #media (@Zeinobia) Egyptian Chronicles → http://t.co/6ozr7zH7Ir— Zeinobia (@Zeinobia) 30 outubro 2014
Desde há muito tempo que a península do Sinai uma zona de instabilidade no Egito. Em especial, junto a Gaza. São habituais os ataques contra as autoridades egípcias na região. Esses ataques intensificaram-se desde que no Egito foi derrubado, a 3 de julho do ano passado, o governo islâmico do presidente Mohamed Mursi.