Deniz Yücel: Alemanha denuncia detenção "política" de jornalista na Turquia
  • há 7 anos
A Alemanha continua a pressionar Ancara para que liberte o jornalista germano-turco Deniz Yücel, cuja detenção abala as relações com a Turquia desde há quase dois meses.

As autoridades turcas permitiram que uma delegação alemã, liderada pelo cônsul do país, se reunisse com o correspondente do jornal Die Welt pela primeira vez, na prisão de Silivri.

De visita à Turquia, o ministro dos Assuntos Europeus alemão, Michael Roth, considerou a detenção como “política” e “um grande teste” às relações entre os dois países.

“O Estado de direito, a democracia e a liberdade de imprensa tiveram um papel importante nas discussões. E eu voltei a sublinhar uma vez mais que não se trata apenas de um caso que tem uma importância especial para o público alemão, nomeadamente o caso de Deniz Yucel, mas também da situação geral dos jornalistas na Turquia”, declarou Roth.

Como cerca de 120 jornalistas detidos desde o golpe militar falhado de julho, Yücel é acusado de propaganda terrorista, pelos seus artigos sobre os separatistas curdos.

A visita coincide com a decisão do Ministério Público turco de pedir penas de entre sete anos e meio e 43 anos de prisão para 19 jornalistas do diário da oposição Cumhuriyet, incluindo Can Dündar, o antigo diretor do jornal, exilado na Alemanha.

Uma repressão que coincide com a campanha para o referendo de dia 16, marcada pelas acusações do presidente turco contra a Alemanha e da instrumentalização do caso de Yücel, acusado também de “espionagem”, para já apenas pelo presidente Tayyip Erdogan.

Sem sinais de querer pôr fim à tensão com vários países europeus, após a proibição de comícios de campanha turcos na Holanda e Alemanha, Erdogan renovou as acusações de “fascismo e nazismo”, esta terça-feira, durante um comício em Zonguldak, no oeste do país.
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